tag:blogger.com,1999:blog-7605740480898014678.post2599560266732593153..comments2023-05-30T15:35:41.524+01:00Comments on Reviralhos: "Un cañón en el culo", o texto de Juan José Millás que incendiou EspanhaReviralhoshttp://www.blogger.com/profile/07925008748742285175noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-7605740480898014678.post-19030793029755852322012-08-27T00:55:49.065+01:002012-08-27T00:55:49.065+01:00visão do mundo Depois do artigo que incendiou Espa... visão do mundo Depois do artigo que incendiou Espanha, a entrevista: "Tornámo-nos uma colónia da Alemanha"<br /><br />O autor, Juan José Millás<br />António Acedo<br />25/08/2012 | 00:00 | Dinheiro Vivo Nasceu em Valência, a 31 de janeiro de 1946, mas é em Madrid que vive desde os seis anos, onde equilibra a carreira de escritor com a de professor na Escuela de Letras de Madrid e inúmeras colaborações em jornais. É casado, tem dois filhos, é socialista. Licenciado em Filosofia e Letras, celebrizou-se com obras como El Desorden de Tu Nombre, La Soledad Era Esto ou a novela autobiográfica El Mundo, e até criou um estilo literário: os articuentos, um híbrido entre contos e artigos, escritos no telemóvel. Há uma semana publicou no El País o artigo ao lado, que incendiou Espanha. Ao Dinheiro Vivo, explica como vê o mundo.<br /><br />Leia aqui a opinião de Millás que incendiou Espanha<br /><br />Vivemos uma crise sem paralelo e sem fim à vista. Como vê o futuro de Espanha e de Portugal?<br />Vejo-o mal, já que nos tornámos uma colónia da Alemanha e vivemos sob um governo composto por grandes especuladores. Não é a política que influencia a economia mas a economia que determina a política. Como dizem os jovens do 15M [movimento de cidadãos também conhecido como dos indignados, nascido a 15 de março de 2011], "chamam-lhe democracia, mas não é".<br /><br />Quando esta crise começou, Espanha (como Portugal) era liderada por um governo socialista. Como é que isto aconteceu?<br />Historicamente, a social-democracia atraiçoa-nos sempre. Está na sua natureza. Depositei muitas esperanças no Governo de Zapatero, mas no fim, de um dia para o outro, ele curvou-se ao poder financeiro. E quando convocou eleições, fez passar uma mensagem subliminar aos eleitores de que só a direita estava contente com o que se passava.<br /><br />Acredita que os atuais governos, de direita, estão a tomar as piores medidas possíveis? Um governo de esquerda faria melhor?<br />Os governos de direita estão a fazer aquilo que sempre quiseram fazer, legitimando as decisões com a ideia de que tudo lhes é imposto de fora. "Não tenho liberdade de escolha", disse há dias [o primeiro-ministro espanhol] Mariano Rajoy, perante o Parlamento. E ninguém lhe pediu imediatamente que se demitisse, porque a esquerda ficou muda.<br /><br />É sensato que países como Espanha ou Portugal se mantenham no euro? Não ficaríamos melhor com pesetas e escudos do que com a moeda única?<br />Não sei, é uma pergunta demasiado técnica. Parece é que nunca devíamos ter entrado na moeda única.<br /><br />O euro e as normas europeias são demasiado fortes e rígidos?<br />Não é essa a questão. A ideia que tínhamos de Europa não era a de um IV Reich. Philip K. Dick escreveu uma novela de ficção científica na qual os alemães tinham ganho a II Guerra Mundial e nos faziam acreditar que a vitória tinha sido nossa. O mundo atual seria o resultado dessa vitória oculta.<br /><br />Quem, entre os líderes europeus, se tem portado pior nesta crise?<br />Merkel e Draghi.<br /><br />O que poderia Merkel ter feito de forma diferente - e os alemães aceitá-lo-iam?<br />A chanceler alemã devia colaborar na construção de uma Alemanha europeia e não na edificação de uma Europa alemã. Mas, como quase todos os políticos, atua apenas de acordo com critérios quantitativos e de curto prazo.<br /><br />Acredita que um resgate total a Espanha é inevitável? E os espanhóis estão prontos para aceitá-lo?<br />Creio que é inevitável. E nós aceitaremos. Não temos capacidade de rebelião, pelo menos que parta dos partidos políticos convencionais.<br /><br />O seu artigo foi o mais lido de sempre do El País e invadiu as redes sociais. Tornou-se viral mesmo fora de Espanha. Qual a razão do êxito?<br />Porque aceitei escrever aquilo que muitos pensam.<br /><br />Anonymousnoreply@blogger.com