sábado, 10 de setembro de 2011

"4 P.I.G.S. and a Square"

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"4 P.I.G.S. and a Square" (multimedia documentary of Athens Syntagma Square Media Center)

3 comentários:

  1. O fim ou um novo fôlego?
    No momento em que a Grécia anunciar a sua incapacidade para pagar a dívida, a grande pergunta que se colocará a todos protagonistas da política europeia será esta: uma Europa solidária ou a desagregação?
    OPINIAO | 14 SETEMBRO, 2011 - 11:11 | POR JOSÉ GUSMÃO
    Há medida que se multiplicam as notícias sobre um possível incumprimento da Grécia, multiplicam-se as pressões sobre o Governo grego para que faça o impossível: Que num contexto de recessão económica, desemprego descontrolado, desastre social, paguem dívidas incomportáveis. A sra. Merkel e os seus ecos, de Trichet a Pedro Passos Coelho multiplicam-se em ultimatos, numa mistura de moralismo, chantagem e intimidação.
    É esta a cegueira de quem dirige o projecto europeu. Perante o descalabro das suas escolhas, os líderes europeus continuam a caminhar determinadamente para o abismo. E com eles a Europa. Depois do ciclo em que nos diziam que o problema das dívidas não iria alastrar e estava circunscrito a meia dúzia de mal-nascidos, há quem pense que é possível pôr a Grécia de quarentena até se portar melhor. Já se enganaram várias vezes, mas agora é mais grave, a fase que segue não é de meses. Se a Grécia decretar o default, teremos a mãe de todas as crises de dívida, será agora e será europeia.
    Uma eventual saída (ou expulsão) da Grécia da zona Euro, significaria uma hecatombe económica. A Grécia enfrentaria uma crise bancária sem precedentes, uma desvalorização cambial violenta, que faria disparar os valores da sua dívida externa, pública e privada, que, obviamente, não poderia pagar. Esse incumprimento lançaria ondas de choque incontroláveis por toda a Europa, como um dominó que cai em todas as direcções. No momento em que a Grécia anunciar a sua incapacidade para pagar a dívida, a grande pergunta que se colocará a todos protagonistas da política europeia será esta: uma Europa solidária ou a desagregação? Uma política coordenada para o crescimento ou o cada um por si?
    Infelizmente, sabemos qual é a resposta dos três maiores partidos aqui pelas nossas bandas. A política é a Troika, o compromisso é a Troika, a salvação é a Troika. PSD e CDS estão a aproveitar a sua oportunidade histórica para se desforrarem do 25 de Abril, atirando-se como nunca antes aos grandes pilares do Estado social e da democracia no trabalho. Já o PS aproveita todas as medidas da direita que extravasam o conteúdo do memorando, mas não perde uma hipótese de reafirmar o seu compromisso com tudo o que lhe é estruturante. Nem o benefício de ver o que está acontecer à Grécia merece a mais pequena reflexão. O pior cego é o que não quer ver.
    Igualmente bizarra é a posição da Alemanha. A cada dia que passa é mais claro que nenhum país fica imune à crise do Euro. A crise europeia trouxe a estagnação à Alemanha, mas nem esse facto, tão simples de observar, parece sensibilizar os responsáveis alemães, que se preparam para dinamitar o projecto que se revelou tão lucrativo para os seus sectores exportador e financeiro. Por outro lado, os muitos trabalhadores alemães que, ao contrário dos seus patrões, têm boas razões para estar insatisfeitos com o processo de construção europeia, serão cada vez mais difíceis de ganhar para o projecto de uma Europa solidária.
    Haverá alguma luz ao fundo do túnel? Talvez. Uma coisa é o que dizem estes responsáveis agora, outra poderá ser o que vão dizer a partir do dia em que a Grécia parar de pagar. As soluções estão em cima da mesa e têm sido debatidas até à exaustão: eurobonds, harmonização fiscal, orçamento para políticas expansionistas europeias, regulação e tributação a sério do sector financeiro. Haverá presença de espírito para as implementar? E virá a lucidez a tempo de unir os europeus e impedir o desastre? A janela de oportunidade fecha-se a cada dia que passa e só a pressão da esquerda, para não dizer de toda a gente sensata, a poderá reabrir. Numa Europa de cegos, quem tem um olho é solução.

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  2. Marisa Matias questiona comissário sobre bandeiras a meia haste
    Eurodeputada do Bloco de Esquerda diz a Guenther Oettinger que proposta "é reforçar a vergonha de cidadãos que são dignos e que lutam pela Europa".
    ARTIGO | 13 SETEMBRO, 2011 - 23:39

    O comissário Guenther Oettinger não aproveitou a oportunidade para explicar as suas declarações. Foto wikimedia commons
    A deputada Marisa Matias questionou esta terça-feira o comissário europeu para a Energia, Guenther Oettinger, sobre as suas declarações onde era sugerido que as bandeiras dos estados-membros com défice exclusivo deveriam estar a meia haste nos edifícios da UE.
    “Tem circulado a sugestão de colocar as bandeiras dos países pecadores a meia haste nas fachadas dos edifícios comunitários”, disse o alemão numa entrevista ao diário Bildna sexta-feira passada.
    No debate em plenário, dirigindo-se directamente ao comissário, a deputada do Bloco de Esquerda disse que não podia deixar de "referir, questionar e perguntar-lhe olhos nos olhos" sobre as suas recentes declarações sobre a Grécia, Irlanda e Portugal.
    Marisa Matias considerou que se trata de um domínio central da coesão europeia e que sugerir bandeiras a meia haste "é reforçar a vergonha de cidadãos que são dignos e que lutam pela Europa".
    Na réplica, o Comissário Guenther Oettinger respondeu às questões de vários deputados, mas não aproveitou a oportunidade para explicar as suas declarações acabando a sua intervenção com um "muito obrigado pelos comentários construtivos".
    Vídeos (para a versão em língua portuguesa, clicar em "pt"):
    Intervenção/questões de Marisa Matias:
    http://www.europarl.europa.eu/sides/getVod.do?mode=unit&language=EN&vodId=1315922351989
    Intervenção de resposta do Comissário Oettinger:
    http://www.europarl.europa.eu/sides/getVod.do?mode=unit&language=EN&vodId=1315922753357

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  3. Nota de imprensa: Carta a Durão Barroso assinada por 151 Eurodeputados
    14 de Setembro de 2011 No seguimento das polémicas declarações do Comissário Oettinger propondo colocar a meia haste as bandeiras dos países da EU excessivamente endividados

    151 Eurodeputados de todos os grupos políticos e de todos os Estados-Membro da UE assinam carta de Rui Tavares e pedem a Comissário Oettinger para “se retractar ou renunciar”

    O Comissário Guenther Oettinger afirmou — numa entrevista publicada na passada sexta-feira 9 de Setembro no jornal alemão “Bild” — que “as bandeiras dos pecadores da dívida deveriam ser colocadas a meia haste nos edifícios da União Europeia”, e endossou esta proposta acrescentando que este seria “apenas um símbolo” mas que teria um forte “efeito dissuasor”.

    O eurodeputado Rui Tavares (Verdes/ALE), em reação às declarações de Oettinger, enviou aos seus colegas um projecto de carta dirigida a Durão Barroso na qual se pedia uma retractação das palavras do comissário – ou a sua demissão.

    “Isto vai contra tudo o que o Ideal Europeu defende. Sim, seria um símbolo, mas o de uma UE que teria perdido os seus valores”. “Estas declarações do Comissário Oettinger demonstram que ele não conseguiu entender o Ideal da União e que não tem condições para ser Comissário Europeu”, escreveu Tavares.

    Em menos de dois dias de trabalho parlamentar, 151 eurodeputados de todos os grupos políticos e de todos os Estados-Membro da União Europeia responderam ao apelo lançado por Tavares, juntando a sua assinatura a esta carta. Entre os signatários contam-se 5 vice-presidentes do Parlamento Europeu, um Presidente e vice-presidentes de grupos políticos e vários ex-governantes.

    “Esta carta demonstra que os eurodeputados não acham que esta seja uma questão de países periféricos contra os países do centro, ou do sul contra os do norte, mas sim que se trata de uma escolha entre defender os ideais europeus ou ceder ao populismo ignorante”, afirma Rui Tavares.

    EM ANEXO: carta dirigida ao Presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.

    Letter_Barroso_Oettinger

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