terça-feira, 13 de novembro de 2012

De que lado estarás amanhã?





10 comentários:

  1. COMUNICADO CONJUNTO – “Violenta é a austeridade”
    20 de Novembro de 2012 por Renato Teixeira
    O dia 14 de Novembro foi um dia histórico. Por toda a união europeia e em vários países do mundo realizaram-se greves gerais e protestos nunca antes vistos. Em Portugal, milhares de trabalhadores e trabalhadoras fizeram uma greve geral contra as políticas deste governo e da troika, numa das maiores paralisações registadas. Nesse dia decorreram também várias manifestações com elevada participação.
    Repudiamos a carga policial injustificável e indiscriminada que ocorreu nesse dia, sob ordens do Governo. Soubemos de resto que comerciantes da zona tinham sido ainda antes da manifestação avisados pelas autoridades para fechar os seus estabelecimentos, o que nos leva a concluir que independentemente dos acontecimentos, estava prevista uma carga policial.
    As forças de segurança feriram mais de 100 pessoas, o pânico que se seguiu podia ter redundado numa tragédia. A própria Amnistia Internacional Portugal já condenou publicamente o uso excessivo de força policial. Na hora que se seguiu, as forças de segurança procederam à detenção de várias dezenas de pessoas, em zonas tão distantes como o Cais do Sodré; algumas nem tinham estado em frente à Assembleia da República. Durante muitas horas, a polícia não revelou a familiares e advogados/as o local em que se encontravam as dezenas de pessoas detidas, nem as deixou falar com elas. Muitas das 21 pessoas que foram levadas para o tribunal criminal de Monsanto foram forçadas, sob ameaça, a assinar formulários que se encontravam em branco. Todos os testemunhos que nos chegam comprovam, tal como a ordem de advogados já salientou, a existência de inúmeras ilegalidades nos processos de detenção.
    Exigimos por isso a instauração de um inquérito à actuação das forças de segurança bem como aos termos em que foram efectuadas as detenções e demonstramos a nossa total solidariedade com todas as pessoas detidas e vítimas da repressão na noite de 14 de Novembro.
    Estamos perante uma operação política e policial que, a pretexto de incidentes tolerados durante mais de uma hora e transmitidos em directo pelas televisões, pretende pôr em causa o direito de manifestação, criminalizar a contestação social, e fazer esquecer as medidas de austeridade impostas, de extrema violência e que levam à revolta e ao desespero das pessoas. Temos plena consciência que o governo pretende impor a sua política e a da troika, de qualquer forma, inclusive pela repressão política e a liquidação de grande parte das liberdades democráticas. A liberdade está a passar por este combate e, por muito grande que seja a repressão, não vamos assistir em silêncio a um retrocesso histórico de perdas de direitos duramente conquistados.
    Recusamos que um dia nacional, europeu e internacional de mobilização histórica contra as políticas de austeridade seja desvalorizado ou esquecido, quer pela comunicação social, quer pelo governo. Somos cada vez mais a contestar este regime de austeridade e não nos calaremos, por isso apelamos à mobilização no dia 27 de Novembro, dia de aprovação do Orçamento do Estado.
    Subscritores Colectivos:
    ACED, Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis, Attac Portugal, CADPP, Clube Safo, CMA-J Colectivo Mumia Abu-Jamal, Colectivo Revista Rubra, Indignados Lisboa, Marcha Mundial das Mulheres – Portugal, MAS – Movimento de Alternativa Socialista, Movimento Sem Emprego, Panteras Rosas, PCTP/MRPP, Plataforma 15O, RDA69 – Recreativa dos Anjos, Socialismo Revolucionário, SOS Racismo.

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  2. Sobre a Violência
    21 de Novembro de 2012 por Renato Teixeira

    Via Artigo 21.º
    “(…) não sei se era essa a intenção, mas, como é natural, a minha filha teve pesadelos com a polícia e não com quem estava a atirar pedras…”
    Síntese de um testemunho impressionante sobre a carga policial indiscriminada que ocorreu na manifestação da greve geral, divulgado pela Rede14N.

    Indiscriminado quer dizer “indiscriminado”. Porque razão nenhum órgão de comunicação o refere com a clareza que se vê nas imagens e se depreende de todos os testemunhos?

    _Publicado em cinco dias \

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  3. Gente que não se dá ao respeito
    21 de Novembro de 2012 por Tiago Mota Saraiva
    “- E os 18 por cento da população activa que continuam na agricultura?
    Uma percentagem muito alta, sem dúvida. E uma população sobretudo de idosos e de analfabetos que não encontrarão emprego na indústria e nos serviços. Existe para alguns deles a possibilidade de um programa de reformas antecipadas. E durante muitos anos ainda a agricultura terá um desemprego oculto e, por consequência, baixa produtividade. Mas não prevejo saídas em massa e desemprego em massa no sector.” ~
    Primeiro Ministro | Setembro 1991
    “É necessário ultrapassar o estigma que afastou Portugal do mar, agricultura e indústria“
    Presidente da República | Novembro 2012

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  4. Comunicado de Imprensa de Movimentos Sociais
    Violenta é a Austeridade
    O dia 14 de Novembro foi um dia histórico. Por toda a união europeia e em vários países do mundo realizaram-se greves gerais e protestos nunca antes vistos. Em Portugal, milhares de trabalhadores e trabalhadoras fizeram uma greve geral contra as políticas deste governo e da troika, numa das maiores paralisações registadas. Nesse dia decorreram também várias manifestações com elevada participação.
    Repudiamos a carga policial injustificável e indiscriminada que ocorreu nesse dia, sob ordens do governo. Soubemos de resto que comerciantes da zona tinham sido ainda antes da manifestação avisados pelas autoridades para fechar os seus estabelecimentos, o que nos leva a concluir que independentemente dos acontecimentos, estava prevista uma carga policial.
    As forças de segurança feriram mais de 100 pessoas, o pânico que se seguiu podia ter redundado numa tragédia. A própria Amnistia Internacional Portugal já condenou publicamente o uso excessivo de força policial. Na hora que se seguiu, as forças de segurança procederam à detenção de várias dezenas de pessoas, em zonas tão distantes como o Cais do Sodré; algumas nem tinham estado em frente à Assembleia da República. Durante muitas horas, a polícia não revelou a familiares e advogados/as o local em que se encontravam as dezenas de pessoas detidas, nem as deixou falar com elas. Muitas das 21 pessoas que foram levadas para o tribunal criminal de Monsanto foram forçadas, sob ameaça, a assinar formulários que se encontravam em branco. Todos os testemunhos que nos chegam comprovam, tal como a Ordem dos Advogados já salientou, a existência de inúmeras ilegalidades nos processos de detenção.
    Exigimos por isso a instauração de um inquérito à actuação das forças de segurança bem como aos termos em que foram efectuadas as detenções e demonstramos a nossa total solidariedade com todas as pessoas detidas e vítimas da repressão na noite de 14 de Novembro.
    Estamos perante uma operação política e policial que, a pretexto de incidentes tolerados durante mais de uma hora e transmitidos em directo pelas televisões, pretende pôr em causa o direito de manifestação, criminalizar a contestação social, e fazer esquecer as medidas de austeridade impostas, de extrema violência e que levam à revolta e ao desespero das pessoas. Temos plena consciência que o governo pretende impor a sua política e a da troika, de qualquer forma, inclusive pela repressão política e a liquidação de grande parte das liberdades democráticas. A liberdade está a passar por este combate e, por muito grande que seja a repressão, não vamos assistir em silêncio a um retrocesso histórico de perdas de direitos duramente conquistados.
    Recusamos que um dia nacional, europeu e internacional de mobilização histórica contra as políticas de austeridade seja desvalorizado ou esquecido, quer pela comunicação social, quer pelo governo. Somos cada vez mais a contestar este regime de austeridade e não nos calaremos, por isso apelamos à mobilização no dia 27 de Novembro, dia de aprovação do Orçamento do Estado.
    Subscritores Colectivos:
    ACED, Associação de Combate à Precariedade - Precários Inflexíveis, Attac Portugal, CADPP, Clube Safo, CMA-J Colectivo Mumia Abu-Jamal, Colectivo Revista Rubra, Indignados Lisboa, Marcha Mundial das Mulheres – Portugal, MAS - Movimento de Alternativa Socialista, Movimento Sem Emprego, Panteras Rosas, PCTP/MRPP, Plataforma 15O, RDA69 - Recreativa dos Anjos, Socialismo Revolucionário, SOS Racismo

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  5. A paz social da Suécia e a miséria da vida da Grécia?


    Revejo-me em cada linha do texto que Nuno Ramos de Almeida escreve hoje no «i»: O caminho das pedras.


    Para além do relato dos factos, reter:


    «Por detrás desta aparente incompetência em sanar rapidamente incidentes existe uma estratégia: o executivo de Passos Coelho já percebeu que só consegue impor o programa selvagem de austeridade da troika cortando liberdades. Fala-se na limitação do direito à greve a propósito da paralisação dos estivadores, é muito provável que o governo pretenda criminalizar o direito à manifestação. (...)


    Nas últimas manifestações há cada vez mais gente desesperada, um sem-número de pessoas que não aguentam a situação em que sucessivos governos deixaram Portugal. Nos bairros dos subúrbios os filhos nunca tiveram emprego e os pais já não têm. Temos uma falsa democracia, em que os manifestantes são espancados mas os antigos responsáveis do BPN, banco em que desapareceram para os bolsos de alguns milhares de milhões de euros, nunca foram presos e tornam-se conselheiros do primeiro-ministro. Portugal é um país com milhão e meio de desempregados. As estatísticas falam de um número recorde de pessoas na pobreza, de gente expulsa das suas casas e sem dinheiro para comer. A violência é filha de um país sem saída. Como querem ter a paz social da Suécia com a miséria da vida na Grécia? Desenganem-se, a guerra está no início e a violência vai encher as ruínas das nossas cidades desertificadas por uma política que serve apenas os poderosos. Posted by Joana Lopes

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  6. O menino que Gaspar não conhece

    Nicolau Santos, hoje, no Expresso online.
    «Supermercado do centro comercial das Amoreiras, fim da tarde de terça-feira. Uma jovem mãe, acompanhada do filho com seis anos, está a pagar algumas compras que fez: leite, manteiga, fiambre, detergentes e mais alguns produtos.

    Quando chega ao fim, a empregada da caixa revela: são 84 euros. A mãe tem um sobressalto, olha para o dinheiro que traz na mão e diz: vou ter de deixar algumas coisas. Só tenho 70 euros.

    Começa a pôr de lado vários produtos e vai perguntando à empregada da caixa se já chega. Não, ainda não. Ainda falta. Mais uma coisa. Outra. Ainda é preciso mais? É. Então este pacote de bolachas também fica. Aí o menino agarra na manga do casaco da mãe e fala: Mamã, as bolachas não, as bolachas não. São as que eu levo para a escola. A mãe, meio envergonhada até porque a fila por trás dela começava a engrossar, responde: tem de ser, meu filho. E o menino de lágrima no canto do olho a insistir: mamã, as bolachas não. As bolachas não.»

    Continuar a ler AQUI.
    .
    POSTED BY JOANA LOPES

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  7. A Grécia ou o suplício de Tântalo

    Mais uma reunião de 11 ou 12 horas do Eurogrupo, mais um adiamento para libertar, ou não, os 31,2 mil milhões de euros que o governo grego espera desde Junho passado. Tal como Tântalo, Antonis Samaras viu, uma vez mais, a água que se escoou sem a poder beber e o vento afastar os frutos das árvores sem conseguir alcançá-los. É resistente.


    Embora reconhecendo-se que a Grécia «se portou bem», porque adoptou as medidas impostas pela troika, e com divisões mais ou menos cosméticas entre o FMI e a União Europeia, invocou-se o pretexto da necessidade de mais estudos técnicos para esconder a realidade, pura e crua, que todos conhecem: a Grécia, exaurida e arrasada por mais de cinco anos de recessão, afundar-se-á com ou sem os 31,2 mil milhões de euros.


    E nós também, infelizmente, se não aproveitarmos o pouco tempo que ainda nos resta para mudarmos de rota.
    by Joana Lopes

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  8. Na primeira pessoa


    Conheço o Sérgio Manso Pinheiro, cujo filho foi detido na passada quarta-feira, e que escreveu este texto no Facebook.

    «Parece que é possível em Portugal a polícia deter uma pessoa no Cais do Sodré (a 1,6kms da Assembleia da República), algemá-la, omitir dos familiares o local para a leva durante 3 horas (parece que se chama sequestro), apreender o telemóvel, impedir ao advogado qualquer acesso ou informação, identifica-la (e só, porque quem estava detido sabe que não se atira pedras às pessoas, que não se atira pedras aos polícias) e deixá-la às 23horas em Monsanto (sem permitir qualquer chamada a não ser já fora das instalações)…

    Detida estava também uma pessoa ferida, a quem não foi prestado ou o acesso a qualquer tratamento. O Ministro da tutela já felicitou a conduta.
    Missing, com Jack Lemmon, retrata a história do pai Americano que procura sem sucesso o seu filho desaparecido depois do golpe militar no Chile de 1973 que depôs o Presidente Salvador Allende, eleito democraticamente.»

    Posted by Joana Lopes

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  9. João Ferreira do Amaral será homenageado depois de uma carreira como professor no ISEG de que muitos de nós beneficiámos. Neste contexto, tenho andado a ler ou a reler os seus artigos sobre a integração europeia depois de Maastricht e tenho encontrado muitas razões para homenagem. Por exemplo, em 1995, Ferreira do Amaral concluía um artigo na revista Política Internacional com o realismo que marca a sua análise e que sempre contrastou com a inane sabedoria convencional nestas matérias: “O Tratado da União Europeia constituiu, no domínio económico, um verdadeiro golpe de Estado, ao impor concepções e instituições ultra-liberais aos cidadãos europeus apanhados desprevenidos. E, nem o facto deste golpe ter sido depois legitimado pelas ratificações parlamentares e por alguns referendos, pode esconder a realidade do erro histórico que se cometeu, só possível devido ao défice democrático na Europa. A parte económica do Tratado constituirá uma amarga experiência para os europeus que constatarão mais uma vez, à sua custa, que subordinar a concertação de interesses nacionais às abstracções ideológicas é a via mais rápida para o desastre.”
    Postado por João Rodrigues às 21.11.12

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