“Governo cede ao FMI dois dias depois de ter tido uma ordem dos principais bancos” “O primeiro-ministro anunciou ao país ter desistido do principal compromisso perante os portugueses: Opor-se a uma intervenção do fundo da UE e do FMI”, afirmou Francisco Louçã, após o anúncio de José Sócrates de que o Governo decidiu pedir assistência financeira à CE. Artigo | 6 Abril, 2011 - 22:46
“Em três decisões económicas desastrosas, que um ministro de finanças de esquerda nunca poderia ter aceitado, [o Governo] gastou três vezes aquilo que é o resultado para o exercício orçamental de hoje”, declarou Francisco Louçã. Francisco Louçã considerou que o Governo “cedeu” depois de “ter tido uma ordem dos principais bancos de Portugal que decidiram estrangular o apoio financeiro ao Estado” e salientou que não é pelo chumbo do PEC que o país está numa situação difícil.
O coordenador da comissão política do Bloco lembrou que “em três decisões económicas desastrosas, que um ministro de finanças de esquerda nunca poderia ter aceitado, gastou três vezes aquilo que é o resultado para o exercício orçamental de hoje”: Mil milhões de euros para submarinos, mil milhões que a PT não pagou de imposto e dois mil milhões de euros para um fundo de resgate do BPN.
O dirigente do Bloco de Esquerda considerou que o Governo não teve rigor e sublinhou que “temos uma década perdida atrás de nós”, na qual “duplicou a dívida portuguesa”, recordando que “estamos na terceira recessão da década” e que “estamos a regressar à economia de 2002”.
Francisco Louçã anunciou ainda que “o Bloco de Esquerda apresentará um plano de resposta ao endividamento para mobilizar as nossas capacidades, para proteger a economia, para nos concentrarmos no essencial”.
Governo enviou pedido de ajuda externa à Comissão Europeia José Sócrates anunciou ao país que o governo enviou um pedido de assistência financeira à CE. PSD considera pedido de ajuda “tardio”. Bloco acusa governo de desistir do “principal compromisso assumido perante os portugueses” e anuncia a apresentação, nos próximos dias, de um plano de resposta ao endividamento. Artigo | 6 Abril, 2011 - 21:18
José Sócrates anunciou ao país que governo enviou um pedido de assistência financeira para à CE. Foto de José Goulão, Lusa/Pool. Após o Negócios ter publicado durante a tarde as declarações de Teixeira dos Santos, nas quais o ministro das Finanças defendeu que “o país foi irresponsavelmente empurrado para uma situação muito difícil nos mercados financeiros” e que, perante esta “difícil situação”, “é necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro europeu em termos adequados à actual situação política”, José Sócrates veio anunciar ao país, já no final do dia, que o governo enviou um pedido de assistência financeira à Comissão Europeia (CE) para garantir as condições de financiamento da economia portuguesa.
O primeiro-ministro demissionário defendeu que “chegámos ao momento em que não tomar essa decisão” teria consequência muito nefastas para a economia portuguesa e que o que está em causa é o “interesse nacional”.
José Sócrates afirmou que a “negociação do pedido” terá os “menores custos possíveis para Portugal e para os portugueses”.
Pedro Passos Coelho, líder do PSD, ao reagir às declarações de José Sócrates, afirmou que considera o pedido de ajuda “tardio” e anunciou o seu apoio ao PS na negociação da ajuda da CE.
Governo “desistiu do principal compromisso assumido perante os portugueses”
Francisco Louçã, coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda, acusou o governo de desistir do “principal compromisso assumido perante os portugueses” ao recorrer ao financiamento da CE.
O deputado do Bloco contrariou também o argumento - a não aprovação do Programa de Estabilidade e Crescimento 2011-2014 (PEC 4) - utilizado por José Sócrates para justificar esta medida. Francisco Louçã lembrou que o valor em causa no PEC 4 é um valor ínfimo face ao valor total da dívida e esclarece que o que está realmente em causa são “problemas especulativos”.
O dirigente do Bloco recordou ainda que nos últimos 10 anos a dívida portuguesa duplicou e que esta é a terceira recessão na década em que estamos a viver. O que “é novo”, afirmou Louçã, é a cedência do governo aos mercados internacionais e à pressão exercida nos últimos dias pelos principais banqueiros do país.
Francisco Louçã lembrou também que o mesmo governo que agora anuncia a ajuda externa como necessária rejeitou as propostas do Bloco de resposta ao endividamento e foi também o mesmo governo que pagou mil milhões de euros pelos submarinos, e permitiu que a PT não pagasse em impostos esse mesmo valor.
O coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda defendeu que é necessário um enorme esforço de combate contra as dificuldades e contra o estrangulamento de uma recessão contínua que, “como os portugueses bem se lembram”, decorre da intervenção do FMI no nosso país em 1983/84.
Louçã anunciou ainda que o Bloco apresentará nos próximos dias um plano de resposta ao endividamento.
Home Print Governo “tem agora os bancos privados a morder a mão que os ajudou" O deputado do Bloco José Gusmão, reagindo às declarações dos líderes dos bancos privados, que anunciaram que não irão fazer mais empréstimos ao Estado português, afirmou que "o governo, que sacrificou o país para salvar os bancos privados, tem agora os bancos privados a morder a mão que os ajudou". Artigo | 6 Abril, 2011 - 12:24
Na passada segunda-feira, os principais banqueiros portugueses anunciaram que não iriam emprestar mais dinheiro ao Estado nos próximos meses e reclamaram um empréstimo intercalar. Foto de Paulete Matos. Perante o ultimato dos maiores banqueiros do país, que, na passada segunda-feira, anunciaram que não iriam emprestar mais dinheiro ao Estado nos próximos meses e reclamaram um empréstimo intercalar, o deputado do Bloco de Esquerda José Gusmão acusou o governo de ter promovido "uma política de benefício ao sistema financeiro".
A imposição de "garantias pagas com o dinheiro dos contribuintes à banca privada", a previsão de "um regime de privilégio fiscal para o sistema financeiro" e o " pacote de estímulo à economia” que “dedicou 60 por cento a apoiar o sistema financeiro e 1 por cento a apoiar a criação de emprego" traduziram-se num aprofundamento da crise, defendeu José Gusmão.
“Depois de o país ter empenhado o dinheiro dos contribuintes para salvar os bancos privados, os bancos privados abandonam o país na primeira oportunidade, e numa oportunidade de particulares dificuldades como é aquela que vivemos", criticou o deputado do Bloco, dizendo que se trata de "uma posição concertada de toda a banca privada".
No que respeita à "proposta de ajuda externa por parte dos bancos", José Gusmão considerou que isso é propor o "agravamento de todas as medidas que levaram ao actual contexto económico”.
Questionado pelos jornalistas sobre que medidas deve o governo português tomar, José Gusmão respondeu que "é possível haver um apoio de liquidez realizado através do banco público, os estatutos do BCE permitem-no" e que "isso seria importante para ultrapassar a situação de urgência que actualmente existe ao nível da dívida pública".
"Nós defendemos que isso deve ser feito porque não tem nada a ver com a entrada do FMI em Portugal, tem a ver com possibilidades que já estão previstas hoje no quadro institucional do Banco Central Europeu", avançou o dirigente do Bloco.
Para o Bloco, a resposta à "crise das dívidas públicas" passa por uma "renegociação das parcerias público-privadas", por "instituir mecanismos de solidariedade à escala da União Europeia" e por "criar as condições para que possa haver uma renegociação da dívida dos países que estão em maiores dificuldades".
Notas soltas sob a forma de previsões. Primeira: o termo “ajuda externa” desaparecerá rapidamente da discussão entre a generalidade dos cidadãos. Só os bancos, os economistas neoliberais e outros intelectuais disponíveis o continuarão a usar pelo tempo que a sua credibilidade reduzida permitir. Afinal de contas, a nível nacional, o capital financeiro é o putativo ganhador do anúncio que Sócrates fez hoje e que Passos Coelho se apressou a saudar, claro: depois de terem andado a “intermediar” entre o BCE e o Estado, depois de terem tido garantias e vantagens fiscais do Estado bombeiro, os bancos portugueses viraram-se directamente para o centro europeu e, revelando todo o seu poder a nível nacional, cuidam dos seus gananciosos interesses. Liquidez é a palavra-chave. Solvabilidade logo se vê.
Entretanto, as taras dos sucessivos PEC acentuar-se-ão numa intervenção externa que representa, na realidade, o seu culminar. A economia política da austeridade já é clara há algum tempo: redução dos salários directos e indirectos, também facilitada pelo crescimento de um desemprego de massas permanente. Agora temos empréstimos garantidos para ir impedindo perdas no sector financeiro do centro e de uma periferia cada vez mais subalterna.
A Grécia e a Irlanda aí estão a indicar o que acontece em intervenções externas cuja política económica é inspirada nos famosos ajustamentos estruturais de tão má memória a sul e a leste: recessões com custos sociais que são sistematicamente transferidos para as classes populares obrigadas a escolhas cada vez mais trágicas devido à fragilização da provisão pública. Tudo isto acompanhado pela venda activos nacionais a preços de saldo, o que muito agrada aos capitais que circulam por aí, mas que representa a fragilização das capacidades económicas do país. 1983 é uma má referência. Não podemos desvalorizar a moeda, o Estado não tem a presença que tinha, depois de décadas dominadas por duas desgraçadas palavras na economia: liberalização e privatização.
Uma segunda previsão: acabará definitivamente a hegemonia do europeísmo feliz do bloco central e dos seus intelectuais. A União Europeia deixará de ser sinónimo de progresso e coesão social. A natureza dos seus arranjos institucionais, desde que Maastricht abriu caminho a um euro disfuncional, já apontavam para este resultado económico das periferias. Chegou a altura do realismo: temos de lutar contra o projecto de acumulação por expropriação do que é público. Estamos no desgraçado clube PIG? O clube alargar-se-á.
Um país que se queira começar a libertar desta economia da chantagem reforçada só pode pensar numa coisa: apresentar uma proposta, articulado com quem está na mesma situação na Europa, de reestruturação da dívida e do sector financeiro, associado a um reforço do controlo politico sobre a banca, uma proposta que coloque o centro perante as suas responsabilidades. Não se trata de pedir ajuda, trata-se de criar “incentivos” para que um interesse próprio mais esclarecido possa emergir no centro europeu desta desgraça. Postado por João Rodrigues às 6.4.11
PIGs e o FMI por Bruno Sena Martins Um dos aspectos mais interessantes no processo que levou portugal a pedir ajuda ao FEEF/FMI é a bizarra ausência de uma estratégia concertada por parte dos governantes dos economias periféricas da Europa. Os PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) foram caindo na esparrela segundo a cadência imposta pelas agências de rating: cada vez que um país caía o próximo e previsível alvo puxava pelos galões, demarcando-se. À medida que foram falando com Merkel, os líderes dos PIGs jamais perceberam que estão no mesmo barco, jamais perceberam que teriam a ganhar em falar juntos para contestar a complacência da UE com a banca e com os usuários internacionais. Agora, pelo menos para a Grécia Irlanda e portugal, é demasiado tarde. A mesma reverência aos líderes da Europa que fez de Durão Barroso Presidente da Comissão Europeia inibe os governantes dos países vulneráveis de se fazerem ouvir na democracia europeia, estão mais preocupados em garantir cartas de recomendação para a próxima candidatura de emprego. No fundo, foram educados a ter da construção europeia uma visão de pobre agradecido, e ficam gratos por serem reconhecidos alunos com a qualidade da reverência. Em portugal o cordeirinho que se segue chama-se Passos Coelho, depois de PSD ter chumbado o PEC IV vem dizer que já se devia ter pedido ajuda há mais tempo. Chega.
Exigem-se coligações de urgência.
Em Portugal: gostava de ver o BE, PCP, sindicatos, geração à rasca, reformados miseráveis, desempregados de longa a lutar contra o Centrão dos Interesses que governa e depaupera Portugal há tempo de mais.
Na arena internacional: os cidadãos dos países que mais sofrem com os desmandos da especulação e com as chantagens da banca terão que lutar para mudar os governos para que estes tenham a coragem de lutar contra os mecanismos que consentem que no império da finança desregulada. Curioso: a mesma finança que destruiu as economias nacionais em 2008 chega agora para impor os seus modelos aos Estados que a salvaram.
PIGs e o FMI por Bruno Sena Martins Um dos aspectos mais interessantes no processo que levou portugal a pedir ajuda ao FEEF/FMI é a bizarra ausência de uma estratégia concertada por parte dos governantes dos economias periféricas da Europa. Os PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) foram caindo na esparrela segundo a cadência imposta pelas agências de rating: cada vez que um país caía o próximo e previsível alvo puxava pelos galões, demarcando-se. À medida que foram falando com Merkel, os líderes dos PIGs jamais perceberam que estão no mesmo barco, jamais perceberam que teriam a ganhar em falar juntos para contestar a complacência da UE com a banca e com os usuários internacionais. Agora, pelo menos para a Grécia Irlanda e portugal, é demasiado tarde. A mesma reverência aos líderes da Europa que fez de Durão Barroso Presidente da Comissão Europeia inibe os governantes dos países vulneráveis de se fazerem ouvir na democracia europeia, estão mais preocupados em garantir cartas de recomendação para a próxima candidatura de emprego. No fundo, foram educados a ter da construção europeia uma visão de pobre agradecido, e ficam gratos por serem reconhecidos alunos com a qualidade da reverência. Em portugal o cordeirinho que se segue chama-se Passos Coelho, depois de PSD ter chumbado o PEC IV vem dizer que já se devia ter pedido ajuda há mais tempo. Chega.
Exigem-se coligações de urgência.
Em Portugal: gostava de ver o BE, PCP, sindicatos, geração à rasca, reformados miseráveis, desempregados de longa a lutar contra o Centrão dos Interesses que governa e depaupera Portugal há tempo de mais.
Na arena internacional: os cidadãos dos países que mais sofrem com os desmandos da especulação e com as chantagens da banca terão que lutar para mudar os governos para que estes tenham a coragem de lutar contra os mecanismos que consentem que no império da finança desregulada. Curioso: a mesma finança que destruiu as economias nacionais em 2008 chega agora para impor os seus modelos aos Estados que a salvaram.
Luís Aguiar Conraria descobriu um excelente gráfico. Pena é a sua análise em inglês. Os privados são bons, que já se ajustaram, o Estado é mau porque ainda não o fez. É isso? Partindo da abordagem dos balanços financeiros sectoriais – onde a soma dos saldos dos sectores externo, público e privado é sempre igual a zero por definição –, tendo o saldo do sector externo um pequeno declínio porque são estruturais os problemas da inserção dependente da economia portuguesa, então o maciço, súbito e necessariamente descoordenado esforço dos privados para recomporem os seus balanços, expressão da crise global, tinha necessariamente de conduzir a um brutal aumento do défice do sector público. Aqui ou em qualquer outro país. Com este ou com outro governo. Reparem na perfeita simetria do gráfico. Eu não tenho qualquer simpatia por Sócrates e pelas suas políticas injustas, mas também não tenho simpatia pelo moralismo das finanças públicas dos economistas de bloco central, que esconde um programa imoral. Em português e agora em “estrangeiro”. Postado por João Rodrigues às 7.4.11
1. O Governo Português apresentou um pedido de resgate financeiro ao FEEF/FMI. Este pedido é o corolário de décadas de opções erradas no domínio das políticas económicas e sociais que fragilizaram o país e o tornaram refém das chantagens do poder financeiro. Nos últimos trinta anos, a acelerada desregulação e liberalização da economia, apresentadas como receita para o crescimento económico, resultou ao invés na destruição da capacidade produtiva e consequente aumento da dependência externa. Esta opção política, partilhada pelos sucessivos governos nacionais, viu as suas consequências agudizarem-se pelo espartilho neoliberal das regras orçamentais decorrentes dos tratados europeus, que sacrificaram o crescimento económico em nome da rigidez de critérios financeiros nominais inadequados às condições reais da economia portuguesa. A crescente financeirização da economia mundial, a falta de resposta atempada da UE às crises financeiras no espaço comunitário, o desajuste do Pacto de Estabilidade num contexto de crise económica e as opções de política interna, nomeadamente a imposição de vários pacotes de austeridade que nunca se auto-bastaram, levaram o país, num espaço de dez anos, de uma crise orçamental a uma crise económica e social sem precedentes.
2. O pedido de resgate agora anunciado, resultará num sequestro das reais possibilidades de combate à crise e às suas nefastas consequências económicas e sociais. Os presentes exemplos das intervenções de resgate financeiro em curso na Irlanda e na Grécia, demonstram à saciedade que somar recessão à recessão tem custos sociais incomportáveis e nenhuma eficácia no relançamento do crescimento económico.
3. Perante as actuais circunstâncias a ATTAC desenvolverá, em contacto com outras associações, movimentos e forças sociais as acções necessárias à construção de uma alternativa à crise, que desmistifique a inevitabilidade deste rumo neoliberal.
Condicionamento do eleitorado: aula de 6 de abril de 2011 Publicado por Francisco da Silva
O recurso ao FEEF/FMI antes das eleições tenta condicionar o eleitorado a votar apenas nos partidos que acordaram o seu resgate PS/PSD, pois estes como negociaram a questão, aparecem como melhor informados/preparados/relacionados para com os nossos mais recentes credores.
A sondagem que dá 6 pontos de diferença entre PS e PSD tenta condicionar os eleitores descontentes destes partidos a repensar o seu voto em BE , PCP, ou CDS, pois a parca diferença leva a pensar que será uma eleição disputada até ao último voto entre PS e PSD.
Não deixes que o Pavlov vote por ti, há mais política fora do PS(D). 1 комментарии
Quem ganha com a crise e com o FMI? Publicado por Francisco da Silva
"Percebemos nestes últimos dias que há algo novo no nosso País, é que o Governo cede ao Fundo Monetário Internacional dois dias depois de ter partido uma ordem dos principais bancos privados em Portugal"
E qual o porquê dos Banksters terem dado esta ordem ao governo?
A Bolsa de Lisboa estava entre as que mais valorizavam hoje de manhã na Europa, puxada pelas acções do sector bancário, cujas cotações disparavam após o anúncio ontem de que Portugal pediu ajuda financeira à União Europeia.
Às 8h40 as acções dos bancos eram as que mais valorizavam no PSI 20, que subia 1,40 por cento face ao fecho de ontem, com todos os títulos em alta, depois de ter começado a sessão de hoje a valorizar 1,04 por cento.
As acções do BES valorizavam 5,75 por cento, as do BCP 4,41 por cento, as do BPI 4,32 por cento e as do BANIF 3,09 por cento.
Servos Publicado por Francisco da Silva Existe uma empresa de trabalho precário, aka temporário, com o nome Servus. O único comentário que me ocorre é que ao menos uma pessoa sabe ao que vai...
A Servus actua em situações, em que uma empresa necessite de substituir temporariamente os colaboradores, como por exemplo férias, baixas médicas, licenças de parto, ou por necessidade de aumento da sua actividade laboral, limitando deste modo, as dificuldades inerentes a estes processos
A Servus pode oferecer aos seus clientes pessoal qualificado das mais variadas categorias profissionais, com uma enorme variedade de especialidades para a realização de tarefas, da mais complexa à mais simples
The Latin word for servant or slave, servus 1 комментарии
7 de Abril de 2011As vésperas do FMI Publicado por Bruno de Góis
Ontem, ao fim do dia, Sócrates, primeiro ministro de um Governo que se demitiu na sequência do chumbo do austeritário PEC4, escancarou as portas ao maior ataque austeritário em Portugal, desde o início dos anos 80. Sócrates pediu a intervenção do fundo europeu e do FMI.
Este acontecimento, que será seguramente de má-memória, deve ser enquadrado num contexto de acontecimentos que muito têm a dizer sobre o momento da luta social e política que vivemos.
... No Monde Dilpomatique (edição portuguesa), que chegará amanhã às bancas, um importante texto de Sandra Monteiro.
" (…) No fogo cruzado das acusações sobre a dissolução do Parlamento, marcadas por uma fulanização que prenuncia já a ligeireza política do debate que aí vem, tiveram de passar vários dias até que os media recentrassem a informação em matéria relevante para compreender o que se passava. Quando Pedro Passos Coelho publicou um artigo no The Wall Street Journal, destinado a tranquilizar os «mercados internacionais» quanto ao sentido da votação do seu partido, lá se disse aos portugueses que o Partido Social Democrata (PSD) se recusou a viabilizar o mais recente PEC por entender que as propostas de austeridade do governo «não iam suficientemente longe».
O «arco austeritário», de que fazem hoje parte o Partido Socialista (PS) e as formações à sua direita, mantinha-se portanto intacto. De facto, para se observar as fendas que abrem por toda a parte, o sítio para onde se deve olhar é para a vida concreta das pessoas que são atingidas pelas políticas de austeridade. (…)
Mas este programa seria também incompreensível sem a capacidade que os meios de comunicação social têm hoje de delimitar o campo do possível, afunilando o pluralismo de perspectivas e generalizando, no caso vertente, a ideia de que não há resposta viável à crise que não seja a austeridade. Não o fazem discutindo as vantagens e as desvantagens dessa resposta, convocando para o debate os seus defensores e os seus opositores. Fazem-no pressupondo que o austeritarismo é um campo consensual (mesmo que desagradável...) e, mais ainda, que é o único quadro possível e realista para a governação do país.
É isso que explica, por exemplo, que as referências na comunicação social ao que podia ser chamado um «arco da austeridade» surjam sempre na forma de «arco da governação». Mais do que exprimir a vontade de quem se opõe à austeridade de participar ou não na governação, este discurso sinaliza que esse arco não admite os anti-austeritários. (…)
É caso também para pensar na importância que os movimentos populares e toda a luta no terreno social poderão ter, neste contexto político-económico, para impedir que em breve sejamos todos confrontados com uma outra dimensão da crise, tão anunciada quanto a social e a política, que é a da corrosão dos laços de confiança e de solidariedade que tende a desintegrar as comunidades onde se permite o aprofundamento imoral das desigualdades, num fosso que de um lado acumula arrogância e do outro sofrimento. Que neste mês de Abril, 37 anos depois de a democracia ter saído à rua, os portugueses saibam recuperar na contestação ao «arco da austeridade» o que essa contestação representa de mais nobre: a defesa do «espírito da igualdade»."
O INE pede, e cito, respostas "com rigor", caso contrário o cidadão "estará a impedir a nitidez e o rigor do retrato do País e das medidas que, a partir dele, vierem a ser tomadas". No entanto, na questão sobre o modo como se exerce a profissão, o INE indica: "Se trabalha a recibos verdes mas tem um local de trabalho fixo dentro de uma empresa, subordinação hierárquica efetiva, e um horário de trabalho definido deve assinalar a opção 'trabalhador por conta de outrem'". Ou seja, neste ponto, o INE pretende rigor na falta de rigor. Há que ser rigoroso na bandalheira. Quem preenche o inquérito tem o dever de ser verdadeiro na aldrabice que vai prestar. Filosoficamente, é uma operação complexa. Se o cidadão se encontra numa situação laboral ilegal, deve assinalar que se encontra numa situação laboral legal. Se não o fizer, "estará a impedir a nitidez e o rigor do retrato do País e das medidas que, a partir dele, vierem a ser tomadas." Seria triste que, por causa de uma informação verdadeira mas fornecida com pouco rigor, fossem tomadas medidas para resolver um problema que existe mas torna o retrato do País um pouco menos nítido.
Garantida a intervenção do FMI, quase se tornam dispensáveis as eleições de Junho. A questão passa a ser quem vai aplicar a receita FEEF + FMI, com uma margem de manobra estreita. Sócrates ou Passos? O país está farto do primeiro, embora o segundo seja um oportunista de vistas curtas. Dificilmente o PS terá mais votos que o PSD.
As sondagens, bastante estáveis quando comparadas com a volatilidade financeira, apontam para uma maioria relativa PSD, que presumivelmente resultará na terceira coligação de governo PSD-CDS da história da democracia. Teoricamente, essa maioria parlamentar será de meia dúzia de deputados. O que significa que uma coligação BE-CDU, se reunisse a votação de 2009 desses partidos, seria suficiente para impedir uma maioria parlamentar de direita. E o resultado dessa coligação, a das forças anti-FMI, seria forçar um bloco central PSD-PS. Que não contaria com Sócrates (imagino que fossem buscar Amado para vice-pm de Passos). Qualquer um destes cenários políticos é péssimo. E os sociais são piores. Poderá também gostar de:
Mudanças Climáticas: convém acordar Ganhaste o Nobel da Literatura, Zavalita Vale a pena meditar nisto LinkWithin Publicado por Ricardo Alves
Os beneficiários imediatos da intervenção externa são os mesmos que a ordenaram: os bancos. Que não venham a sofrer com o FMI, mostra como o sistema é injusto e tem que ser alterado, desde logo fazendo a banca pagar um IRC a sério. Mas, independentemente da receita que agora será aplicada, vamos ter que pensar como evitaremos situações semelhantes no futuro. E persistir no modelo actual da UE, em que tudo é decidido em alemão e pensando apenas nos interesses dos países do ex-directório, será repetir um erro. Poderá também gostar de: LinkWithin Publicado por Ricardo Alves às 12:20
Freios e contrapesos na economia política por João Rodrigues É hoje consensual que o capitalismo necessita de adversários credíveis que actuem como correctivos da sua tendência para a irracionalidade e para a auto-destruição, a qual lhe advém da pulsão para funcionalizar ou destruir tudo o que pode interpor-se no seu inexorável caminho para a acumulação infinita de riqueza, por mais anti-sociais e injustas que sejam as consequências.
(…)
É possível imaginar duas vias por onde pode surgir um tal adversário. A primeira é a via institucional: líderes democraticamente eleitos reúnem o consenso das classes populares (contra os media conservadores e os economistas encartados) para praticar um acto de desobediência civil contra os credores e o FMI, aguentam a turbulência criada e relançam a economia do país com maior inclusão social. Foi isto que fez Nestor Kirchner, Presidente da Argentina, em 2003.
(…)
A segunda via é extra-institucional e consiste na rebelião dos cidadãos inconformados com o sequestro da democracia por parte dos mercados financeiros e com a queda na miséria de quem já é pobre e na pobreza de quem era remediado. A rebelião ocorre na rua mas visa pressionar as instituições a devolver a democracia aos cidadãos. É isto que está a ocorrer na Islândia.
Pobres standards... por João Rodrigues António Nogueira Leite, coleccionador de lugares nos conselhos de administração dos grupos económicos rentistas, afirmou ontem à noite na TVI24 que é preciso mudar as “preferências” dos portugueses. Já Thatcher dizia que a economia era só um método para alcançar o objectivo final que seria “mudar a alma”. Exemplos daquilo a que os portugueses têm de se desabituar, segundo Nogueira Leite: polidesportivos e bibliotecas, “por esse país fora, vazias e com livros que ninguém lê” (cito de memória, mas a ideia era essa). A intervenção externa, que na novilíngua ainda em vigor passa por ajuda externa, tal como a expropriação financeira efectuada pelos bancos passou por ajuda ao Estado, é uma aliança entre o poder sem legitimidade democrática, via FEEF/FMI, e a selvajaria destas elites nacionais que não escondem o desprezo por serviços públicos que não usam. Preconceito de classe e ignorância andam sempre de braço dado. Um certo conhecimento é posto ao serviço do poder financeiro. A ideia é destruir o que tem sobretudo valor de uso e favorecer a apropriação privada, a preço de saldo, do que tem valor de uso e muito valor de troca. O resto da radicalização da economia política da austeridade é o que se sabe: baixar ainda mais salários directos e indirectos, o que também é ajudado pelo desemprego de massas. Já agora: a petição pelo pluralismo no debate económico-político ganha uma infeliz actualidade sempre que a coisa aperta.
Vai pintar um clima por Miguel Cardina Um calor infernal invade o país. Há quem fale de uma normal e passageira antecipação do Verão. A mim parece-me já o FMI a fritar-nos em lume brando. O FMI não, que isso lembra ditaduras militares na América Latina, canções a preto e branco e expressões como «carestia de vida». Não, o que virá é o FEEF, que sendo um fundo e europeu remete-nos mais para auto-estradas, estufas no Alentejo e oportunidades de negócio para escritórios de advogados e empresas de consultoria. Ou então tanto faz o nome desde que se accionem os eufemismos: resgate, ajuda, auxílio, estabilização, assistência financeira. Espera-nos um plano de austeridade que será caucionado pelos partidos que nos governam há décadas e que terá tão poucos matizes essenciais quanto maior for o apelo à inevitabilidade. E vai ser grande. É preciso rasurar as possibilidades de um outro caminho e omitir a injustiça dos cortes que se preparam: ao mesmo tempo que a banca paga menos IRC que o Sr. Reis da mercearia, perspectivam-se reduções nos salários, subsídios e pensões; ao mesmo tempo que as Parcerias Público-Privadas continuarão a alimentar clientelas económicas teme-se que um machado venha a pairar sobre a saúde e a educação públicas; ao mesmo tempo que o discurso político-económico entrará numa modorra monolítica, o país entrará em recessão. Mas também podemos ser um nadinha optimistas: ao mesmo tempo que a política austeritária e o discurso das inevitabilidades formarão um bloco coeso, crescerá a necessidade de uma alternativa. Hoje é dia 7 de Abril e um calor infernal invade o país. Uma inglesa com as costas cor de camarão confessa ao seu parceiro: «what a nice weather». E ainda não viram nada.
Já não havia paciência para o narcisismo e a vacuidade do Sócrates, para começar a perdê-la com as mesmas características do P. Coelho. Sócrates era a verborreia, Coelho é o vazio!
Função Pública faz greve a 6 de Maio Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública mobiliza trabalhadores em defesa dos Serviços Públicos e contra a imposição de mais sacrifícios. 7 Abril, 2011 - 17:57
A Federação considera que os partidos do bloco central (PS e PSD) “preparam-se para dar continuidade à destruição da Administração Pública". A Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública anunciou esta quinta-feira a convocatória de uma greve nacional da Função Pública para o próximo dia 6 de Maio, “para exigir uma mudança de rumo político para o País que garanta a defesa dos Serviços Públicos e dos trabalhadores deste sector. ”
A Federação considera que os partidos do bloco central (PS e PSD) “preparam-se para dar continuidade à destruição da Administração Pública e à imposição de mais sacrifícios aos trabalhadores”, citando o que era o conteúdo do PEC IV ou as propostas do PSD de redução da intervenção e dimensão do Estado, “a que se somarão as medidas associadas à 'ajuda' da União Europeia e do FMI ”.
O comunicado da Federação termina com um apelo aos trabalhadores da Função Pública para a mobilização contra esta política de direita e afirma que “o momento de afirmar com convicção isto mesmo é este período pré-eleitoral. ”
Bloco rejeita recurso a FMI e UE e propõe auditoria de toda a dívida externa Francisco Louçã declara que o recurso ao FMI e à UE não é uma ajuda, mas um “bailout” que “tem o preço de imposição de medidas duríssimas contra salários e pensões”. No novo contexto criado pelo pedido de intervenção do FEEF-FMI, o Bloco exige auditoria a toda a dívida externa, pública e privada, e apresenta outras propostas. 7 Abril, 2011 - 17:21
Francisco Louçã mostra como os juros da dívida subiram sempre, após os sucessivos PEC - Foto de Paulete Matos Em conferência de imprensa, Francisco Louçã afirmou que José Sócrates desistiu da sua promessa mais solene e responsabilizou PS e PSD pelos sucessivos PEC, que conduziram à situação actual e a uma gravíssima recessão.
O dirigente do Bloco apontou também que o Governo desistiu de outras soluções possíveis para enfrentar as dificuldades de financiamento imediatas, de Abril e Maio. O Bloco propôs “uma intervenção que sustentasse a liquidez do Estado” através do apoio do Banco Central Europeu (BCE) por via da Caixa Geral de Depósitos, que o Governo não aceitou. O Governo do PS também não aceitou uma segunda proposta feita pelo Bloco: a “acção conjugada dos países ameaçados” em relação à UE, “que os empurra para o abismo”.
Francisco Louçã criticou os sucessivos PEC que agravaram a situação do país e os ataques especulativos, mostrando um gráfico (ver gráfico) em que se relaciona os PEC com os juros da dívida e que comprova que a cada PEC os juros da dívida cresceram sempre. Este facto mostra também, que Sócrates não tem razão ao justificar o aumento dos juros com a não aprovação do PEC IV.
Francisco Louçã apresentou as propostas do Bloco, perante o novo contexto do pedido de intervenção ao FEEF-FMI, exigindo uma auditoria de toda a dívida externa, pública e privada. A auditoria visa determinar a reestruturação da dívida – dos prazos e das condições - e a recusa das parcelas inaceitáveis, nomeadamente as derivadas de juros excessivos.
O coordenador da comissão política do Bloco de Esquerda afirmou que o partido não desistirá da consolidação orçamental, defendendo uma reforma fiscal, em combate à evasão fiscal, e a renegociação das Parcerias Público-Privadas.
Francisco Louçã apelou à mobilização social e alertou também contra as ameaças de cortes de serviços públicos essenciais, de pensões e salários, nomeadamente contra possíveis ataques contra os 13º e 14º meses.
1. O Governo Português apresentou um pedido de resgate financeiro ao FEEF/FMI. Este pedido é o corolário de décadas de opções erradas no domínio das políticas económicas e sociais que fragilizaram o país e o tornaram refém das chantagens do poder financeiro. Nos últimos trinta anos, a acelerada desregulação e liberalização da economia, apresentadas como receita para o crescimento económico, resultou ao invés na destruição da capacidade produtiva e consequente aumento da dependência externa. Esta opção política, partilhada pelos sucessivos governos nacionais, viu as suas consequências agudizarem-se pelo espartilho neoliberal das regras orçamentais decorrentes dos tratados europeus, que sacrificaram o crescimento económico em nome da rigidez de critérios financeiros nominais inadequados às condições reais da economia portuguesa. A crescente financeirização da economia mundial, a falta de resposta atempada da UE às crises financeiras no espaço comunitário, o desajuste do Pacto de Estabilidade num contexto de crise económica e as opções de política interna, nomeadamente a imposição de vários pacotes de austeridade que nunca se auto-bastaram, levaram o país, num espaço de dez anos, de uma crise orçamental a uma crise económica e social sem precedentes. 2. O pedido de resgate agora anunciado, resultará num sequestro das reais possibilidades de combate à crise e às suas nefastas consequências económicas e sociais. Os presentes exemplos das intervenções de resgate financeiro em curso na Irlanda e na Grécia, demonstram à saciedade que somar recessão à recessão tem custos sociais incomportáveis e nenhuma eficácia no relançamento do crescimento económico. 3. Perante as actuais circunstâncias a ATTAC desenvolverá, em contacto com outras associações, movimentos e forças sociais as acções necessárias à construção de uma alternativa à crise, que desmistifique a inevitabilidade deste rumo neoliberal.
Estamos mesmo tod@s fodid@s mas há uns que não estão nada, mesmo nada e portanto temos que relativizar o tod@s! Esta gente é mesmo um nojo, quer olhe de esguelha, quer olhe de frente. bj
Dívida privada, factura pública Strauss-Kahn, director do FMI, diz que o problema português não é tanto a dívida pública como a dívida privada e o financiamento dos bancos, esses mesmo que distribuem dividendos obscenos e que atribuem regalias principescas aos chefes. Mas se a dívida é privada porque é que a factura é pública? Porque é que os lucros são privados e os prejuízos nacionalizados?
“Governo cede ao FMI dois dias depois de ter tido uma ordem dos principais bancos”
ResponderEliminar“O primeiro-ministro anunciou ao país ter desistido do principal compromisso perante os portugueses: Opor-se a uma intervenção do fundo da UE e do FMI”, afirmou Francisco Louçã, após o anúncio de José Sócrates de que o Governo decidiu pedir assistência financeira à CE.
Artigo | 6 Abril, 2011 - 22:46
“Em três decisões económicas desastrosas, que um ministro de finanças de esquerda nunca poderia ter aceitado, [o Governo] gastou três vezes aquilo que é o resultado para o exercício orçamental de hoje”, declarou Francisco Louçã. Francisco Louçã considerou que o Governo “cedeu” depois de “ter tido uma ordem dos principais bancos de Portugal que decidiram estrangular o apoio financeiro ao Estado” e salientou que não é pelo chumbo do PEC que o país está numa situação difícil.
O coordenador da comissão política do Bloco lembrou que “em três decisões económicas desastrosas, que um ministro de finanças de esquerda nunca poderia ter aceitado, gastou três vezes aquilo que é o resultado para o exercício orçamental de hoje”: Mil milhões de euros para submarinos, mil milhões que a PT não pagou de imposto e dois mil milhões de euros para um fundo de resgate do BPN.
O dirigente do Bloco de Esquerda considerou que o Governo não teve rigor e sublinhou que “temos uma década perdida atrás de nós”, na qual “duplicou a dívida portuguesa”, recordando que “estamos na terceira recessão da década” e que “estamos a regressar à economia de 2002”.
Francisco Louçã anunciou ainda que “o Bloco de Esquerda apresentará um plano de resposta ao endividamento para mobilizar as nossas capacidades, para proteger a economia, para nos concentrarmos no essencial”.
Governo enviou pedido de ajuda externa à Comissão Europeia
ResponderEliminarJosé Sócrates anunciou ao país que o governo enviou um pedido de assistência financeira à CE. PSD considera pedido de ajuda “tardio”. Bloco acusa governo de desistir do “principal compromisso assumido perante os portugueses” e anuncia a apresentação, nos próximos dias, de um plano de resposta ao endividamento.
Artigo | 6 Abril, 2011 - 21:18
José Sócrates anunciou ao país que governo enviou um pedido de assistência financeira para à CE. Foto de José Goulão, Lusa/Pool. Após o Negócios ter publicado durante a tarde as declarações de Teixeira dos Santos, nas quais o ministro das Finanças defendeu que “o país foi irresponsavelmente empurrado para uma situação muito difícil nos mercados financeiros” e que, perante esta “difícil situação”, “é necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro europeu em termos adequados à actual situação política”, José Sócrates veio anunciar ao país, já no final do dia, que o governo enviou um pedido de assistência financeira à Comissão Europeia (CE) para garantir as condições de financiamento da economia portuguesa.
O primeiro-ministro demissionário defendeu que “chegámos ao momento em que não tomar essa decisão” teria consequência muito nefastas para a economia portuguesa e que o que está em causa é o “interesse nacional”.
José Sócrates afirmou que a “negociação do pedido” terá os “menores custos possíveis para Portugal e para os portugueses”.
Pedro Passos Coelho, líder do PSD, ao reagir às declarações de José Sócrates, afirmou que considera o pedido de ajuda “tardio” e anunciou o seu apoio ao PS na negociação da ajuda da CE.
Governo “desistiu do principal compromisso assumido perante os portugueses”
Francisco Louçã, coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda, acusou o governo de desistir do “principal compromisso assumido perante os portugueses” ao recorrer ao financiamento da CE.
O deputado do Bloco contrariou também o argumento - a não aprovação do Programa de Estabilidade e Crescimento 2011-2014 (PEC 4) - utilizado por José Sócrates para justificar esta medida. Francisco Louçã lembrou que o valor em causa no PEC 4 é um valor ínfimo face ao valor total da dívida e esclarece que o que está realmente em causa são “problemas especulativos”.
O dirigente do Bloco recordou ainda que nos últimos 10 anos a dívida portuguesa duplicou e que esta é a terceira recessão na década em que estamos a viver. O que “é novo”, afirmou Louçã, é a cedência do governo aos mercados internacionais e à pressão exercida nos últimos dias pelos principais banqueiros do país.
Francisco Louçã lembrou também que o mesmo governo que agora anuncia a ajuda externa como necessária rejeitou as propostas do Bloco de resposta ao endividamento e foi também o mesmo governo que pagou mil milhões de euros pelos submarinos, e permitiu que a PT não pagasse em impostos esse mesmo valor.
O coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda defendeu que é necessário um enorme esforço de combate contra as dificuldades e contra o estrangulamento de uma recessão contínua que, “como os portugueses bem se lembram”, decorre da intervenção do FMI no nosso país em 1983/84.
Louçã anunciou ainda que o Bloco apresentará nos próximos dias um plano de resposta ao endividamento.
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Governo “tem agora os bancos privados a morder a mão que os ajudou"
O deputado do Bloco José Gusmão, reagindo às declarações dos líderes dos bancos privados, que anunciaram que não irão fazer mais empréstimos ao Estado português, afirmou que "o governo, que sacrificou o país para salvar os bancos privados, tem agora os bancos privados a morder a mão que os ajudou".
Artigo | 6 Abril, 2011 - 12:24
Na passada segunda-feira, os principais banqueiros portugueses anunciaram que não iriam emprestar mais dinheiro ao Estado nos próximos meses e reclamaram um empréstimo intercalar. Foto de Paulete Matos. Perante o ultimato dos maiores banqueiros do país, que, na passada segunda-feira, anunciaram que não iriam emprestar mais dinheiro ao Estado nos próximos meses e reclamaram um empréstimo intercalar, o deputado do Bloco de Esquerda José Gusmão acusou o governo de ter promovido "uma política de benefício ao sistema financeiro".
A imposição de "garantias pagas com o dinheiro dos contribuintes à banca privada", a previsão de "um regime de privilégio fiscal para o sistema financeiro" e o " pacote de estímulo à economia” que “dedicou 60 por cento a apoiar o sistema financeiro e 1 por cento a apoiar a criação de emprego" traduziram-se num aprofundamento da crise, defendeu José Gusmão.
“Depois de o país ter empenhado o dinheiro dos contribuintes para salvar os bancos privados, os bancos privados abandonam o país na primeira oportunidade, e numa oportunidade de particulares dificuldades como é aquela que vivemos", criticou o deputado do Bloco, dizendo que se trata de "uma posição concertada de toda a banca privada".
No que respeita à "proposta de ajuda externa por parte dos bancos", José Gusmão considerou que isso é propor o "agravamento de todas as medidas que levaram ao actual contexto económico”.
Questionado pelos jornalistas sobre que medidas deve o governo português tomar, José Gusmão respondeu que "é possível haver um apoio de liquidez realizado através do banco público, os estatutos do BCE permitem-no" e que "isso seria importante para ultrapassar a situação de urgência que actualmente existe ao nível da dívida pública".
"Nós defendemos que isso deve ser feito porque não tem nada a ver com a entrada do FMI em Portugal, tem a ver com possibilidades que já estão previstas hoje no quadro institucional do Banco Central Europeu", avançou o dirigente do Bloco.
Para o Bloco, a resposta à "crise das dívidas públicas" passa por uma "renegociação das parcerias público-privadas", por "instituir mecanismos de solidariedade à escala da União Europeia" e por "criar as condições para que possa haver uma renegociação da dívida dos países que estão em maiores dificuldades".
Não é ajuda o que está em cima da mesa
ResponderEliminarNotas soltas sob a forma de previsões. Primeira: o termo “ajuda externa” desaparecerá rapidamente da discussão entre a generalidade dos cidadãos. Só os bancos, os economistas neoliberais e outros intelectuais disponíveis o continuarão a usar pelo tempo que a sua credibilidade reduzida permitir. Afinal de contas, a nível nacional, o capital financeiro é o putativo ganhador do anúncio que Sócrates fez hoje e que Passos Coelho se apressou a saudar, claro: depois de terem andado a “intermediar” entre o BCE e o Estado, depois de terem tido garantias e vantagens fiscais do Estado bombeiro, os bancos portugueses viraram-se directamente para o centro europeu e, revelando todo o seu poder a nível nacional, cuidam dos seus gananciosos interesses. Liquidez é a palavra-chave. Solvabilidade logo se vê.
Entretanto, as taras dos sucessivos PEC acentuar-se-ão numa intervenção externa que representa, na realidade, o seu culminar. A economia política da austeridade já é clara há algum tempo: redução dos salários directos e indirectos, também facilitada pelo crescimento de um desemprego de massas permanente. Agora temos empréstimos garantidos para ir impedindo perdas no sector financeiro do centro e de uma periferia cada vez mais subalterna.
A Grécia e a Irlanda aí estão a indicar o que acontece em intervenções externas cuja política económica é inspirada nos famosos ajustamentos estruturais de tão má memória a sul e a leste: recessões com custos sociais que são sistematicamente transferidos para as classes populares obrigadas a escolhas cada vez mais trágicas devido à fragilização da provisão pública. Tudo isto acompanhado pela venda activos nacionais a preços de saldo, o que muito agrada aos capitais que circulam por aí, mas que representa a fragilização das capacidades económicas do país. 1983 é uma má referência. Não podemos desvalorizar a moeda, o Estado não tem a presença que tinha, depois de décadas dominadas por duas desgraçadas palavras na economia: liberalização e privatização.
Uma segunda previsão: acabará definitivamente a hegemonia do europeísmo feliz do bloco central e dos seus intelectuais. A União Europeia deixará de ser sinónimo de progresso e coesão social. A natureza dos seus arranjos institucionais, desde que Maastricht abriu caminho a um euro disfuncional, já apontavam para este resultado económico das periferias. Chegou a altura do realismo: temos de lutar contra o projecto de acumulação por expropriação do que é público. Estamos no desgraçado clube PIG? O clube alargar-se-á.
Um país que se queira começar a libertar desta economia da chantagem reforçada só pode pensar numa coisa: apresentar uma proposta, articulado com quem está na mesma situação na Europa, de reestruturação da dívida e do sector financeiro, associado a um reforço do controlo politico sobre a banca, uma proposta que coloque o centro perante as suas responsabilidades. Não se trata de pedir ajuda, trata-se de criar “incentivos” para que um interesse próprio mais esclarecido possa emergir no centro europeu desta desgraça.
Postado por João Rodrigues às 6.4.11
PIGs e o FMI
ResponderEliminarpor Bruno Sena Martins
Um dos aspectos mais interessantes no processo que levou portugal a pedir ajuda ao FEEF/FMI é a bizarra ausência de uma estratégia concertada por parte dos governantes dos economias periféricas da Europa. Os PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) foram caindo na esparrela segundo a cadência imposta pelas agências de rating: cada vez que um país caía o próximo e previsível alvo puxava pelos galões, demarcando-se. À medida que foram falando com Merkel, os líderes dos PIGs jamais perceberam que estão no mesmo barco, jamais perceberam que teriam a ganhar em falar juntos para contestar a complacência da UE com a banca e com os usuários internacionais. Agora, pelo menos para a Grécia Irlanda e portugal, é demasiado tarde. A mesma reverência aos líderes da Europa que fez de Durão Barroso Presidente da Comissão Europeia inibe os governantes dos países vulneráveis de se fazerem ouvir na democracia europeia, estão mais preocupados em garantir cartas de recomendação para a próxima candidatura de emprego. No fundo, foram educados a ter da construção europeia uma visão de pobre agradecido, e ficam gratos por serem reconhecidos alunos com a qualidade da reverência. Em portugal o cordeirinho que se segue chama-se Passos Coelho, depois de PSD ter chumbado o PEC IV vem dizer que já se devia ter pedido ajuda há mais tempo. Chega.
Exigem-se coligações de urgência.
Em Portugal: gostava de ver o BE, PCP, sindicatos, geração à rasca, reformados miseráveis, desempregados de longa a lutar contra o Centrão dos Interesses que governa e depaupera Portugal há tempo de mais.
Na arena internacional: os cidadãos dos países que mais sofrem com os desmandos da especulação e com as chantagens da banca terão que lutar para mudar os governos para que estes tenham a coragem de lutar contra os mecanismos que consentem que no império da finança desregulada. Curioso: a mesma finança que destruiu as economias nacionais em 2008 chega agora para impor os seus modelos aos Estados que a salvaram.
PIGs e o FMI
ResponderEliminarpor Bruno Sena Martins
Um dos aspectos mais interessantes no processo que levou portugal a pedir ajuda ao FEEF/FMI é a bizarra ausência de uma estratégia concertada por parte dos governantes dos economias periféricas da Europa. Os PIGS (Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha) foram caindo na esparrela segundo a cadência imposta pelas agências de rating: cada vez que um país caía o próximo e previsível alvo puxava pelos galões, demarcando-se. À medida que foram falando com Merkel, os líderes dos PIGs jamais perceberam que estão no mesmo barco, jamais perceberam que teriam a ganhar em falar juntos para contestar a complacência da UE com a banca e com os usuários internacionais. Agora, pelo menos para a Grécia Irlanda e portugal, é demasiado tarde. A mesma reverência aos líderes da Europa que fez de Durão Barroso Presidente da Comissão Europeia inibe os governantes dos países vulneráveis de se fazerem ouvir na democracia europeia, estão mais preocupados em garantir cartas de recomendação para a próxima candidatura de emprego. No fundo, foram educados a ter da construção europeia uma visão de pobre agradecido, e ficam gratos por serem reconhecidos alunos com a qualidade da reverência. Em portugal o cordeirinho que se segue chama-se Passos Coelho, depois de PSD ter chumbado o PEC IV vem dizer que já se devia ter pedido ajuda há mais tempo. Chega.
Exigem-se coligações de urgência.
Em Portugal: gostava de ver o BE, PCP, sindicatos, geração à rasca, reformados miseráveis, desempregados de longa a lutar contra o Centrão dos Interesses que governa e depaupera Portugal há tempo de mais.
Na arena internacional: os cidadãos dos países que mais sofrem com os desmandos da especulação e com as chantagens da banca terão que lutar para mudar os governos para que estes tenham a coragem de lutar contra os mecanismos que consentem que no império da finança desregulada. Curioso: a mesma finança que destruiu as economias nacionais em 2008 chega agora para impor os seus modelos aos Estados que a salvaram.
Balanços sectoriais sem moralismo
ResponderEliminarLuís Aguiar Conraria descobriu um excelente gráfico. Pena é a sua análise em inglês. Os privados são bons, que já se ajustaram, o Estado é mau porque ainda não o fez. É isso? Partindo da abordagem dos balanços financeiros sectoriais – onde a soma dos saldos dos sectores externo, público e privado é sempre igual a zero por definição –, tendo o saldo do sector externo um pequeno declínio porque são estruturais os problemas da inserção dependente da economia portuguesa, então o maciço, súbito e necessariamente descoordenado esforço dos privados para recomporem os seus balanços, expressão da crise global, tinha necessariamente de conduzir a um brutal aumento do défice do sector público. Aqui ou em qualquer outro país. Com este ou com outro governo. Reparem na perfeita simetria do gráfico. Eu não tenho qualquer simpatia por Sócrates e pelas suas políticas injustas, mas também não tenho simpatia pelo moralismo das finanças públicas dos economistas de bloco central, que esconde um programa imoral. Em português e agora em “estrangeiro”.
Postado por João Rodrigues às 7.4.11
Pedido de Resgate Financeiro do Estado Português
ResponderEliminarRESGATAR OS CREDORES, SEQUESTRAR DOS DEVEDORES
1. O Governo Português apresentou um pedido de resgate financeiro ao FEEF/FMI. Este pedido é o corolário de décadas de opções erradas no domínio das políticas económicas e sociais que fragilizaram o país e o tornaram refém das chantagens do poder financeiro. Nos últimos trinta anos, a acelerada desregulação e liberalização da economia, apresentadas como receita para o crescimento económico, resultou ao invés na destruição da capacidade produtiva e consequente aumento da dependência externa. Esta opção política, partilhada pelos sucessivos governos nacionais, viu as suas consequências agudizarem-se pelo espartilho neoliberal das regras orçamentais decorrentes dos tratados europeus, que sacrificaram o crescimento económico em nome da rigidez de critérios financeiros nominais inadequados às condições reais da economia portuguesa. A crescente financeirização da economia mundial, a falta de resposta atempada da UE às crises financeiras no espaço comunitário, o desajuste do Pacto de Estabilidade num contexto de crise económica e as opções de política interna, nomeadamente a imposição de vários pacotes de austeridade que nunca se auto-bastaram, levaram o país, num espaço de dez anos, de uma crise orçamental a uma crise económica e social sem precedentes.
2. O pedido de resgate agora anunciado, resultará num sequestro das reais possibilidades de combate à crise e às suas nefastas consequências económicas e sociais. Os presentes exemplos das intervenções de resgate financeiro em curso na Irlanda e na Grécia, demonstram à saciedade que somar recessão à recessão tem custos sociais incomportáveis e nenhuma eficácia no relançamento do crescimento económico.
3. Perante as actuais circunstâncias a ATTAC desenvolverá, em contacto com outras associações, movimentos e forças sociais as acções necessárias à construção de uma alternativa à crise, que desmistifique a inevitabilidade deste rumo neoliberal.
ATTAC Portugal
Condicionamento do eleitorado: aula de 6 de abril de 2011
ResponderEliminarPublicado por Francisco da Silva
O recurso ao FEEF/FMI antes das eleições tenta condicionar o eleitorado a votar apenas nos partidos que acordaram o seu resgate PS/PSD, pois estes como negociaram a questão, aparecem como melhor informados/preparados/relacionados para com os nossos mais recentes credores.
A sondagem que dá 6 pontos de diferença entre PS e PSD tenta condicionar os eleitores descontentes destes partidos a repensar o seu voto em BE , PCP, ou CDS, pois a parca diferença leva a pensar que será uma eleição disputada até ao último voto entre PS e PSD.
Não deixes que o Pavlov vote por ti, há mais política fora do PS(D).
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Quem ganha com a crise e com o FMI?
ResponderEliminarPublicado por Francisco da Silva
"Percebemos nestes últimos dias que há algo novo no nosso País, é que o Governo cede ao Fundo Monetário Internacional dois dias depois de ter partido uma ordem dos principais bancos privados em Portugal"
E qual o porquê dos Banksters terem dado esta ordem ao governo?
A Bolsa de Lisboa estava entre as que mais valorizavam hoje de manhã na Europa, puxada pelas acções do sector bancário, cujas cotações disparavam após o anúncio ontem de que Portugal pediu ajuda financeira à União Europeia.
Às 8h40 as acções dos bancos eram as que mais valorizavam no PSI 20, que subia 1,40 por cento face ao fecho de ontem, com todos os títulos em alta, depois de ter começado a sessão de hoje a valorizar 1,04 por cento.
As acções do BES valorizavam 5,75 por cento, as do BCP 4,41 por cento, as do BPI 4,32 por cento e as do BANIF 3,09 por cento.
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Servos
ResponderEliminarPublicado por Francisco da Silva
Existe uma empresa de trabalho precário, aka temporário, com o nome Servus.
O único comentário que me ocorre é que ao menos uma pessoa sabe ao que vai...
A Servus actua em situações, em que uma empresa necessite de substituir temporariamente os colaboradores, como por exemplo férias, baixas médicas, licenças de parto, ou por necessidade de aumento da sua actividade laboral, limitando deste modo, as dificuldades inerentes a estes processos
A Servus pode oferecer aos seus clientes pessoal qualificado das mais variadas categorias profissionais, com uma enorme variedade de especialidades para a realização de tarefas, da mais complexa à mais simples
The Latin word for servant or slave, servus
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7 de Abril de 2011As vésperas do FMI
ResponderEliminarPublicado por Bruno de Góis
Ontem, ao fim do dia, Sócrates, primeiro ministro de um Governo que se demitiu na sequência do chumbo do austeritário PEC4, escancarou as portas ao maior ataque austeritário em Portugal, desde o início dos anos 80. Sócrates pediu a intervenção do fundo europeu e do FMI.
Este acontecimento, que será seguramente de má-memória, deve ser enquadrado num contexto de acontecimentos que muito têm a dizer sobre o momento da luta social e política que vivemos.
(Ver mais, aqui)
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O arco da austeridade
ResponderEliminar...
No Monde Dilpomatique (edição portuguesa), que chegará amanhã às bancas, um importante texto de Sandra Monteiro.
" (…) No fogo cruzado das acusações sobre a dissolução do Parlamento, marcadas por uma fulanização que prenuncia já a ligeireza política do debate que aí vem, tiveram de passar vários dias até que os media recentrassem a informação em matéria relevante para compreender o que se passava. Quando Pedro Passos Coelho publicou um artigo no The Wall Street Journal, destinado a tranquilizar os «mercados internacionais» quanto ao sentido da votação do seu partido, lá se disse aos portugueses que o Partido Social Democrata (PSD) se recusou a viabilizar o mais recente PEC por entender que as propostas de austeridade do governo «não iam suficientemente longe».
O «arco austeritário», de que fazem hoje parte o Partido Socialista (PS) e as formações à sua direita, mantinha-se portanto intacto. De facto, para se observar as fendas que abrem por toda a parte, o sítio para onde se deve olhar é para a vida concreta das pessoas que são atingidas pelas políticas de austeridade. (…)
Mas este programa seria também incompreensível sem a capacidade que os meios de comunicação social têm hoje de delimitar o campo do possível, afunilando o pluralismo de perspectivas e generalizando, no caso vertente, a ideia de que não há resposta viável à crise que não seja a austeridade. Não o fazem discutindo as vantagens e as desvantagens dessa resposta, convocando para o debate os seus defensores e os seus opositores. Fazem-no pressupondo que o austeritarismo é um campo consensual (mesmo que desagradável...) e, mais ainda, que é o único quadro possível e realista para a governação do país.
É isso que explica, por exemplo, que as referências na comunicação social ao que podia ser chamado um «arco da austeridade» surjam sempre na forma de «arco da governação». Mais do que exprimir a vontade de quem se opõe à austeridade de participar ou não na governação, este discurso sinaliza que esse arco não admite os anti-austeritários. (…)
É caso também para pensar na importância que os movimentos populares e toda a luta no terreno social poderão ter, neste contexto político-económico, para impedir que em breve sejamos todos confrontados com uma outra dimensão da crise, tão anunciada quanto a social e a política, que é a da corrosão dos laços de confiança e de solidariedade que tende a desintegrar as comunidades onde se permite o aprofundamento imoral das desigualdades, num fosso que de um lado acumula arrogância e do outro sofrimento. Que neste mês de Abril, 37 anos depois de a democracia ter saído à rua, os portugueses saibam recuperar na contestação ao «arco da austeridade» o que essa contestação representa de mais nobre: a defesa do «espírito da igualdade»."
Posted by Joana Lopes
The day after
ResponderEliminar«Que barulho é este? É o som de Portugal esmagado
debaixo da banca, por detrás do estardalhaço
da Europa a desconjuntar-se.»
Posted by Joana Lopes
Portugal - um retrato social
ResponderEliminarpor Ricardo Noronha
O INE pede, e cito, respostas "com rigor", caso contrário o cidadão "estará a impedir a nitidez e o rigor do retrato do País e das medidas que, a partir dele, vierem a ser tomadas". No entanto, na questão sobre o modo como se exerce a profissão, o INE indica: "Se trabalha a recibos verdes mas tem um local de trabalho fixo dentro de uma empresa, subordinação hierárquica efetiva, e um horário de trabalho definido deve assinalar a opção 'trabalhador por conta de outrem'". Ou seja, neste ponto, o INE pretende rigor na falta de rigor. Há que ser rigoroso na bandalheira.
Quem preenche o inquérito tem o dever de ser verdadeiro na aldrabice que vai prestar. Filosoficamente, é uma operação complexa. Se o cidadão se encontra numa situação laboral ilegal, deve assinalar que se encontra numa situação laboral legal. Se não o fizer, "estará a impedir a nitidez e o rigor do retrato do País e das medidas que, a partir dele, vierem a ser tomadas." Seria triste que, por causa de uma informação verdadeira mas fornecida com pouco rigor, fossem tomadas medidas para resolver um problema que existe mas torna o retrato do País um pouco menos nítido.
Quer o FMI com molho socrático ou à moda de PPC?
ResponderEliminarGarantida a intervenção do FMI, quase se tornam dispensáveis as eleições de Junho. A questão passa a ser quem vai aplicar a receita FEEF + FMI, com uma margem de manobra estreita. Sócrates ou Passos? O país está farto do primeiro, embora o segundo seja um oportunista de vistas curtas. Dificilmente o PS terá mais votos que o PSD.
As sondagens, bastante estáveis quando comparadas com a volatilidade financeira, apontam para uma maioria relativa PSD, que presumivelmente resultará na terceira coligação de governo PSD-CDS da história da democracia. Teoricamente, essa maioria parlamentar será de meia dúzia de deputados. O que significa que uma coligação BE-CDU, se reunisse a votação de 2009 desses partidos, seria suficiente para impedir uma maioria parlamentar de direita. E o resultado dessa coligação, a das forças anti-FMI, seria forçar um bloco central PSD-PS. Que não contaria com Sócrates (imagino que fossem buscar Amado para vice-pm de Passos). Qualquer um destes cenários políticos é péssimo. E os sociais são piores.
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Publicado por Ricardo Alves
A quem beneficia o crime?
ResponderEliminarOs beneficiários imediatos da intervenção externa são os mesmos que a ordenaram: os bancos. Que não venham a sofrer com o FMI, mostra como o sistema é injusto e tem que ser alterado, desde logo fazendo a banca pagar um IRC a sério. Mas, independentemente da receita que agora será aplicada, vamos ter que pensar como evitaremos situações semelhantes no futuro. E persistir no modelo actual da UE, em que tudo é decidido em alemão e pensando apenas nos interesses dos países do ex-directório, será repetir um erro.
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Publicado por Ricardo Alves às 12:20
Freios e contrapesos na economia política
ResponderEliminarpor João Rodrigues
É hoje consensual que o capitalismo necessita de adversários credíveis que actuem como correctivos da sua tendência para a irracionalidade e para a auto-destruição, a qual lhe advém da pulsão para funcionalizar ou destruir tudo o que pode interpor-se no seu inexorável caminho para a acumulação infinita de riqueza, por mais anti-sociais e injustas que sejam as consequências.
(…)
É possível imaginar duas vias por onde pode surgir um tal adversário. A primeira é a via institucional: líderes democraticamente eleitos reúnem o consenso das classes populares (contra os media conservadores e os economistas encartados) para praticar um acto de desobediência civil contra os credores e o FMI, aguentam a turbulência criada e relançam a economia do país com maior inclusão social. Foi isto que fez Nestor Kirchner, Presidente da Argentina, em 2003.
(…)
A segunda via é extra-institucional e consiste na rebelião dos cidadãos inconformados com o sequestro da democracia por parte dos mercados financeiros e com a queda na miséria de quem já é pobre e na pobreza de quem era remediado. A rebelião ocorre na rua mas visa pressionar as instituições a devolver a democracia aos cidadãos. É isto que está a ocorrer na Islândia.
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por João Rodrigues
Pobres standards...
ResponderEliminarpor João Rodrigues
António Nogueira Leite, coleccionador de lugares nos conselhos de administração dos grupos económicos rentistas, afirmou ontem à noite na TVI24 que é preciso mudar as “preferências” dos portugueses. Já Thatcher dizia que a economia era só um método para alcançar o objectivo final que seria “mudar a alma”. Exemplos daquilo a que os portugueses têm de se desabituar, segundo Nogueira Leite: polidesportivos e bibliotecas, “por esse país fora, vazias e com livros que ninguém lê” (cito de memória, mas a ideia era essa). A intervenção externa, que na novilíngua ainda em vigor passa por ajuda externa, tal como a expropriação financeira efectuada pelos bancos passou por ajuda ao Estado, é uma aliança entre o poder sem legitimidade democrática, via FEEF/FMI, e a selvajaria destas elites nacionais que não escondem o desprezo por serviços públicos que não usam. Preconceito de classe e ignorância andam sempre de braço dado. Um certo conhecimento é posto ao serviço do poder financeiro. A ideia é destruir o que tem sobretudo valor de uso e favorecer a apropriação privada, a preço de saldo, do que tem valor de uso e muito valor de troca. O resto da radicalização da economia política da austeridade é o que se sabe: baixar ainda mais salários directos e indirectos, o que também é ajudado pelo desemprego de massas. Já agora: a petição pelo pluralismo no debate económico-político ganha uma infeliz actualidade sempre que a coisa aperta.
Vai pintar um clima
ResponderEliminarpor Miguel Cardina
Um calor infernal invade o país. Há quem fale de uma normal e passageira antecipação do Verão. A mim parece-me já o FMI a fritar-nos em lume brando. O FMI não, que isso lembra ditaduras militares na América Latina, canções a preto e branco e expressões como «carestia de vida». Não, o que virá é o FEEF, que sendo um fundo e europeu remete-nos mais para auto-estradas, estufas no Alentejo e oportunidades de negócio para escritórios de advogados e empresas de consultoria. Ou então tanto faz o nome desde que se accionem os eufemismos: resgate, ajuda, auxílio, estabilização, assistência financeira. Espera-nos um plano de austeridade que será caucionado pelos partidos que nos governam há décadas e que terá tão poucos matizes essenciais quanto maior for o apelo à inevitabilidade. E vai ser grande. É preciso rasurar as possibilidades de um outro caminho e omitir a injustiça dos cortes que se preparam: ao mesmo tempo que a banca paga menos IRC que o Sr. Reis da mercearia, perspectivam-se reduções nos salários, subsídios e pensões; ao mesmo tempo que as Parcerias Público-Privadas continuarão a alimentar clientelas económicas teme-se que um machado venha a pairar sobre a saúde e a educação públicas; ao mesmo tempo que o discurso político-económico entrará numa modorra monolítica, o país entrará em recessão. Mas também podemos ser um nadinha optimistas: ao mesmo tempo que a política austeritária e o discurso das inevitabilidades formarão um bloco coeso, crescerá a necessidade de uma alternativa. Hoje é dia 7 de Abril e um calor infernal invade o país. Uma inglesa com as costas cor de camarão confessa ao seu parceiro: «what a nice weather». E ainda não viram nada.
Já não havia paciência para o narcisismo e a vacuidade do Sócrates, para começar a perdê-la com as mesmas características do P. Coelho.
ResponderEliminarSócrates era a verborreia, Coelho é o vazio!
Função Pública faz greve a 6 de Maio
ResponderEliminarFederação Nacional dos Sindicatos da Função Pública mobiliza trabalhadores em defesa dos Serviços Públicos e contra a imposição de mais sacrifícios.
7 Abril, 2011 - 17:57
A Federação considera que os partidos do bloco central (PS e PSD) “preparam-se para dar continuidade à destruição da Administração Pública".
A Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública anunciou esta quinta-feira a convocatória de uma greve nacional da Função Pública para o próximo dia 6 de Maio, “para exigir uma mudança de rumo político para o País que garanta a defesa dos Serviços Públicos e dos trabalhadores deste sector. ”
A Federação considera que os partidos do bloco central (PS e PSD) “preparam-se para dar continuidade à destruição da Administração Pública e à imposição de mais sacrifícios aos trabalhadores”, citando o que era o conteúdo do PEC IV ou as propostas do PSD de redução da intervenção e dimensão do Estado, “a que se somarão as medidas associadas à 'ajuda' da União Europeia e do FMI ”.
O comunicado da Federação termina com um apelo aos trabalhadores da Função Pública para a mobilização contra esta política de direita e afirma que “o momento de afirmar com convicção isto mesmo é este período pré-eleitoral. ”
Bloco rejeita recurso a FMI e UE e propõe auditoria de toda a dívida externa
ResponderEliminarFrancisco Louçã declara que o recurso ao FMI e à UE não é uma ajuda, mas um “bailout” que “tem o preço de imposição de medidas duríssimas contra salários e pensões”. No novo contexto criado pelo pedido de intervenção do FEEF-FMI, o Bloco exige auditoria a toda a dívida externa, pública e privada, e apresenta outras propostas.
7 Abril, 2011 - 17:21
Francisco Louçã mostra como os juros da dívida subiram sempre, após os sucessivos PEC - Foto de Paulete Matos Em conferência de imprensa, Francisco Louçã afirmou que José Sócrates desistiu da sua promessa mais solene e responsabilizou PS e PSD pelos sucessivos PEC, que conduziram à situação actual e a uma gravíssima recessão.
O dirigente do Bloco apontou também que o Governo desistiu de outras soluções possíveis para enfrentar as dificuldades de financiamento imediatas, de Abril e Maio. O Bloco propôs “uma intervenção que sustentasse a liquidez do Estado” através do apoio do Banco Central Europeu (BCE) por via da Caixa Geral de Depósitos, que o Governo não aceitou. O Governo do PS também não aceitou uma segunda proposta feita pelo Bloco: a “acção conjugada dos países ameaçados” em relação à UE, “que os empurra para o abismo”.
Francisco Louçã criticou os sucessivos PEC que agravaram a situação do país e os ataques especulativos, mostrando um gráfico (ver gráfico) em que se relaciona os PEC com os juros da dívida e que comprova que a cada PEC os juros da dívida cresceram sempre. Este facto mostra também, que Sócrates não tem razão ao justificar o aumento dos juros com a não aprovação do PEC IV.
Francisco Louçã apresentou as propostas do Bloco, perante o novo contexto do pedido de intervenção ao FEEF-FMI, exigindo uma auditoria de toda a dívida externa, pública e privada. A auditoria visa determinar a reestruturação da dívida – dos prazos e das condições - e a recusa das parcelas inaceitáveis, nomeadamente as derivadas de juros excessivos.
O coordenador da comissão política do Bloco de Esquerda afirmou que o partido não desistirá da consolidação orçamental, defendendo uma reforma fiscal, em combate à evasão fiscal, e a renegociação das Parcerias Público-Privadas.
Francisco Louçã apelou à mobilização social e alertou também contra as ameaças de cortes de serviços públicos essenciais, de pensões e salários, nomeadamente contra possíveis ataques contra os 13º e 14º meses.
Sócrates, Coelho, Cavaco e Merkl para a fogueira, já!
ResponderEliminarRESGATAR OS CREDORES, SEQUESTRAR DOS DEVEDORES
ResponderEliminar1. O Governo Português apresentou um pedido de resgate financeiro ao FEEF/FMI. Este pedido é o corolário de décadas de opções erradas no domínio das políticas económicas e sociais que fragilizaram o país e o tornaram refém das chantagens do poder financeiro. Nos últimos trinta anos, a acelerada desregulação e liberalização da economia, apresentadas como receita para o crescimento económico, resultou ao invés na destruição da capacidade produtiva e consequente aumento da dependência externa. Esta opção política, partilhada pelos sucessivos governos nacionais, viu as suas consequências agudizarem-se pelo espartilho neoliberal das regras orçamentais decorrentes dos tratados europeus, que sacrificaram o crescimento económico em nome da rigidez de critérios financeiros nominais inadequados às condições reais da economia portuguesa. A crescente financeirização da economia mundial, a falta de resposta atempada da UE às crises financeiras no espaço comunitário, o desajuste do Pacto de Estabilidade num contexto de crise económica e as opções de política interna, nomeadamente a imposição de vários pacotes de austeridade que nunca se auto-bastaram, levaram o país, num espaço de dez anos, de uma crise orçamental a uma crise económica e social sem precedentes.
2. O pedido de resgate agora anunciado, resultará num sequestro das reais possibilidades de combate à crise e às suas nefastas consequências económicas e sociais. Os presentes exemplos das intervenções de resgate financeiro em curso na Irlanda e na Grécia, demonstram à saciedade que somar recessão à recessão tem custos sociais incomportáveis e nenhuma eficácia no relançamento do crescimento económico.
3. Perante as actuais circunstâncias a ATTAC desenvolverá, em contacto com outras associações, movimentos e forças sociais as acções necessárias à construção de uma alternativa à crise, que desmistifique a inevitabilidade deste rumo neoliberal.
Estamos mesmo tod@s fodid@s mas há uns que não estão nada, mesmo nada e portanto temos que relativizar o tod@s!
ResponderEliminarEsta gente é mesmo um nojo, quer olhe de esguelha, quer olhe de frente.
bj
A Pátria do Sócrates, do Coelho, do Cavaco e do FMI não é a minha Pátria.
ResponderEliminarEsta não é a "minha ditosa Pátria amada"...
Dívida privada, factura pública
ResponderEliminarStrauss-Kahn, director do FMI, diz que o problema português não é tanto a dívida pública como a dívida privada e o financiamento dos bancos, esses mesmo que distribuem dividendos obscenos e que atribuem regalias principescas aos chefes. Mas se a dívida é privada porque é que a factura é pública? Porque é que os lucros são privados e os prejuízos nacionalizados?
Carlos Carujo 7.4.11