quinta-feira, 24 de março de 2011

Virar à esquerda


O chumbo do PEC IV e o consequente pedido de demissão de José Sócrates devolvem-nos a curto prazo a responsabilidade de eleger um novo parlamento/governo. 

O cenário da próxima campanha eleitoral foi sendo montado ao longo dos últimos dias, antecipando as previsíveis estratégias  com que os ditos partidos do arco da governação se apresentarão a eleições:
- o PS utilizará a estratégia da vitimização, responsabilizará toda a oposição pela alegada crise política, acenará com a ameaça do FMI e clamará, até à exaustão, que é o único garante do Estado Social face a uma direita neoliberal;
- o PSD acusará o PS de ter criado uma crise política, tentará demarcar-se do facto de ter apoiado as medidas  de austeridade do Governo (e se calhar fará um novo pedido de desculpas aos portugueses), apresentar-se-á como a derradeira hipótese de salvação nacional e ocultará o mais possível o seu programa de governo para que não percebamos que o que defende é exactamente igual, ou pior, às políticas seguidas pelo executivo de Sócrates;
- o CDS procurará essencialmente diferenciar-se do PSD, na esperança de uma eventual aliança pós-eleitoral que o conduza novamente ao Governo, recorrendo aos habituais chavões populistas que marcaram o recente congresso do partido.

E a esquerda?
A esquerda irá enfrentar uma das mais importantes e difíceis campanhas eleitorais dos últimos anos.
Pela frente terá não só os seus adversários políticos, mas também um hegemónico discurso nacional e europeu que aponta a austeridade e a recessão como as únicas saídas possíveis para a actual crise económica. 
Paralelamente, irá também confrontar-se com uma comunicação social hostil, onde abundam os defensores de uma aliança alargada entre PS-PSD-CDS, que boicotará todo e qualquer discurso que apresente alternativas políticas ao neoliberalismo dominante (que apenas nos trouxe mais desemprego, mais precariedade, mais impostos, menores salários e reformas, mais desigualdade social...).

Neste contexto adverso, o maior desafio para a esquerda será pois a sua capacidade de se afirmar como uma alternativa política credível, mobilizando e ampliando os vários sectores da sociedade que recentemente demonstraram a sua oposição às políticas recessivas do bloco central e às imposições emanadas por Bruxelas (onde se lê Bruxelas, leia-se Berlim).

Este é o combate de todos nós. Aqui e agora, viremos à esquerda.


30 comentários:

  1. Quarta-feira, 23 de Março de 2011
    Sócrates demitiu-se mas a crise social está na rua

    Ouvimos há minutos José Sócrates anunciar a sua demissão e Cavaco Silva iniciou imediatamente os procedimentos institucionais para a dissolução do Parlamento e convocação de novas eleições.

    Durante a tarde no Parlamento, durante a votação dos projectos de resolução dos partidos da oposição que rejeitaram o PEC4, muitos falaram de crise política e do problema que esta crise vai criar abrindo a porta à entrada do FMI.

    No entanto, a verdadeira crise que existe em Portugal não é de índole política. Em Portugal a crise a que mais importa responder é a crise social.
    Existem hoje em Portugal 2 milhões de pobres, 770 mil desempregados, 900 mil falsos recibos verdes, quase 1 milhão de contratados a prazo e 79,3% de pensionistas que recebem abaixo do salário mínimo. Esta é a crise real de que padece a sociedade e esta é a crise que não pode mais ser invisível aos olhos do poder político. As quase 400 mil pessoas que protestaram no passado dia 12 de Março foram portadores das vozes desta crise social que não pode estar fora da reflexão e do debate político.

    A campanha eleitoral já começou e hoje é necessário que os portugueses e as portuguesas exijam respostas claras sobre que soluções o poder político oferece para atacar a enorme crise social provocada pela austeridade.

    Os Precári@s Inflexíveis irão exigir a todos os intervenientes políticos respostas claras para os problemas verdadeiros das pessoas que trabalham ou trabalharam, porque a força da democracia está nas soluções que oferece.

    Publicada por Precários Inflexíveis em 22:21

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  2. Caia também a governação falhada
    Publicado por Bruno de Góis
    Caiu este governo "de facto" ps/psd/cds, mas a governacão austeritária persiste.
    Num golpe de salvação do que lhe sobra e para se safar, o ps voltou à tática da vitimização.
    A esquerda parlamentar, sindicatos de vários sectores e todas as gerações de um país precário já tinham censurado o governo e a governação falhada. O ps só viu alternativa em desviar as atenções para um novo conflito interno no Bloco Centra para que o povo se "esqueça" que o conflito maior é entre o a política ps/psd/cds e os interesses do povo explorado.

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  3. Cavaco, igual a si mesmo

    Dois ou três minutos antes do discurso de demissão do Primeiro-Ministro, a TSF dava conta que o presidente (com minúscula) fazia uma gracinha: antecipou-se ao discurso escrevendo na sua famosa página oficial que "o Presidente da República recebeu hoje, em audiência, o Primeiro-Ministro, que lhe apresentou o seu pedido de demissão".
    O sentido de Estado a que nos sempre habituou.

    Publicado por Miguel Carvalho às 21:29

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  4. O tango não acabou
    24 Março, 2011 - 01:00 | Por Luís Branco
    Ainda o governo não tinha caído, já os patrões e os barões da política e da finança anunciavam o sucessor escolhido: é o bloco central que tem de ser derrotado nas próximas eleições.

    Cavaco Silva defendeu no discurso de posse que a estabilidade política vai depender de um "programa estratégico de médio prazo, objecto de um alargado consenso político e social". E desde então, os apelos multiplicaram-se: Ricardo Espírito Santo Salgado, Marcelo Rebelo de Sousa, Daniel Proença de Carvalho, Luís Campos e Cunha, todos a favor de um governo do PS com o PSD e o CDS.

    Alexandre Soares dos Santos, o dono da Jerónimo Martins/Pingo Doce e segundo bilionário português na lista da Forbes, saúda a vinda do FMI como "uma bênção" e não esconde o desejo dum governo de "salvação nacional" onde caibam todos menos o Bloco. São vozes que se juntam à de Luís Amado, que em Novembro chegou a pôr o seu lugar no governo à disposição do PSD, para não atrapalhar um eventual entendimento entre Sócrates e Passos Coelho.

    Compreende-se o receio deles: as políticas que o FMI quer aplicar em Portugal não cheiram bem em nenhum programa eleitoral. São os cortes nos salários, nas reformas e prestações sociais, a facilitação dos despedimentos para torná-los sem custos para os patrões, a precariedade imposta como regra nas relações laborais, as privatizações de empresas estratégicas…

    Mas para aplicar estas medidas antisociais sem as propor explicitamente na campanha, os partidos da aliança FMI têm de se unir a seguir às eleições para formar governo e justificar o volte-face com a emergência da pressão do Fundo, da Europa e dos especuladores.

    Como foi dito no recente debate da moção de censura ao governo, a clarificação eleitoral é a melhor forma de devolver a voz aos cidadãos, já que ninguém votou nas políticas do FMI e de Angela Merkel para Portugal. Estas eleições serão a oportunidade para apresentar alternativas para vencer o medo. Políticas que respondam ao descontentamento que encheu as ruas do país a 12 de março e voltou a manifestar-se no sábado seguinte em Lisboa.

    Com a luta e agora com o voto, as gerações sacrificadas têm na mão o poder de dar a volta à política, desmascarar a alternância podre que nos tem governado há 30 anos e impedir o terror social que o bloco central anuncia.

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  5. José Sócrates apresenta demissão
    Em resultado da rejeição do PEC 4, José Sócrates apresentou o seu pedido de demissão a Cavaco Silva. Francisco Louçã lembra que “os portugueses sabem que a democracia é uma forma de resolver problemas e não uma dificuldade” e que as “medidas do FMI têm vindo a ser impostas dia após dia”.
    23 Março, 2011 - 22:48

    Caso não exista possibilidade de o Parlamento encontrar uma nova solução de governo, o Presidente terá que anunciar a dissolução do Parlamento e marcar a data adequada para as eleições antecipadas, que não pode ir além de 55 dias após o anúncio de dissolução. Foto de José Sena Goulão, Lusa. José Sócrates anunciou esta quarta-feira ao país a sua demissão do cargo de primeiro-ministro em resultado da aprovação, por parte da Assembleia da República, dos cinco Projectos de Resolução do PSD, CDS, PCP, PEV e Bloco de Esquerda que reivindicavam a rejeição do Programa de Estabilidade e Crescimento 2011-2014 (PEC 4).

    O primeiro-ministro demissionário acusa os partidos da oposição de” irresponsabilidade” e de terem rejeitado as propostas que o governo apresentou para evitar a intervenção internacional, sem “qualquer argumento sério” e sem “apresentarem quaisquer medidas alternativas”.

    Para José Sócrates a crise vivida é justificada pela “sofreguidão de poder” e por “mero calculismo político”.

    “Medidas do FMI têm vindo a ser impostas dia após dia”

    Francisco Louçã defendeu, em reacção às declarações de José Sócrates sobre a crise causada pela rejeição do PEC 4 e pela marcação de eleições antecipadas, que “os portugueses sabem que a democracia é uma forma de resolver problemas e não uma dificuldade”.

    O coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda lembrou que as “medidas do FMI têm vindo a ser impostas dia após dia” e que o resultado dessas mesmas medidas é uma recessão. “Portugal é um país que se está a empobrecer em cada dia que passa”, sendo que “a rejeição do PEC é o princípio do esforço para puxar a economia”, advogou Francisco Louçã.

    O dirigente do Bloco defendeu que é necessária uma verdadeira alternativa de esquerda que permita que Portugal não fique preso ao FMI e às políticas dos dois partidos do bloco central.

    Cavaco Silva marcará novas eleições legislativas

    Uma nota da Presidência da República adianta que o governo se mantém “na plenitude de funções até à aceitação daquele pedido” e que “com vista à resolução da situação política decorrente do pedido de demissão do Primeiro-Ministro, o Presidente da República, nos termos constitucionais, irá promover, no próximo dia 25, audiências com os partidos representados na Assembleia da República”.

    Caso não exista possibilidade de o Parlamento encontrar uma nova solução de governo, o Presidente terá que anunciar a dissolução do Parlamento e marcar a data adequada para as eleições antecipadas, que não pode ir além de 55 dias após o anúncio de dissolução.

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  6. 24 de Março de 2011
    Foi bonita a festa, pá!
    Publicado por Francisco da Silva
    A moção de censura tinha poupado tempo e dinheiro ao país, mas por outro lado a festa não seria tanta.

    (Legitimidade, um "piqueno" problema da Democracia, como diria Manuela Ferreira Leite)

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  7. Já te espetaste. Os teus amigos no parlamento fizeram bem o que o Paços Coelho queria. Estão verdadeiramente de parabéns. Irei votar em alguém que não tenha deputados na assembleia de república.

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  8. Foguetes, não muitos, mas já não havia saco…
    A direita, mais à direita ainda , está de dente afiado..
    Só depende de nós!
    Um abraço
    im

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  9. Resumo do derby
    Publicado por Francisco da Silva

    Tristezas não pagam a dívida pública.

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  10. Quinta-feira, 24 de Março de 2011
    As regras do jogo
    Relembro que as regras do jogo se mantêm. A oligarquia financeira, não eleita e alguma dela criminosa, vai continuar a determinar a política interna do país, através das agências de notação, através dos juros da dívida e da manipulação de grupos económicos estratégicos com forte poder mediático (televisões e não só).
    Enquanto aceitarmos estas regras, que estão longe de ser democráticas, bem nos podemos regozijar com a saída de Sócrates ou eleição de um novo governo, o sistema financeiro continuará a engordar às custas do nosso trabalho e o resto é conversa.
    LinkWithin
    PUBLICADO POR RUI CURADO SILVA ÀS 12:27

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  11. 24.3.11
    Próximo governo: mais do mesmo?

    Nada improvável. O PS, com Sócrates, pode vir a ganhar as próximas eleições, com a mesmíssima maioria relativa que hoje detém, pelas razões que Ana Sá Lopes explica hoje em O animal não moribundo.

    Boas esperanças? Claro que não. São necessárias melhores alternativas: a procissão ainda nem saiu do adro!

    Alguns excertos do texto de ASL:

    «Se a ordem natural das coisas será o PSD ganhar as eleições, subestimar a anormal força anímica de Sócrates será um erro político.

    Esta crise política iniciou-se no dia 27 de Setembro de 2009, quando o PS não conseguiu a maioria absoluta. O resultado eleitoral, muito razoável para o PS depois de quatro anos difíceis para o primeiro-ministro, nunca serviu o "verdadeiro" Sócrates - a negociação contínua que uma maioria parlamentar relativa exige não é a sua praia. Ele não foi feito para isto. (…)

    A somar ao impulso de Sócrates para a abertura de uma crise política na primeira melhor oportunidade, a reeleição de Cavaco Silva e os desejos de uma parte substancial do PSD de se apresentar a votos antes que seja tarde, completam o ramalhete. Restam o PCP e o Bloco de Esquerda, e para estes qualquer solução, incluindo eleições, será sempre melhor que ficar associados ao apoio a um governo que cumpre as ordens do directório Merkel/Sarkozy, dois expoentes da direita europeia. Não havia mesmo nada a fazer. (…)

    A narrativa eleitoral que ontem o secretário-geral do PS desencadeou pode vir a ter um sucesso inesperado: o homem que defendeu Portugal até ao limite da intervenção do FMI, cuja intervenção na Grécia e na Irlanda é de provocar o terror generalizado e que ao passar por Portugal em 1983-85 foi de muito má memória. (…)

    Se a ordem natural das coisas é o PSD ganhar as próximas eleições, subestimar a anormal força anímica de Sócrates será sempre um erro político.»
    POSTED BY JOANA LOPES

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  12. O resultado das eleições não é inevitável
    24 de Março de 2011 por Tiago Mota Saraiva
    Pelo sinais que o PSD vai dando, parece que o Presidente da República não irá tentar o golpe constitucional, com Amado, Teixeira dos Santos ou Jaime Gama. Competirá ao povo decidir, em eleições, a nova composição da Assembleia da República.
    A campanha está lançada. A televisão já declara Passos Coelho como o Sr. que se segue. Faz-se crer que nas eleições se escolherá o primeiro ministro e não a composição da Assembleia da República. Até ao dia das eleições PS, PSD e CDS, reafirmarão a inevitabilidade da manutenção das políticas de recessão. Com esta frente eleitoral de alterne sabe-se qual é o resultado político: do PEC à fome, do trabalho à precariedade. A falta de honestidade política fará com que o PS centre a sua campanha no agitar do papão (FMI+PSD) – omitindo que o presidente do FMI até é uma daquelas belas peças da Internacional Socialista. Entretanto, a frente de alterne, estimulará todos os movimentos que se reúnam em torno do “são todos iguais” ou dos apelos à abstenção, voto branco ou nulo e não faltará o “apelo dos mercados” para que se vote em harmonia com os seus interesses.
    Até ao dia do voto poucos dirão que, em eleições, é o povo que decide. Se a tríade de alterne sair vencedora, não hesitará em promover o acto eleitoral como um certificado de suspensão da democracia para os próximos quatro anos.

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  13. O momento não é para festas.
    Publicado por Sérgio Cerqueira

    Guardem as garrafas de champagne. O momento actual do país está longe de ser para festas.
    José Socrates fez o que lhe restava apresentando a demissão na altura certa. A governação de José Socrates fica marcada como a mais à direita dos ultimos anos, com medidas de austeridade gravíssimas e com um impacto muito negativo para o desenvolvimento da economia nacional. Fica também marcada pelo braço-de-ferro relativamente à entrada ou não do FMI, que acabou por não entrar enquanto governava. A europa também puxa por José Socrates. Merkel diz-se “grata” e a europa acusa a oposição portuguesa de irresponsabilidade. A campanha do PS já começou.

    O PSD por seu lado assim que começou a cheirar o poder que tentou colocar uma máscara de responsabilidade, sentido de estado ou até mesmo sensatez numa falsa ideia de calma. Do alto da sua arrogância o PSD pensava que seria possível utilizar a má reputação do governo de Sócrates para alcançar o poder. Tudo dava a entender que o iria conseguir. Mas até mesmo essa ideia se começou a dissipar com a aprovação do Orçamento de Estado e com a aprovação dos PECs. O que ficou claro em todos esses debates é que o PSD não é alternativa, e não é alternativa porque nunca o conseguiu ser, por não defender uma linha politica para o país claramente diferente do PS. As politicas do PSD são as mesmas do PS. Manuela Ferreira Leite confirmou isso mesmo na assembleia da republica, quando defendia que o que estava em discussão não eram as medidas mas sim quem as aplicava! Está tudo dito sobre o que nos espera deste Bloco Central. No máximo poderemos esperar do PSD medidas ainda mais agressivas para as pessoas.

    Este tem que ser o momento da esquerda. A resposta da direita à crise tem sido visível ao longo de meses de más governações, sobre o futuro a direita é clara, mais austeridade, mais precariedade e maior promoção de odios sociais virando as pessoas umas contra as outras, numa tentativa de arranjar culpados para a crise que afastem a ideia de que a crise é do próprio sistema capitalista. A resposta da esquerda tem sido dada nas ruas com enormes manifestações. Não é suficiente! É preciso dar uma alternativa forte e de esquerda. É necessária a construção de um programa de governo com medidas claras e responsáveis.

    O momento não é para festas. O FMI vai entrar. As pessoas se já estavam em dificuldades vão ficar ainda em pior situação. A esquerda que se prepare para as duras batalhas que se avizinham. É urgente uma esquerda que dê confiança e proteja as pessoas.

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  14. Frase da noite
    por Bruno Sena Martins

    "Não queiram sair da frigideira para entrar no lume". Jerónimo de Sousa

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  15. Secretário-geral admite que “está tudo em aberto”
    PSD pode subir IVA para não penalizar pensões
    24.03.2011 - 10:52 Por PÚBLICO

    11 de 20 notícias em Economia
    « anteriorseguinte »O PSD não afasta a possibilidade de uma nova subida do IVA, que poderá aumentar para 24 ou 25 por cento para evitar o congelamento das pensões mais baixas e o corte nas mais elevadas.
    Miguel Relvas não desmente uma eventual subida de IVA

    (Nuno Ferreira Santos (arquivo))

    A notícia da intenção do PSD de subir o IVA para não penalizar as pensões foi avançada hoje pelo diário Correio da Manhã, que não revelou a sua fonte.

    Aquele jornal diz que esta é uma das diferenças entre as opções do PS e do PSD para reequilibrar as contas públicas, e não foi desmentido pelo secretário-geral do PSD, Miguel Relvas.

    Confrontado com a informação sobre a perspectiva de aumento do IVA pelo PSD se formar Governo, aquele responsável social-democrata disse, em declarações à rádio TSF, que “o líder do PSD já admitiu que a construção de um projecto de esperança implica sacrifícios, mas que esses sacrifícios têm de ser mais bem distribuídos, e é essa a perspectiva que está em cima da mesa”.

    Questionado sobre se isso era um desmentido, disse que “não”, e reforçou a ideia: “O que está em cima da mesa é criarmos condições para que os sacrifícios que são pedidos não sejam feitos de uma forma injusta e portanto a possibilidade de podermos criar condições de irmos a outros sectores da sociedade com maior peso e com maior capacidade”.

    Questionado pela TSF sobre se isto era um desmentido, Relvas disse que “não”. Está “tudo em aberto. A grande diferença é que o PSD está a construir um projecto alternativo e está a construir um projecto eleitoral que marque a diferença”, rematou.

    O Correio disse também que Passos Coelho pretende que um eventual Governo chefiado pelo PSD não tenha mais de dez ou onze ministérios, fundindo a Justiça com a Administração Interna.

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  16. O meu PEC IV é melhor que o teu
    por Bruno Sena Martins
    "O PSD não afasta a possibilidade de uma nova subida do IVA, que poderá aumentar para 24 ou 25 por cento para evitar o congelamento das pensões mais baixas e o corte nas mais elevadas."

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  17. Coligação PS-PSD é a economia do desastre
    Aos que defendem o bloco central para depois das eleições, Francisco Louçã observa que a experiência prática da grande coligação entre PS e PSD já a temos, é a grande recessão que o país já vive.
    24 Março, 2011 - 12:51

    “Queremos vencer aqueles que só olham para o país como se ele fosse propriedade de PS e PSD, que já estão a governar”, disse Francisco Louçã. Foto de Paulete Matos
    O coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, denunciou que está em preparação um governo de bloco central para depois das eleições que deverão ser marcadas em breve.

    “O PS veio dizer que gostava que houvesse uma grande coligação. Mas essa grande coligação é aquilo que tem vindo a predominar entre estes partidos. A experiência prática da grande coligação entre PS e PSD já temos, é a grande recessão. É a economia do desastre”, disse.

    Para Louçã, o resultado das medidas de austeridade anteriormente aprovadas, “com o apoio do PSD”, é uma recessão gravíssima. “Portugal é hoje o único país da zona euro, excepto os que tiveram uma intervenção, a Irlanda e a Grécia, que mergulhou numa recessão um ano depois de ter estado numa outra. É por isso que chegámos ao limiar da resistência”, disse.

    Por outro lado, observou o coordenador do Bloco de Esquerda, o PSD já está a anunciar que queria fazer um governo com o PS. “E e o PS, pela voz do ministro das Finanças, veio hoje dizer que gostava que houvesse uma grande coligação”, afirmou, uma ideia que “tem vindo a predominar entre estes partidos”.

    “Queremos vencer o PSD e queremos vencer aqueles que só olham para o país como se ele fosse propriedade de PS e PSD, que já estão a governar”, disse Francisco Louçã.

    “Uma esquerda com a energia suficiente para trazer uma alternativa”, é o que o Bloco de Esquerda pretende apresentar.

    Programa de crescimento e emprego

    Recorde-se que o Bloco de Esquerda defende um programa que responda a uma estratégia de crescimento e de emprego, que passa por:

    – Uma consolidação orçamental estruturada a partir da inventariação rigorosa das despesas inúteis e do combate ao desperdício na acção do Estado;

    – O aumento das pensões mais baixas, através de um aumento intercalar, e a protecção dos apoios sociais, fundamentais para a democracia;

    – O combate à precariedade, com o fim dos falsos recibos verdes ou do falso trabalho temporário e contratos a prazo, por via da integração em contrato efectivo de quem exerce trabalho efectivo permanente no Estado ou em empresas;

    – Uma política de investimento para a criação de emprego;

    – Uma política fiscal que contribua para a tributação efectiva do sistema financeiro.

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  18. Merkel agradece a Sócrates

    Chanceler alemã lamenta que o Parlamento português tenha recusado o PEC 4. Chefe do gabinete de estudos económicos do Deutsche Bank volta a pressionar Portugal para que recorra ao FMI.
    24 Março, 2011 - 13:34

    Merkel disse estar "grata a José Sócrates" por ter assumido a responsabilidade pelas finanças de Portugal e por ter defendido o princípio de redução da dívida
    A chefe do governo alemão, Ângela Merkel, disse estar "grata a José Sócrates" por ter assumido a responsabilidade pelas finanças de Portugal e por ter defendido o princípio de redução da dívida, estabelecendo um programa de reformas de longo alcance, que, lembrou, foram apoiadas pelo Banco Central Europeu e pela União Europeia.

    A chanceler lamentou que o Parlamento português tenha recusado o PEC 4, e considerou que a decisão de José Sócrates de levar o programa ao Parlamento português foi "acertada" e "corajosa".

    Entretanto, aumentam as pressões para que Portugal recorra a ajuda externa. Thomas Meyer, chefe do gabinete de estudos económicos do Deutsche Bank, em declarações divulgadas pelo jornal alemão Frankfurter Allgemeine, voltou a dizer que Portugal devia ter recorrido à ajuda externa há muito tempo. "Tem de se pôr em dúvida se um governo de gestão terá força para negociar um programa de resgate ou se será aceite nas negociações sobre créditos de emergência pelo Banco Central Europeu e pelo FMI", disse.

    Para Meyer, o BCE "pode ver-se obrigado na actual situação a comprar títulos da dívida publica portuguesa para evitar um incumprimento desordenado de Portugal, dado que o fundo de resgate europeu não tem mandato para tal".

    Segundo Jacques Cailloux, economista do Royal Bank of Scotland, citado pela agência Bloomberg, especializada em noticiário económico, Portugal poderá necessitar de um pacote de resgate até 80 mil milhões de euros. Recorde-se que o resgate da Irlanda envolveu cerca de 85 mil milhões de euros, e o da Grécia, 110 mil milhões. Ambos os países estão mergulhados em profunda recessão.

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  19. O tango não acabou
    24 Março, 2011 - 01:00 | Por Luís Branco

    Ainda o governo não tinha caído, já os patrões e os barões da política e da finança anunciavam o sucessor escolhido: é o bloco central que tem de ser derrotado nas próximas eleições.

    Cavaco Silva defendeu no discurso de posse que a estabilidade política vai depender de um "programa estratégico de médio prazo, objecto de um alargado consenso político e social". E desde então, os apelos multiplicaram-se: Ricardo Espírito Santo Salgado, Marcelo Rebelo de Sousa, Daniel Proença de Carvalho, Luís Campos e Cunha, todos a favor de um governo do PS com o PSD e o CDS.

    Alexandre Soares dos Santos, o dono da Jerónimo Martins/Pingo Doce e segundo bilionário português na lista da Forbes, saúda a vinda do FMI como "uma bênção" e não esconde o desejo dum governo de "salvação nacional" onde caibam todos menos o Bloco. Logo após a demissão de Sócrates, o presidente da CIP, António Saraiva, apelou a "amplos consensos parlamentares" para uma "solução extraordinária". São vozes que se juntam à de Luís Amado, que em Novembro chegou a pôr o seu lugar no governo à disposição do PSD, para não atrapalhar um eventual entendimento entre Sócrates e Passos Coelho.

    Compreende-se o receio deles: as políticas que o FMI quer aplicar em Portugal não cheiram bem em nenhum programa eleitoral. São os cortes nos salários, nas reformas e prestações sociais, a facilitação dos despedimentos para torná-los sem custos para os patrões, a precariedade imposta como regra nas relações laborais, as privatizações de empresas estratégicas…

    Mas para aplicar estas medidas antisociais sem as propor explicitamente na campanha, os partidos da aliança FMI têm de se unir a seguir às eleições para formar governo e justificar o volte-face com a emergência da pressão do Fundo, da Europa e dos especuladores.

    Como foi dito no recente debate da moção de censura ao governo, a clarificação eleitoral é a melhor forma de devolver a voz aos cidadãos, já que ninguém votou nas políticas do FMI e de Angela Merkel para Portugal. Estas eleições serão a oportunidade para apresentar alternativas para vencer o medo. Políticas que respondam ao descontentamento que encheu as ruas do país a 12 de março e voltou a manifestar-se no sábado seguinte em Lisboa.

    Com a luta e agora com o voto, as gerações sacrificadas têm na mão o poder de dar a volta à política, desmascarar a alternância podre que nos tem governado há 30 anos e impedir o terror social que o bloco central anuncia.

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  20. Afinal, o que quer o FMI de Portugal?
    2 Fevereiro, 2011 - 01:14 | Por André Beja

    Teresa Ter-Minassian, que chefiou a delegação do FMI que negociou o empréstimo a Portugal na crise de 1983, deixa clara a agenda desta organização.

    Numa entrevista recente ao Jornal de Negócios, Teresa Ter-Minassian, que chefiou a delegação do FMI que negociou o empréstimo a Portugal na crise de 1983, deixa clara a agenda desta organização (nada democrática) e dos mercados que a seguem, sustentam e justificam.

    Sobre as medidas do plano de austeridade em curso, diz que “são muito corajosas” Mas há que fazer mais: “Portugal já fez um ajustamento nas pensões, mas não fez o suficiente na saúde”, esclarecendo que “ajudaria muito à credibilidade do ajustamento orçamental se o Governo tivesse uma estratégia clara para conter os custos na Saúde no futuro, que são o maior problema orçamental que Portugal enfrenta”.

    Quem conhece minimamente o SNS, sabe que o que ele precisa é de mais investimento e que este, se for bem direccionado (e não torrado por alguns dos interesses instalados), terá um efeito positivo sobre a economia e, sobretudo, sobre o bem estar da população.

    Mas o que esta senhora diz está muito certo, se visto pelo prisma do seu modelo económico e do seu pensamento sobre a função dos serviços de saúde.

    No fundo, o que o FMI quer para o SNS é o que o PS tem feito de forma envergonhada, Passos Coelho promete fazer de forma radical e que Cavaco Silva, a avaliar pelo silêncio sobre o assunto que manteve durante a campanha, pode vir a permitir: Acabar com o Serviço Nacional de Saúde universal e “tendencialmente” gratuito e substituí-lo por um Sistema de Saúde que abre espaço de negócio para o sector privado, onde quem não tem dinheiro e seguros tem pouca ou nenhuma resposta - não me venham com essa conversa mole de que o Estado garante, porque o medicaid/medicare americanos estão aí para provar que não é assim.

    E isso vai diminuir os gastos com saúde? As experiências dos últimos trinta anos, incentivadas ou não pelo FMI, mostram que não. Ou então que sim, mas com custos demasiado elevados para a sociedade.

    E basta que olhemos para o “modelo FMI” por excelência: nos Estados Unidos os gastos com saúde não param de aumentar (em percentagem do PIB e no bolso dos consumidores) e os indicadores de saúde são dos piores entre os países ditos desenvolvidos.

    Assim a resposta à pergunta de partida é: o FMI quer o bife do lombo, para servir no banquete dos seus accionistas.

    Mas a resposta também pode ser: o FMI não quer nada de Portugal, é apenas uma desculpa, um pretexto, para as coisas avançarem no sentido pretendido pela classe dominante.

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  21. Não precisa de ser eleito para faltar às promessas


    "Os impostos indirectos tratam todos pela mesma medida, tanto pobres como ricos, razão porque são, nesse aspecto, mais injustos. É essa, aliás, a razão porque eu nunca concordei em taxar cada vez mais os impostos indirectos, nomeadamente o IVA. Ele vale 20% para quem tem muito como para quem tem pouco".

    Pedro Passos Coelho, no livro "Mudar", editado em 2010.

    "Se ainda vier a ser necessário algum ajustamento, a minha garantia é de que seria canalizado para os impostos sobre o consumo, e não para impostos sobre o rendimento das pessoas".

    Pedro Passos Coelho, hoje, em Bruxelas.
    Postado por Nuno Teles às 24.3.11

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  22. MERKL é a Führerin de pantufas da 3º guerra?

    Se a Alemanha e os bancos alemães não querem ser europeus, nós não queremos ser alemães!

    Já bastaram a 1ª e a 2ª guerra para vermos do que são capazes...

    Verdammte Scheisse!

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  23. A união de pacto
    25 Março, 2011 - 18:04 | Por Pedro Filipe Soares
    A escolha não é entre a austeridade do PS, com ou sem ‘D’, com ou sem CDS. A escolha é entre o défice e as pessoas, entre o emprego e a usura, entre o crescimento económico e a recessão.

    A Europa deliberou um novo pacote de austeridade. A imperatriz Merkel apresentou-o ao mundo enquanto pacto pela competitividade. O baptismo recente foi com o nome de Pacto pelo Euro. Qualquer semelhança com o programa eleitoral do bloco central (não será bloco de direita?!) não será pura coincidência.

    A chantagem já começou e as vozes vão-se reforçando. O apelo ao bloco central, com ou sem CDS, já começa a ser ecoado. De dentro dos próprios partidos saem já vozes neste sentido. Com ênfase para depois das eleições, é certo, mas vários se perfilam para padrinhos deste casamento, como Mário Soares, Luís Amado, António Vitorino, Marcelo Rebelo de Sousa, Alberto João Jardim…

    José Sócrates não tem programa para além da austeridade. É essa a promessa que tem para fazer ao país. Foi isso que aconteceu em Bruxelas, onde votou pela aprovação do acordo de princípio relativo ao Pacto pelo Euro. A receita era conhecida e o PEC IV apresentava já muitas destas medidas. Este é um ataque às pessoas e à economia, com o controlo do custo dos salários, a adopção de limites ao endividamento público nas legislações nacionais, a adaptação da idade de reforma à esperança de vida e a harmonização dos impostos sobre as empresas, etc... É o compromisso de que no futuro, Portugal e a Europa serão ainda mais desiguais e menos solidários. É a auto-estrada para a recessão prolongada.

    Passos Coelho escreveu em inglês para alemão ver, que a sua austeridade não é muito diferente da de Sócrates. As contradições com as promessas ficam bem à vista e a subserviência às vontades de Merkel mantém-se. Dizia que não mexeria no IVA, mas agora já promete que poderá aumentar esse imposto até 25%. Depois do PSD ter votado contra o PEC IV na Assembleia da República, Passos Coelho foi a Bruxelas dizer que essa seria a sua cartilha.

    O PS dirá que vem aí a direita, mas é com a direita que deseja ficar no governo após as eleições. O PSD dirá que o PS é incompetente, mas, seguindo as mesmas políticas, não se coibirá de fazer essa tal grande maioria que Teixeira dos Santos pediu. Cavaco Silva já reuniu com os partidos e proporá eleições até ao início de Junho, ansiando por esse grande bloco central.

    O cenário clarifica-se a cada dia que passa. Cavaco, PS e a direita querem um governo forte para impor a austeridade. A esquerda mobiliza-se para bater, nas urnas, essa austeridade. A escolha não é entre a austeridade do PS, com ou sem ‘D’, com ou sem CDS. A escolha é entre o défice e as pessoas, entre o emprego e a usura, entre o crescimento económico e a recessão. Ninguém, à esquerda, pode faltar neste combate!

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  24. Carrapatoso propõe reduzir salários e apoios sociais
    O escolhido por Pedro Passos Coelho para dirigir o Movimento Mais Sociedade, António Carrapatoso, considera que não deve haver aumento de impostos, mas sim cortes nas despesas sociais. “Não quero dizer as medidas em concreto, mas podem chegar ao 13º mês”, disse
    25 Março, 2011 - 18:13

    António Carrapatoso foi escolhido por Passos Coelho para coordenar os Estados-Gerais do PSD que preparam o programa do partido. António Carrapatoso, coordenador geral do movimento "Mais Sociedade" - os Estados-Gerais patrocinados pelo PSD para reunir propostas para o país - e presidente da Vodafone Portugal, disse esta sexta-feira que para Portugal enfrentar a crise "deve privilegiar o corte de despesa relativamente ao aumento de impostos".

    Depois de Passos Coelho ter apontado como possível o aumento do IVA e manter salários e pensões, António Carrapatoso veio defender o oposto. “Não temos muito mais margem para proceder ao agravamento de impostos. A outra área onde temos que incidir, em termos da redução no peso do PIB, é no custo pessoal e nos apoios sociais”, afirmou.

    Em contraponto, António Carrapatoso considera inevitável "reduzir salários e apoios sociais", os quais representam hoje 34% do Produto Interno Bruto (PIB), e que, para Portugal cumprir as metas com que se comprometeu internacionalmente, "terão de passar para 29 ou 27% do PIB".

    “Vão ter existir medidas duras e que o nível de vida dos portugueses vai baixar nos próximos anos, não tenho dúvidas. Não quero dizer as medidas em concreto, mas podem chegar ao 13º mês”, acrescentou António Carrapatoso.

    O gestor referiu ainda que não há qualquer razão para temer o FMI e a ajuda externa.

    Pedro Passos Coelho assumiu na quinta-feira em Bruxelas o "compromisso" de não proceder a cortes salariais ou das pensões, apontando que o seu caminho para a consolidação orçamental será feito preferencialmente através de uma subida do IVA.

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  25. Louçã defende eleições "num prazo razoável" e reafirma oposição à ajuda externa
    O coordenador da Comissão Política do Bloco, Francisco Louçã, defendeu esta sexta-feira que “haja eleições num prazo razoável” para ultrapassar a actual crise política, propondo o dia 5 de Junho como data possível para o acto eleitoral.
    Artigo | 25 Março, 2011 - 14:48

    Louçã: “A solução a que devemos recorrer é a de consulta para que os portugueses tenham a palavra e a decisão, para que haja eleições num prazo razoável". Foto LUSA. No final de uma audiência com o Presidente da República, Cavaco Silva, Louçã reiterou ainda a recusa bloquista de um “um plano de resgate financeiro ou de cedência a um contexto de contrato com o FMI e com o fundo europeu”.

    “A solução a que devemos recorrer é a de consulta para que os portugueses tenham a palavra e a decisão, para que haja eleições num prazo razoável (…) Propusemos que a data escolhida fosse 5 de Junho, estamos disponíveis para que haja um debate político sólido, rápido, com grandes decisões. Mas sabemos que é preciso olhar com toda a atenção para a crise financeira que se está a viver, para as pressões externas, para a chantagem dos mercados especulativos”, disse.

    Francisco Louçã vincou ainda que o Bloco “sempre se opôs a um plano de resgate financeiro ou de cedência a um contexto de contrato com o FMI e com o fundo europeu”.

    “Isso significaria uma punição sobre a economia portuguesa e um estrangulamento social que não estamos dispostos a aceitar (…) o caminho que temos que seguir, escolhido pelos portugueses, deve apontar para o reforço da solidariedade social”, considerou.

    Questionado sobre a legitimidade de um governo de gestão vincular o país a um pedido de ajuda, Louçã defendeu: “Devemos evitar, combater os programas de ajuste externo que resultam de um pedido de resgate e de financiamento. Portugal deve ter a capacidade de responder para que a consolidação orçamental consolide a justiça fiscal, traga mais clareza à economia, rigor ao orçamento”.

    “Por isso não aceitamos que haja essa pressão para um pedido de ajuda externa. Lamentamos que o Governo tenha aceite ao nível europeu que o fundo europeu seja partilhado com o FMI, o que quer dizer sempre uma receita inaceitável”, sublinhou.

    Bloco rejeita governo do bloco central

    Acompanhado pelo líder parlamentar, José Manuel Pureza, e pelo deputado Luís Fazenda, Louçã afirmou depois que o debate das possíveis eleições “é sobre que caminho que cada um tem para o país na crise financeira mais grave na última década”.

    Francisco Louçã anteviu ainda que “um dos elementos mais importantes do debate político” é o que se antevê das propostas avançadas por um “conjunto de vozes” que vão “do PS ao PSD, passando pelo comunicado de Passos Coelho na segunda-feira, continuando em tantos dirigentes do PS”.

    “O que estão a propor é um governo do PS junto com o PSD e porventura com o CDS. E esta ideia de que quem nos levou à crise vai continuar a crise com as mesmas medidas que já fizeram a crise é o que está no centro do debate político em alternativa a uma política de responsabilidade, de uma economia consistente”, afirmou.

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  26. O C.D.S. é um partido do "arco do poder" por ser de extrema - direita?

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  27. Ajuda externa
    Presidente da República já consultou o Bloco
    Económico com Lusa
    07/04/11 17:43


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    Louçã revelou que Cavaco Silva já consultou o Bloco de Esquerda sobre pedido de ajuda de Portugal.


    Francisco Louçã revelou hoje que Cavaco Silva já consultou o Bloco de Esquerda sobre o pedido de ajuda externa a Portugal.

    "Foi uma conversa de consulta, eu cumpro sempre a regra de não divulgar o que o Presidente diz", afirmou Francisco Louçã aos jornalistas, numa conferência de imprensa na sede nacional do BE, em Lisboa.

    Louçã acrescentou que o Governo, que "não terá ainda apresentado em Bruxelas a carta de intenções" do pedido de assistência financeira, não contactou o BE, que rejeita "a via do FMI".

    Sobre a necessidade de o pedido de ajuda externa requerer um mandato da Assembleia da República, que funciona actualmente com base na comissão permanente, o líder do BE afirmou que isso "depende das medidas propostas".

    "O Governo começa este processo, não sabemos o que a Comissão Europeia e o FMI propõem", acrescentou.

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  28. Greve (act.)
    Trabalhadores da Função Pública em greve a 6 de Maio
    Económico
    07/04/11 16:40


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    Protestos contra as medidas de austeridade e a chegada do FMI são as razões invocadas.
    Collapse Notícias Relacionadas
    Frente Comum recusa cortes salariais e de direitos


    A Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública diz que quer "o FMI fora de Portugal".

    Os protestos contra as medidas de austeridade e a chegada do FMI são as razões invocadas para esta paralisação dos trabalhadores da Função Pública.

    "Os partidos do centrão político (PS e PSD) estão a preparar-se para continuar a destruição da Administração Pública e, por arrasto, impor mais sacrifícios aos trabalhadores, é tempo de continuar a lutar", diz a Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública num comunicado publicado na página de Internet da Federação.

    "O PEC IV do PS ou as propostas do PSD que já se conhecem, para cortar ainda mais na Administração Pública, e agora com o pedido de ajuda à União Europeia e ao FMI impõem a nossa resposta: Venha quem vier para o Governo nas próximas eleições, não queremos mais do mesmo e queremos o FMI fora de Portugal".

    Paulo Taborda, dirigente da Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública, disse à TSF que a decisão de paralisação já estava prevista, mas que "os últimos acontecimentos reforçam a necessidade de combater essas políticas".

    "Não são os trabalhadores da Função Pública que são responsáveis pela situação e pelas medidas que nos querem impor, e medidas vindas de fora", acrescenta o dirigente.

    "Esta greve faz todo o sentido nesta altura e numa altura em que vamos ter eleições", conclui.

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  29. Juros de Portugal mantêm tendência de agravamento
    Margarida Vaqueiro Lopes
    07/04/11 15:00


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    Sócrates anunciou hoje que Portugal vai recorrer ao Fundo de Estabilização Europeu.


    O anúncio de que Portugal vai recorrer ao Fundo de Estabilização Europeu não foi suficiente para diminuir a pressão sobre o país.

    As 'yield' sobre obrigações nacionais estão a agravar-se em todos os prazos no mercado secundário, sendo que nas maturidades a 3, 5, 6 e 7 anos, esta taxa se mantém acima dos 9%.

    Também o ‘spread' entre a dívida nacional a 10 e a 2 anos mantém o sinal negativo. Os juros sobre obrigações portuguesas a 10 anos negociavam nos 8,563%, depois de ontem terem fechado nos 8,538%, enquanto a 'yield' sobre as OT a 2 anos se agrava para os 8,948%.

    As subidas dos juros de Portugal no mercado secundário surgem um dia depois de o primeiro-ministro, José Sócrates, ter anunciado que o Governo pediu ajuda à Comissão Europeia perante a incapacidade do País se continuar a financiar ao preço que os mercados exigem.

    O pacote da ajuda externa - nos moldes daquele que foi oferecido à Irlanda - pode chegar aos 90 mil milhões de euros, um valor que representa mais de metade do PIB estimado para este ano, apurou o Diário Económico.

    A primeira tranche de financiamento ficará entre os 22 e os 25 mil milhões de euros e deverá chegar antes das eleições legislativas antecipadas de dia 5 de Junho.

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  30. RESGATAR OS CREDORES, SEQUESTRAR DOS DEVEDORES

    1. O Governo Português apresentou um pedido de resgate financeiro ao FEEF/FMI. Este pedido é o corolário de décadas de opções erradas no domínio das políticas económicas e sociais que fragilizaram o país e o tornaram refém das chantagens do poder financeiro. Nos últimos trinta anos, a acelerada desregulação e liberalização da economia, apresentadas como receita para o crescimento económico, resultou ao invés na destruição da capacidade produtiva e consequente aumento da dependência externa. Esta opção política, partilhada pelos sucessivos governos nacionais, viu as suas consequências agudizarem-se pelo espartilho neoliberal das regras orçamentais decorrentes dos tratados europeus, que sacrificaram o crescimento económico em nome da rigidez de critérios financeiros nominais inadequados às condições reais da economia portuguesa. A crescente financeirização da economia mundial, a falta de resposta atempada da UE às crises financeiras no espaço comunitário, o desajuste do Pacto de Estabilidade num contexto de crise económica e as opções de política interna, nomeadamente a imposição de vários pacotes de austeridade que nunca se auto-bastaram, levaram o país, num espaço de dez anos, de uma crise orçamental a uma crise económica e social sem precedentes.
    2. O pedido de resgate agora anunciado, resultará num sequestro das reais possibilidades de combate à crise e às suas nefastas consequências económicas e sociais. Os presentes exemplos das intervenções de resgate financeiro em curso na Irlanda e na Grécia, demonstram à saciedade que somar recessão à recessão tem custos sociais incomportáveis e nenhuma eficácia no relançamento do crescimento económico.
    3. Perante as actuais circunstâncias a ATTAC desenvolverá, em contacto com outras associações, movimentos e forças sociais as acções necessárias à construção de uma alternativa à crise, que desmistifique a inevitabilidade deste rumo neoliberal.

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