Quando não sabes o que dizes, o melhor é não o dizeres (a resposta necessária ao comentário rasca de Miguel Sousa Tavares sobre o protesto do próximo sábado, efectuado ontem na SIC)
Estamos a ficar fartos de "comentadores" da desinformação e de canais e jornalistas que usam e abusam destes manipuladores, não cumprindo a sua função - informar objectivamente!
Sapere aude por Miguel Serras Pereira Dificilmente alguém tão sucintamente diria tão bem como José Vítor Malheiros, nestes passos da sua crónica de hoje, a urgência da velha divisa Sapere aude e da sua exortação a que ousemos saber — ousemos saber que e o que sabemos. Do mesmo modo, dificilmente alguém poderia enunciar tão ágil e claramente as razões e condições gerais da autonomia democrática — ou seja, da acção que a visa e à míngua da qual, para o dizermos com Alexandre O'Neill, "perfilados de medo agradecemos / o medo que nos salva da loucura", ou "já vivemos tão juntos e tão sós / que da vida perdemos o sentido":
Hoje, vivemos um momento inédito na nossa civilização. Pela primeira vez desde que se inventou o progresso, não vemos razões para acreditar que os nossos filhos vão viver melhor do que nós ou num mundo melhor do que o nosso, com mais bem-estar, mais paz e mais liberdade. E os nossos filhos também não vêem.
Sabemos que esse mundo é possível, sabemos que há ferramentas que permitem construir esse mundo, descobrimos aqui e ali pequenos exemplos desse mundo, sabemos como se faz, conhecemos inúmeras armadilhas que podemos evitar, sabemos como a guerra é destruidora, sabemos como a liberdade é preciosa, ensinámos milhões a sonhar e a criar, produzimos suficientes alimentos para acabar com a fome e suficientes medicamentos para salvar as vidas de milhões. Sabemos como se produzem bens e como se inventa, temos muito boas ideias sobre a melhor forma de organizar uma empresa, uma aldeia ou uma escola, sabemos que a liberdade de expressão e de reunião não só fazem bem à alma como geram as melhores soluções, como nos ensinou John Stuart Mill. Percebemos o que quer dizer liberdade, igualdade e fraternidade. Inventámos as mais fantásticas tecnologias e até nos sabemos organizar sem chefes.
E, apesar de tudo isso, vemos as desigualdades aumentarem, o espaço da cidadania encolher, os privilégios das oligarquias reforçarem-se, o apelido valer mais que a competência, a corrupção instalar-se, a justiça desviar os olhos dos poderosos e pôr na cadeia o autor de um graffito, um diploma passado ao domingo valer mais do que um passado à segunda-feira, os salários a diminuírem e os lucros dos bancos a engrossarem, os prejuízos nacionalizados e os lucros privatizados, o desemprego a subir e os salários dos jotas a crescer, a Segurança Social a pagar pensões de miséria a uns e várias pensões de luxo a outros - tudo enquanto nos louvam as vantagens da flexibilidade laboral, do despedimento fácil, nos explicam que os salários portugueses estão demasiado altos, que os nossos call centers têm o melhor nível de escolaridade do mundo, que as manifestações só se devem fazer no Norte de África, que a democracia prejudica a produtividade e que os direitos dos trabalhadores são a razão do nosso atraso.
MIGUEL SOUSA TAVARES: LIXO e LIXO e o costume (e, seguidamente, ignorem a existência da personagem – definitivamente) 9 de Março de 2011 por Carlos Vidal
Atenção que este tipo é perigoso – muito perigoso não no Chiado, onde não aparece para as pauladas à séria, por exemplo na porta da Brasileira (como antigamente, e agora porque não?) mas como habitué de tribunais, sítio onde costumeiramente se defende. E bem – sei pouco da coisa em causa, e não intento conhecer esta personagem que abjecciono desde sempre; arranca chorudas indemnizações em processos pouco claros, o que também servem – estas suas gloriosas «vitórias» – para mostrar o estado da chamada «justiça» em Portugal, o sítio onde infelizmente vivemos.
Tudo em redor desta criatura é confuso e, metermo-nos com tal personagem, é um mergulhar numa argumentativa lixeira sem fim. Não me lembro de cor de todas as suas peripécias, já o disse e repito (porque o tipo é táctico e falso, no manejar “justicialista tribunaleiro” muitíssimo mais perigoso do que Sócrates, que ele muito admira!). Por exemplo, disse e desdisse (ou não disse) que os professores eram os parasitas mais bem pagos deste país. Creio que, como lhe é hábito, processou alguém, ou várias pessoas por isso, não estou certo mas conseguiu provar que nada disse. E acabou, como sempre, por ganhar qualquer coisa. Ainda hoje ninguém está certo se este tipo disse ou não aquilo que atrás eu julgo que ele disse.
Depois, em 2006 (não estou certo também, pois nunca li uma merda de livro deste indivíduo, e os excertos que li de relance, pegando a coisa com pinças higiénicas numa qualquer livraria, eu não chamaria ao lido nada mais que «merda», sub-sub-literatura), em 2006, dizia eu, foi acusado de plágio com o seu livro (???) «Equador», que vendeu em barda, o que já não aconteceu ao «segundo romance de fundo», «Rio de qq coisa», muitíssimo bem analisado na altura por Vasco Pulido Valente. Processou gente, não sei se muita se pouca sobre o caso do plágio, mas alguns blogues conservam detalhes desta história e nacos de prosa interessantes, digamos, votos de não vencidos nem convencidos.
Estamos a ficar fartos de "comentadores" da desinformação e de canais e jornalistas que usam e abusam destes manipuladores, não cumprindo a sua função - informar objectivamente!
ResponderEliminarComo há ainda quem pague a "comentadores" senis como Miguel Sousa Tavares, Marcelo Rebelo de Sousa ou Pacheco Pereira?!
ResponderEliminarSapere aude
ResponderEliminarpor Miguel Serras Pereira
Dificilmente alguém tão sucintamente diria tão bem como José Vítor Malheiros, nestes passos da sua crónica de hoje, a urgência da velha divisa Sapere aude e da sua exortação a que ousemos saber — ousemos saber que e o que sabemos. Do mesmo modo, dificilmente alguém poderia enunciar tão ágil e claramente as razões e condições gerais da autonomia democrática — ou seja, da acção que a visa e à míngua da qual, para o dizermos com Alexandre O'Neill, "perfilados de medo agradecemos / o medo que nos salva da loucura", ou "já vivemos tão juntos e tão sós / que da vida perdemos o sentido":
Hoje, vivemos um momento inédito na nossa civilização. Pela primeira vez desde que se inventou o progresso, não vemos razões para acreditar que os nossos filhos vão viver melhor do que nós ou num mundo melhor do que o nosso, com mais bem-estar, mais paz e mais liberdade. E os nossos filhos também não vêem.
Sabemos que esse mundo é possível, sabemos que há ferramentas que permitem construir esse mundo, descobrimos aqui e ali pequenos exemplos desse mundo, sabemos como se faz, conhecemos inúmeras armadilhas que podemos evitar, sabemos como a guerra é destruidora, sabemos como a liberdade é preciosa, ensinámos milhões a sonhar e a criar, produzimos suficientes alimentos para acabar com a fome e suficientes medicamentos para salvar as vidas de milhões. Sabemos como se produzem bens e como se inventa, temos muito boas ideias sobre a melhor forma de organizar uma empresa, uma aldeia ou uma escola, sabemos que a liberdade de expressão e de reunião não só fazem bem à alma como geram as melhores soluções, como nos ensinou John Stuart Mill. Percebemos o que quer dizer liberdade, igualdade e fraternidade. Inventámos as mais fantásticas tecnologias e até nos sabemos organizar sem chefes.
E, apesar de tudo isso, vemos as desigualdades aumentarem, o espaço da cidadania encolher, os privilégios das oligarquias reforçarem-se, o apelido valer mais que a competência, a corrupção instalar-se, a justiça desviar os olhos dos poderosos e pôr na cadeia o autor de um graffito, um diploma passado ao domingo valer mais do que um passado à segunda-feira, os salários a diminuírem e os lucros dos bancos a engrossarem, os prejuízos nacionalizados e os lucros privatizados, o desemprego a subir e os salários dos jotas a crescer, a Segurança Social a pagar pensões de miséria a uns e várias pensões de luxo a outros - tudo enquanto nos louvam as vantagens da flexibilidade laboral, do despedimento fácil, nos explicam que os salários portugueses estão demasiado altos, que os nossos call centers têm o melhor nível de escolaridade do mundo, que as manifestações só se devem fazer no Norte de África, que a democracia prejudica a produtividade e que os direitos dos trabalhadores são a razão do nosso atraso.
MIGUEL SOUSA TAVARES: LIXO e LIXO e o costume (e, seguidamente, ignorem a existência da personagem – definitivamente)
ResponderEliminar9 de Março de 2011 por Carlos Vidal
Atenção que este tipo é perigoso – muito perigoso não no Chiado, onde não aparece para as pauladas à séria, por exemplo na porta da Brasileira (como antigamente, e agora porque não?) mas como habitué de tribunais, sítio onde costumeiramente se defende. E bem – sei pouco da coisa em causa, e não intento conhecer esta personagem que abjecciono desde sempre; arranca chorudas indemnizações em processos pouco claros, o que também servem – estas suas gloriosas «vitórias» – para mostrar o estado da chamada «justiça» em Portugal, o sítio onde infelizmente vivemos.
Tudo em redor desta criatura é confuso e, metermo-nos com tal personagem, é um mergulhar numa argumentativa lixeira sem fim. Não me lembro de cor de todas as suas peripécias, já o disse e repito (porque o tipo é táctico e falso, no manejar “justicialista tribunaleiro” muitíssimo mais perigoso do que Sócrates, que ele muito admira!). Por exemplo, disse e desdisse (ou não disse) que os professores eram os parasitas mais bem pagos deste país. Creio que, como lhe é hábito, processou alguém, ou várias pessoas por isso, não estou certo mas conseguiu provar que nada disse. E acabou, como sempre, por ganhar qualquer coisa. Ainda hoje ninguém está certo se este tipo disse ou não aquilo que atrás eu julgo que ele disse.
Depois, em 2006 (não estou certo também, pois nunca li uma merda de livro deste indivíduo, e os excertos que li de relance, pegando a coisa com pinças higiénicas numa qualquer livraria, eu não chamaria ao lido nada mais que «merda», sub-sub-literatura), em 2006, dizia eu, foi acusado de plágio com o seu livro (???) «Equador», que vendeu em barda, o que já não aconteceu ao «segundo romance de fundo», «Rio de qq coisa», muitíssimo bem analisado na altura por Vasco Pulido Valente. Processou gente, não sei se muita se pouca sobre o caso do plágio, mas alguns blogues conservam detalhes desta história e nacos de prosa interessantes, digamos, votos de não vencidos nem convencidos.