quarta-feira, 4 de abril de 2012

Bruxelas manda, os vermes obedecem, o povo fode-se...

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7 comentários:

  1. "trata-se naturalmente de um lapso"
    Publicado por Bruno de Góis
    Ainda ontem de madrugada escrevi esta pequena nota, não é preciso ser bruxo: "Bruxelas abre a porta para mais um ataque à Constituição: a retirada permanente dos 13º e 14º mês. O Governo bem pode jurar que não, mas o povo não pode esperar nenhuma fidelidade da parte de um governo que, submisso a interesses externos, aceita a imposição de um garrote de 0,5% ao desenvolvimento e à democracia."

    Ora não precisámos de esperar muito. Ainda durante a quarta-feira Passos Coelho disse "Eu creio que é depois de 2014, porque o nosso programa de ajustamento decorre até 2014, portanto, só depois disso, como é evidente, e tem uma base anual. Portanto, a partir de 2015 haverá reposição desses subsídios".

    Tragicómico foi Vítor Gaspar ter dito seis vezes, hoje no debate do orçamento retificativo, que o governo sempre disse o mesmo sobre estes cortes. Confrontado com a citação de umas declarações suas em que falava sobre o fim dos cortes em 2013, respondeu Vítor Gaspar "trata-se naturalmente de um lapso". Ora lá está, disse sempre 2015, tirando aquelas vezes em que disse 2014, aliás, 2015... E de "forma gradual", provavelmente "ao longo de 12 meses"... Já estamos a ver a volta que querem dar.

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  2. 05/04/12
    Dança Macabra

    por Miguel Serras Pereira



    O plano é lógico e transparece claramente de toda uma série de medidas governamentais emblemáticas, entre as quais se destacam o encerramento anunciado da Maternidade Alfredo da Costa, passo de monta na liquidação do SNS, e a caça à fraude e à poupança nas "prestaçções sociais". Trata-se de procurar o relançamento e as bases da recuperação a partir da expansão e modernização no sector dos cemitérios e equipamentos mortuários, que, de resto, medidas como as referidas tornam objectivos prioritários. Mas deve haver aqui um problema de comunicação que me ultrapassa, pois não se compreende bem porque insiste o governo em fazer deste seu programa de dança macabra em benefício da salvação da economia nacional um segredo de Polichinelo — em vez de o proclamar com o mesmo ardor que já põe na sua execução prática.

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  3. Por uma política de tumultos
    5 de Abril de 2012 por Nuno Ramos de Almeida
    “Há noites em que o futuro é abolido, quando de todos os instantes só subsiste aquele que nós escolhemos para não ser”, é uma citação de Cioran que resume o momento.
    Garantem-nos que temos de ser pacientes. Vivemos acima das nossas possibilidades, dizem-nos. É preciso reformar a economia, explicam-nos. O mundo muda a uma velocidade vertiginosa, e é necessário sob perigo de ruína ou morte (é a mesma coisa para os nossos economistas-administradores-comentadores), adaptarmo-nos a essa mudança inevitável, ou não estar mais neste mundo, repetem-nos.
    Às vezes devemos preferir a dor à sonolência. Escolher a violência em vez da passividade. Fazer um acto irreversível. É melhor simplesmente não ser.

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  4. 13º e 14º mês em risco :: A Troika manda, Passos executa
    Depois de um alto responsável da Comissão Europeia, Peter Weiss, ter levantado a hipótese de que o corte do 13º e 14º mês pode ser permanente, Passos Coelho avisou o país que apenas a partir de 2015, ano de eleições, será reposto a conta-gotas esse rendimento cortado, ao contrário do que afirmou no fim do ano passado. Esta parte importante do rendimento anual de quem trabalha foi retirada para pagar os custos da crise criada pelo sector financeiro. Aquilo que era para ser um corte brutal em 2012 e 2013, passou a ser um corte brutal que não tem fim à vista, e o objectivo (do momento) é começar a devolver alguma coisa a partir de 2015. Mais, Passos Coelho abre ainda a porta ao fim permanente do 13º e 14º mês, argumentando que seria positiva a opção de dividir o rendimento anual por 12 salários, e não 14. Todos os cidadãos sabem o que isso significa num período de refluxo económico: a perda directa de 15% do seu rendimento anual.


    O primeiro-ministro revela ainda que, por um lado, não haverá qualquer reforço dos apoios sociais, mesmo perante os resultados dramáticos da crise financeira; por outro, fugindo a qualquer debate sério sobre o problema do desemprego, Passos afirma que não é necessário rever as estimativas sobre desemprego porque acredita que o segundo semestre «vai correr melhor» e haverá recuperação económica.


    O primeiro-ministro, cuja credibilidade aparece degradada todos os dias, especializa-se como executor bem comportado da política da Troika. Quando Peter Weiss, da Comissão Europeia, diz sobre o corte 13º e 14º mês que "Teremos de ver se se tornará permanente ou não, mas isso agora ainda não foi discutido", Passos Coelho avisa o país que se calhar vai ter de implementar o contrário do que disse há meses atrás.


    Quando Weiss se afirma surpreendido pela evolução da taxa de desemprego: "ainda será preciso compreender melhor estes dados", Passos Coelho nada diz. Se estes responsáveis falassem verdade, então seriam incompetentes (porque nenhum cidadão minimamente atento em Portugal acredita que o desemprego possa descer a curto prazo), se estão a mentir, então só uma resposta fortíssima do ponto de vista político e social poderá forçar ao recuo dos agiotas que tomaram conta do país, das vidas e do futuro de milhões de pessoas.

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  5. Tempo de reutilizar o adjetivo tão do agrado de Gaspar
    Shyznogud

    Lapso colossal, hein?

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  6. Passos e Portas, o governo dos trapaceiros
    Posted on 05/04/2012 por Carlos Fonseca 3 0 i

    Ainda no Domingo último, vi na TVI Ângelo Correia, com o ar mais embevecido do mundo, a adular o Pedro. Assim, intima e carinhosamente. Depois lá se lembrava de que estava a falar em público e emendava para Dr. Pedro Passos Coelho ou Primeiro Ministro. Sempre a exaltar as virtudes do cidadão honesto, íntegro e sem máculas no comportamento político e cívico.

    Abominei e pensei: “O País contínua entregue a vil gente, sem ética, ignóbil e que se aglutina em grupos sem limites na vergonha…estão feitos uns com os outros”.

    A despeito do meu companheiro Nabais já ter escrito sobre o tema, dada a gravidade do comportamento de trapaceiro de Passos, de que Portas não pode isentar-se, não posso deixar de juntar a minha voz contra a golpada do governo, desferida com ímpeto e sem piedade sobre os trabalhadores e reformados da função pública e pensionistas do sector privado: Subsídios só voltam a partir de 2015 e não será por inteiro.
    Confesso não ter ficado surpreendido. O aviso tinha sido dado pelo Secretário-Geral do PSD, Jorge Moreira da Silva, como denunciei aqui.

    Os juramentos de Moedas e Gaspar, este ontem na AR, de que se tratava de uma medida temporária e em vigor até ao final de 2013 foram falsos. O que têm estes senhores a dizer agora aos portugueses? Nada. Como habitualmente fecham-se em copas, com a falta de vergonha própria de trânsfugas. Ou então, virão declarar que a culpa é toda do Sócrates, conversa, de resto, já entediante.

    Olhe, Sr. Ângelo Correia, pegue no seu menino e leve-o de volta para as suas empresas. De m…. desta, estão os portugueses saturados; há anos!

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  7. Uma tragédia
    por Sérgio Lavos
    Para não escrever um palavrão, a única coisa que Gaspar, o seu lapso e o Governo merecem, deixo aqui um texto de Luís Menezes Leitão, do Delito de Opinião:



    "Esta notícia do suicício de um pensionista grego de 77 anos em plena Praça Syntagma reveste-se de um enorme simbolismo. Trata-se de um cidadão que tinha um contrato com o Estado, pelo qual ele asseguraria a sua reforma em virtude dos descontos que fez durante uma vida inteira. Para satisfazer os credores estrangeiros, o Estado quebrou esse contrato, cortando-lhe essa pensão, deixando o cidadão na miséria. Provavelmente o cidadão achou que o seu Parlamento o defenderia e que a Grécia tinha uma constituição que o protegeria. Quando viu que o país tinha passado a ser governado pelos credores estrangeiros, pôs termo à sua vida precisamente na praça da Constituição onde se encontra o parlamento grego. Ora, um país em que os cidadãos se matam em frente ao seu Parlamento é um país que já morreu.



    Por cá, infelizmente as coisas não vão muito melhor. O tribunal constitucional também aceitou cortar salários e pensões, desde que o corte fosse temporário. A argumentação é ridícula, uma vez que enquanto dura o corte de salários as pessoas podem entrar em insolvência e ficar na miséria. No entanto, já veio a Comissão Europeia pedir que o corte se torne definitivo e o Primeiro-Ministro imediatamente referiu que o dinheiro confiscado só será devolvido a partir de 2015 e às pinguinhas. Um Estado que prefere proteger os credores estrangeiros em lugar dos seus funcionários e pensionistas é um Estado que não se respeita a si próprio. Para defender o Estado português, exige-se aos governantes algo mais do que pôr a bandeira de Portugal na lapela do casaco: exige-se que protejam os cidadãos portugueses."

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