sexta-feira, 20 de maio de 2011

No dia 05 de Junho não vás em cantigas, vira à esquerda (# 4)

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5 comentários:

  1. unilateralmente falando

    Banco de Portugal aprova cláusula que permite aos bancos alterarem custos dos empréstimos de forma unilateral
    entretanto, as sondagens não batem certo com a realidade - as conversas nos cafés, a desilusão com a classe política (e têm sido sempre os mesmos, ad nauseam...), a demonstração por A+B que esta teoria económica não funciona, (dez anos do mesmo pior-ismo e os resultados estão à vista) ...e vitória anunciada da táctica do 'insiste, insiste, insiste'?? tríade PS-PSD-CDS sob a batuta da troika, que pressupõe a aceitação de um empréstimo em que um quarto do dinheiro é para o sector financeiro, a juros e em prazos que nos arrastam para uma bola de neve de dívida, e a promessa de mais austeridade?
    a sério? (mas nós seremos parvos?)
    ... li nalgum lado e passo a sugestão: assim de mansinho e em massa, dia 5 deslocamo-nos às urnas e, no segredo da cabine, sem mais ninguém a ver, marcarmos um 'x' que seja realmente útil contra este estado de coisas - badamerda, o FMI, que se lixem as sondagens, as lágrimas de crocodilo e as teorias que a abstenção muda alguma coisa. economia, e não finança: taxação, re-gu-la-ção e nada de liberdades especulativas abusivas. vire à esquerda, s.f.f.
    gui castro felga em 12:00 AM

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  2. Não há nenhuma ajuda

    Por mais argumentos que se apresentem - das taxas de juro abusivas às privatizações ruinosas, passando pela "contracção sem precedentes do rendimento disponível real das famílias e de novos aumentos da taxa de desemprego", segundo o tenebroso Banco de Portugal, sempre em apoio de todas as regressões, de todas as incompetências -, a expressão “ajuda externa” sobrevive no debate público devido à seguinte ideia: em Maio não haveria dinheiro para "pagar salários". Isto não é bem assim. Em Maio, tudo o resto constante, e nem tudo tinha de estar constante porque havia algumas propostas para gerar liquidez, poderia não haver dinheiro para pagar salários e, friso o e, para fazer face a todos os compromissos com os credores. Numa democracia, aqui chegados, a escolha seria clara: entre o contrato social e o contrato financeiro não há como hesitar. No entanto, o periclitante sistema financeiro europeu não estaria em condições de aguentar tal escolha, claro. Isto é conhecimento comum.


    A intervenção externa pretende evitar que os credores internos e externos tenham quaisquer perdas até 2013. Se Portugal tivesse tido a coragem de recusar os termos da intervenção externa, teria gerado um arranjo europeu bem melhor do que esta desgraça. É por estas e por outras que o problema europeu só começará a ser resolvido quando um país periférico ou, ainda melhor, uma aliança de países periféricos ameaçar usar a arma da renegociação. Quanto mais cedo isso acontecer melhor. Nem imaginam como isso tornaria o centro europeu consciente do seu interesse próprio esclarecido, como isso concentraria as mentes nos três problemas europeus que contam - dívida, investimento e bancos - e em três reformas incrementais: euro-obrigações, reforço do banco europeu de investimento e do controlo público dos bancos. A alternativa a isto é a desconstrução europeia, graças à interacção perversa entre as fracturas económica, social e política.
    Postado por João Rodrigues

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  3. Reprofilemo-nos


    A conversa sobre a reestruturação da dívida está a evoluir na União Europeia. Agora já não é “reestruturação jamé”. É “reestruturação suave”, “reprofilamento” (reprofiling).

    As inovações linguísticas na União Europeia são um sinal inequívoco de que alguém mudou de ideias. A reestruturação vem lá, antes de 2013, com bênção institucional do Eurogrupo, por muito que custe ao BCE. E vem lá ao mesmo tempo que nos está a ser imposto um “acordo” baseado no pressuposto de que a reestruturação "jamé".

    Antes da reestruturação é preciso flagelação. Esta parece ser a lógica de quem agora manda na UE.

    Cá é parecido. Enquanto Socrates continua no reestruturação “jamé”, Passos Coelho já diz que primeiro temos de nos castigar um bocadinho para depois podermos mendigar uma taxa de juro menos punitiva. E diz também que uma redução da taxa de juro não tem nada a ver com reestruturação. Pois não, deve ser “reprofilamento”.
    Postado por José M. Castro Caldas às 18.5.11

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  4. Dentro das expectativas

    A taxa de desemprego passou de 11,1% para 12,4%, “em parte”, sublinho o “em parte”, devido ao “efeito de alterações introduzidas no modo de recolha e a modificações no questionário do inquérito ao emprego”, diz o INE. A outra parte é o efeito desta austeridade inevitavelmente recessiva. Uma parte que vai ser cada vez mais importante, até porque as alterações à legislação laboral só vão acentuar os efeitos destrutivos da recessão, facilitando novos despedimentos e novas quebras dos salários. O inenarrável Valter Lemos, um personagem só possível numa democracia fortemente degradada, promovido por um partido que perdeu a bússola socialista, que digo eu, a bússola social-democrata, a bússola da decência, tem razão por uma vez: está tudo “dentro das expectativas” do governo. Dentro das expectativas da política económica dos sucessivos PEC e agora da troika. Uma política económica que tem por efeito gerar cada vez mais desemprego e medo na economia, cada vez maiores quebras nos salários e na procura, cada vez mais famílias insolventes, num país que se podia orgulhar de ter das mais baixas taxas de incumprimento no crédito, cada vez mais escolhas trágicas. Uma política para uma economia inviável. De resto, esta política de austeridade só é evitável se os cidadãos se mobilizarem contras as troikas e apostarem nas alternativas sensatas disponíveis.
    Postado por João Rodrigues

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  5. CIP quer explorar mais e descontar menos

    CIP propõe redução da TSU de mais de 10 pontos, aumento do horário laboral para 42h, diminuição do período de férias e redução do subsídio de desemprego. Deputado do Bloco José Gusmão defende que «estas propostas revelam bem o extremismo ideológico e a absoluta incompetência das nossas elites económicas».

    António Saraiva, presidente da CIP - Confederação Empresarial de Portugal defendeu esta quinta-feira que a redução da Taxa Social Única só é relevante se for superior a 10 pontos. A par desta medida propõe o aumento do horário de trabalho para 42 horas na indústria.

    No que respeita ao período de férias atribuído aos trabalhadores portugueses, António Saraiva advoga que o mesmo deveria voltar a ser de 22 dias úteis por ano, acabando com a actual possibilidade dos trabalhadores assíduos gozarem mais três dias de férias. "Já quando se decidiu aumentar de 22 para 25 dias úteis, premiando aqueles que não faltam, considerámos a medida errada porque todos nós temos a obrigação de trabalhar mais e melhor", adiantou o responsável da CIP.

    A CIP incluiu no rol de medidas a aplicar o fim do subsídio de desemprego mínimo, que hoje equivale a 419,22 euros.

    O conjunto de iniciativas apresentado pela confederação centra-se em cinco eixos: sustentabilidade orçamental, financiamento económico, reformas estruturais e desenvolvimento económico, internacionalização, e PME e crescimento económico.

    António Saraiva apelou a que, após as eleições, se constitua "uma coligação com ampla base parlamentar", considerando que a mesma permitiria "mais estabilidade" e "mais capacidade" para o país sair da crise em que se encontra.

    “Extremismo ideológico” e “incompetência”

    O deputado do Bloco de Esquerda José Gusmão considera que “estas propostas revelam bem o extremismo ideológico e a absoluta incompetência das nossas elites económicas”.

    Para José Gusmão, num momento “em que é importante discutir as soluções para a competitividade da economia portuguesa, a única coisa de que os nossos grandes empresários se lembram não é da inovação ou da aposta do sector dos bens transaccionáveis”, mas da «redução radical da TSU, que “só poderá acontecer se for compensada por uma acréscimo da carga fiscal sobre quem trabalha”.

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