sábado, 19 de novembro de 2011

Contagem decrescente para a Greve Geral de 24 de Novembro (# 4)

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1 comentário:

  1. Economia política da desfaçatez
    A desfaçatez das elites políticas dominantes não tem limites. Cavaco, o da “reforma do factor trabalho”, que nomeou um dos principais ideólogos da desvalorização salarial generalizada, Vítor Bento, como Conselheiro de Estado, rejeita a ideia de baixar salários no sector privado, embora a austeridade e as reformas ditas estruturais que apoia não façam outra coisa. O ex-super-ministro Álvaro, por sua vez, diz que o Estado não deve “interferir” nas negociações no privado. Isto está também em linha com as melhores ficções do liberalismo económico. Na realidade, o liberalismo é sempre um activismo político, por vezes mascarado por uma retórica naturalista de “deixar que as coisas sigam o seu curso nos mercados livres”, que é apenas a expressão de uma preferência pelo statu quo, mas apenas depois de alcançadas as vitórias políticas e as transformações institucionais desejadas, ou seja, depois das novas regras que enquadram os mercados dotarem as forças sociais dominantes de novos meios para o exercício do poder económico, facilitando assim a transferência de custos sociais para as classes trabalhadores, sob a forma de salários mais baixos ou de condições de trabalho mais inseguras. Enfim, a hipocrisia é a marca de um liberalismo dominante, mas inseguro. É que ainda vivemos em democracia, mesmo que limitada, e o esforço para instituir as ficções liberais prejudica muito os interesses e as aspirações da maioria.
    POSTADO POR JOÃO RODRIGUES

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