domingo, 30 de janeiro de 2011

A cantiga é uma arma (contra o desemprego e a precariedade) # 5




Deolinda - "Parva que sou" (inédito)

Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou!
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.

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10 comentários:

  1. A campanha de desinformação liberal já começou

    “Quando os desequilíbrios são grandes de mais e o sector público é demasiado pesado, só há duas maneiras para resolver o assunto: cortar nos salários e aumentar os impostos, ou reformar o Estado, racionalizá-lo e colocá-lo na proporção que a nossa produção de riqueza permite”. Assim falava Passos Coelho, no encerramento das jornadas parlamentares do PSD que decorreram esta semana em Braga.

    Gostava de saber qual é para Passos Coelho a proporção do Estado que a 'nossa produção de riqueza permite'. É que olhando para o gráfico acima, com dados que antecedem o impacto da crise financeira, tenho dificuldade em ver uma relação clara entre os níveis de rendimento per capita dos países e a 'proporção do Estado' (medida pelas despesas públicas em percentagem do PIB).

    Nele vejo países mais ricos com presenças muito fortes e menos fortes do Estado na economia. Não vejo que os países onde a presença do Estado é mais marcante tenham tido nos últimos anos desempenhos económicos inferiores (ou superiores). Constato, pelo contrário, que os países onde essa presença é maior (como a França, a Dinamarca ou a Suécia) são menos desiguais do que países de níveis de rendimento equivalentes onde o Estado desempenha um papel menor (como os EUA). Não deve ser por acaso.

    Também não vejo que Portugal esteja numa posição em que a presença do Estado seja desproporcionada face à média dos países considerados (membros da UE, EUA e Japão).

    Mas nada disto impedirá Passos Coelho de repetir à exaustão a sua lenga-lenga. O rosto do novo liberalismo luso, numa imitação gasta do Reaganiano "o Estado é parte do problema e não da solução", está convencido que esta é a onda que tem de navegar para conquistar o poder.

    A nós cabe desmascarar a fraude e deixar claro que a sociedade que Passos Coelho almeja foi aquela que conduziu ao aumento das desigualdades sociais e da instabilidade económica nos últimos 30 anos.
    Postado por Ricardo Paes Mamede

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  2. Três maiores bancos privados lucram 996,9 milhões de euros em 2010
    BCP, BES e BPI lucram 996,9 milhões de euros em 2010, o equivalente a 2,7 milhões por dia, e mais 75 milhões do que em 2009. Este foi o melhor resultado líquido dos últimos três anos. O aumento das comissões e a queda dos impostos justificam este crescimento.
    Artigo | 3 Fevereiro, 2011 - 13:05

    O Banco Espírito Santo (BES) foi o banco privado que maior lucro registou em 2010, no valor de 510,5 milhões de euros. Foto de António Cotrim, Lusa. O Banco Espírito Santo (BES) foi o banco privado que maior lucro registou em 2010, no valor de 510,5 milhões de euros, apesar da margem de lucro ter decrescido em 2,2 por cento face a 2009. O Banco Comercial Português (BCP) viu os seus lucros aumentarem em 33,9 por cento face a 2009, obtendo uma receita de 301,6 milhões de euros. O Banco Português de Investimento (BPI), por sua vez, registou lucros de 184,8 milhões de euros, equivalente a um acréscimo de 5,6 por cento em comparação com o ano anterior.

    Em 2010, a banca privada obteve o melhor resultado líquido dos últimos três anos. Os três maiores bancos lucraram 996,9 milhões de euros, o equivalente a 2,7 milhões por dia, e mais 75 milhões do que em 2009. A taxa de crescimento dos lucros registados comparativamente ao ano anterior ascendeu a 8,1%.

    Estes resultados são justificados essencialmente pelo crescimento das comissões associadas, entre outros, ao estímulo dos cartões de crédito, empréstimos individuais, créditos documentários e garantias prestadas em nome das empresas. O BES registou um acréscimo, no que respeita às comissões, de 12 por cento, o BCP de 10,9 por cento e o BPI de 0,8 por cento.

    Os três maiores bancos também beneficiaram da redução de impostos, sendo que o BPI se destaca por ter usufruído de um crédito fiscal de 5,9 milhões de euros. O BES desfrutou de uma redução percentual de 60% face a 2009 no que respeita ao pagamento de impostos sobre os lucros, ao passo que o BCP pagou menos 20 por cento.

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  3. Ex-dirigente do CDS assume “cunha” e não se arrepende
    Julgamento do processo Portucale começou na passada quarta-feira. Onze arguidos, entre os quais, Abel Ribeiro, ex-dirigente do CDS, e três administradores do Grupo Espírito Santo são acusados de tráfico de influências. Abel Pinheiro afirma que “voltaria a fazer tudo outra vez”.
    Artigo | 3 Fevereiro, 2011 - 14:25

    Os ministros do governo PSD/CDS declararam como sendo de utilidade pública um projecto do GES para um empreendimento turístico em Benavente e autorizaram o abate de mais de 2.600 sobreiros, espécie protegida. Em 2005, o governo de Santana Lopes, a poucos dias de deixar o governo depois de ter perdido as eleições legislativas, deu luz verde à construção de um projecto turístico-imobiliário da empresa Portucale, do Grupo Espírito Santo (GES), que implicava o abate de 2600 sobreiros, uma espécie protegida, e não contemplava qualquer estudo ambiental prévio.

    Um despacho assinado pelos ex-ministros do PSD Costa Neves, com a pasta da Agricultura, e do CDS Nobre Guedes e Telmo Correia, responsáveis do Ambiente e Turismo, respectivamente, respondeu aos anseios do GES, que desde os anos 90 tentava obter autorização para o seu empreendimento turístico na herdade da Vagem Fresca, em Benavente.

    O Ministério Público conclui que a situação foi desbloqueada por Abel Pinheiro, administrador do Grupo Grão Pará e ex-membro da comissão executiva do CDS, sendo que o próprio confirmou esta acusação.

    Abel Pinheiro confirmou, perante o tribunal, que foi contactado por José Manuel Sousa, do GES, para interceder juntos dos ministros Costa Neves, Nobre Guedes e Telmo Correia, na medida em que o governo ia cair e era necessário garantir a aprovação do projecto.

    O ex-dirigente do CDS afirmou que fez e que “voltaria a fazer tudo outra vez”, sublinhando que “o pedido de cunhas é uma idiossincrasia da sociedade portuguesa, seja à nossa Senhora de Fátima, seja a quem for que possa influenciar”.

    Abel Pinheiro admitiu ainda ter tido “três ou quatro versões” do despacho nas suas mãos e ter seguido todo o processo.

    O Ministério Público investigou igualmente, no âmbito deste processo, as alegadas relações de financiamento partidário do CDS envolvendo o GES, nomeadamente o preenchimento de recibos de donativos que justificam a entrada de um milhão de euros nas contas deste partido.

    No banco dos réus sentam-se, além de Abel Pinheiro, Carlos Calvário, José Manuel de Sousa e Luís Horta e Costa (estes três ligados ao GES), António de Sousa Macedo (ex-director geral das Florestas), Manuel Rebelo (ex-membro da Direcção-Geral das Florestas), António Ferreira Gonçalves (ex-chefe do Núcleo Florestal do Ribatejo), João Carvalho, Teresa Godinho, Eunice Tinta e José António Valadas (funcionários do CDS).

    Abel Pinheiro e os administradores do GES são acusados de tráfico de influências, enquanto os funcionários do CDS vão responder pela acusação de falsificação de documentos.

    Os três ministros responsáveis pela viabilização do projecto não foram acusados de qualquer crime pelo Ministério Público e nem sequer marcaram presença na primeira sessão deste julgamento.

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  4. Sem stress?
    por João Rodrigues
    Está tudo a correr bem: em 2010, o lucro dos três maiores bancos privados nacionais cresceu 8%, face a 2009, para quase mil milhões de euros. É a banca, aparentemente, a conseguir transferir o stress para outros. Questão de poder. Entretanto, segundo o Negócios, e isto até custa a crer, o “encargo fiscal do BCP, BES e BPI caiu 83%” no mesmo período, o que terá ajudado no aumento dos lucros, claro. Isso e os empréstimos do BCE a taxas de juro quase nulas. O BCE está aí para as curvas dos bancos, mas não para as dos Estados que amparam os bancos e que depois ficam na sua dependência. É a vida no capitalismo financeirizado. Os riscos financeiros, que são muitos neste regime, são sempre socializados. Por isso é que o controlo público dos bancos deveria ser superior.

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  5. ESQUERDA DESFEITA, DIREITA SATISFEITA!

    HÁ, HOJE,uma diferença fundamental, cada vez mais evidente, entre a Direita e a Esquerda: enquanto a Direita identifica sempre sem qualquer dificuldade os seus interesses comuns, pondo de lado as suas divergências, a Esquerda identifica sempre com toda a facilidade as suas divergências, ignorando os seus interesses comuns.


    Desde Blair e o «New Labour», e de Schröder e o «Novo Centro», a esquerda social-democrata europeia aderiu aos princípios e métodos do neoliberalismo, em nome da globalização – e deixou de pensar em verdadeiras alternativas políticas, económicas e sociais consistentes e credíveis. Em suma: deitou pela borda fora os princípios básicos da social-democracia genuína, esbatendo quase por completo as diferenças que a separavam da direita.

    Em Portugal, a degradação, decadência e deliquescência dessa esquerda social-democrata, representada pelo PS, começou com Guterres e consolidou-se com Sócrates. Claro que a culpa não é só do PS. Mas o socialismo democrático já não vai além da mera retórica.

    E agora foi mesmo um ar que lhe deu! Esquerda desfeita, Direita satisfeita!

    É cada vez mais evidente que a Esquerda, no seu conjunto, vai ter de armazenar muita água para a longa travessia do deserto que tem pela frente… Como os camelos!

    Afixado por Alfredo Barroso

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  6. Cavaco poderá ter pago Sisa inferior ao que estipula a lei
    Segundo apurou o Público, o valor da Sisa paga por Cavaco Silva foi calculado com base numa moradia com uma área coberta muito inferior àquela que, de facto, tem a casa de férias do presidente da República. Bloco pede "todos os esclarecimentos".
    Artigo | 3 Fevereiro, 2011 - 17:18

    Cavaco Silva não esclarece notícia divulgada pelo jornal Público. Foto Cavaco 2011, Flickr. As Finanças calcularam o valor do imposto da Sisa da casa de férias de Cavaco Silva com base numa caderneta predial urbana que aponta como área coberta 252,89 metros quadrados. Os dados presentes neste documento não têm, contudo, nada a ver com a Gaivota Azul, moradia adquirida pelo presidente da República.

    O valor da Sisa pago por Cavaco corresponde a uma área coberta prevista na licença de construção do lote 19, pertencente à empresa Galvana, representada, entre outros, por Carapeto Dias, ex-assessor do antigo primeiro-ministro.

    Em 1996, a empresa Galvana solicitou à Câmara o licenciamento de uma moradia a ser construída nos lotes 18 e 19, que passariam a constituir um único lote. O projecto apresentado, da autoria de Olavo Dias, arquitecto das relações de Cavaco que foi responsável pela remodelação do seu apartamento em Lisboa, nada tinha a ver com o projecto tipo correspondente ao lote 19. O novo projecto contempla uma área coberta de 464 metros, contra os 252,89 metros quadrados anteriormente declarados, e uma área bruta de 620 metros quadrados.

    O jornal Público solicitou, previamente à publicação destes novos elementos, esclarecimentos sobre a matéria à assessoria de imprensa da Presidência da República, não tendo obtido qualquer esclarecimento.

    Bloco pede esclarecimentos

    Ana Drago, deputada do Bloco de Esquerda considera que devem ser prestados "todos os esclarecimentos", sendo que o Presidente, eleito para um cargo com responsabilidades públicas, "tem o dever de transparência sobre procedimentos em matéria fiscal".

    A deputada do Bloco sublinhou que “se as Finanças não inventaram esse projecto, é preciso saber quem o facultou”. “Tratam-se de situações inexplicáveis”, acrescentou, “que necessitam de ser esclarecidas”.

    VIVA O PRESIDENTE DA QUINTA DA COELHA!

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  7. Gestão dos hospitais-empresa é “ineficaz”
    Segundo o estudo da Delloite, no qual participaram várias personalidades, entre as quais, Correia de Campos, os hospitais público-empresariais têm “um historial contínuo de resultados negativos”, e funcionam de forma individual e desarticulada.
    Artigo | 4 Fevereiro, 2011 - 16:53

    Delloite aponta “ausência de uma avaliação do desempenho e uma responsabilização efectiva das estruturas de administração destas entidades”. Foto de maiqui maiqui, Flickr. O estudo “Saúde em Análise – Uma Visão para o Futuro”, da Delloite, e que contou com a participação de várias personalidades ligadas ao sector da saúde, entre as quais o ex-ministro da Saúde, Correia de Campos, os actuais secretários de Estado e alguns deputados da Comissão Parlamentar da Saúde, conclui que os hospitais público-empresariais (EPE) têm uma gestão ineficaz, que tem resultado num “historial contínuo de resultados negativos”.

    Segundo o documento da autoria da Delloite, “apesar de, nos últimos anos, se ter procedido à empresarialização de grande parte dos hospitais, com o intuito de introduzir práticas de gestão empresarial e promover uma maior autonomia nestas unidades, a estratégia e a gestão hospitalares não são eficazes, levando que muitos hospitais-empresa funcionem individualmente e de forma desarticulada”.

    A consultora aponta ainda a “falta de coordenação interna, má gestão e subaproveitamento da informação disponível; gestão ineficiente dos recursos disponíveis e acumulação de dívidas a fornecedores”, assim como um desconhecimento e ausência de resposta às verdadeiras necessidades, em termos de cuidados de saúde, das populações. Esta situação terá, segundo conclui este estudo, tendência a perpetuar-se devido à “ausência de uma avaliação do desempenho e uma responsabilização efectiva das estruturas de administração destas entidades”.

    A Delloite sublinha também a ausência de “uma estratégia clara e bem definida para os recursos humanos da saúde” em Portugal.

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  8. Escolas: 30 mil postos de trabalho eliminados
    Fenprof atribui a extinção de horários docentes à política de criar mega-agrupamentos, às alterações curriculares e à organização do ano escolar. Governo pretende reduzir 11,5% nas verbas para a Educação.
    Artigo | 4 Fevereiro, 2011 - 02:44

    Ministério de Isabel Alçada “age como simples direcção-geral do Ministério das Finanças”, diz a Fenprof. Foto de Paulete Matos
    Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, denunciou esta quinta-feira que mais de 30 mil postos de trabalho vão ser eliminados nas escolas no próximo ano lectivo, devido à política do governo de criar mega-agrupamentos, às alterações curriculares e à organização do ano escolar.

    “Nós calculamos que os mega-agrupamentos dêem uma redução na ordem dos 10 a 12 mil lugares, que as alterações curriculares dêem uma redução de 12 mil, sendo que 7 mil são horários de EVT [Educação Visual e Tecnológica], e que, com a organização do ano escolar e o novo, sejam mais cerca de 10 mil. Isto dá qualquer coisa como 34 mil horários”, disse.

    O secretário de Estado Alexandre Ventura confirmou que as alterações curriculares “vão implicar alterações nas escolas”, mas negou que correspondam aos números avançados pela Fenprof.

    Um decreto-lei publicado na quarta-feira em Diário da República veio alterar o desenho curricular do ensino básico e secundário a partir de Setembro de 2011.

    O diploma decreta a extinção da disciplina de Área de Projecto, o fim da obrigatoriedade de frequência de Estudo Acompanhado, passando a ser apenas para alunos com dificuldades a língua portuguesa e a matemática, e o fim do par pedagógico na leccionação da disciplina de EVT, que passa a ter apenas um professor.

    Orçamento impõe corte de 803 milhões de euros na Educação

    De acordo com a Fenprof, o grande ataque que o governo está a desferir contra a Educação e a qualidade do ensino resulta de um Orçamento de Estado que impõe um corte de 803 milhões de euros na Educação.

    “Sabendo-se que a redução de 5.000 professores neste ano lectivo, conforme esclareceu o Ministério das Finanças, apenas contribuiu para atenuar a dívida resultante da absurda compra de dois submarinos, pretende, então, o governo atingir a brutal redução de 11,5% nas verbas para a Educação, sobretudo à custa do emprego e dos salários dos docentes”, afirma um comunicado da Federação.

    Os sindicalistas docentes denunciam que o Ministério de Isabel Alçada “que age como simples direcção-geral do Ministério das Finanças”, ficará indelevelmente ao maior ataque jamais desferido contra a Educação, no Portugal democrático, caso não volte atrás nas suas intenções negativas.

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  9. Louçã apela ao fim da “economia parva onde para ser escravo é preciso estudar”
    Depois de uma sessão sobre “jovens e política” numa escola secundária em Almada, esta terça-feira, Francisco Louçã invocou a música dos Deolinda e frisou que "há muitas razões para censurar o Governo".
    Artigo | 8 Fevereiro, 2011 - 19:59

    53% dos jovens trabalhadores têm contratos temporários. Louçã apela ao fim da “economia parva onde para ser escravo é preciso estudar”. Foto de Paulete Matos. O convite a Francisco Louçã partiu de alunos do 12.º ano da escola Fernão Mendes Pinto, no Pragal, Almada, que, no âmbito da disciplina de Área de Projecto, decidiram tentar aproximar os jovens da política.

    À Lusa, Diogo Coelho, aluno da área de Humanidades, explicou que esta manhã falou-se de “actualidade política, dos problemas que têm ocorrido no país, da situação financeira, do que podem ou não os jovens fazer, e também da discriminação das drogas leves”, acrescentando que “as questões “ficaram todas esclarecidas” e que a manhã “foi muito produtiva”.

    Louçã disse que encontrou jovens “motivadíssimos, preparadíssimos e informadíssimos sobre os problemas da precariedade, do emprego, da qualificação, do serviço nacional de saúde, [e] sobre a política em relação à toxicodependência”.

    Para o coordenador da Comissão Política do Bloco, este tipo de iniciativas “permite aos estudantes decidirem por si, trazerem mais responsabilidade, mais democracia e a sua experiência” à discussão, ao debate, e à escola, “e é isso faz falta no ensino público em Portugal”.

    Louçã usou depois a música “Parva que sou”, dos portugueses Deolinda, de que já se disse ser um “hino do precariado”, e falou dos jovens e para os jovens: “Talvez a maior urgência seja a de acabarmos com uma economia parva que faz com que para ser escravo seja preciso estudar. E se a canção o diz, a realidade sublinha-o”, disse.

    Apelou, para início de mudança, ao fim dos “falsos recibos verdes, uma medida concreta em que era possível começar a mudar a economia do país”.

    "Há muitas razões para censurar o Governo"

    Em declarações à agência Lusa depois do encontro com os alunos, Francisco Louçã afirmou que o Bloco "não quer a política de direita deste Governo e não quer outras políticas de direita que prejudiquem o essencial da democracia social".

    Por isso, "há muitas razões para censurar o Governo", afirmou Louçã. "Queremos, pelo contrário, que haja uma alternativa de esquerda. A esquerda precisa de ser capaz de uma resposta, de um combate político em todos os planos. E é aí que o Bloco vai estar situado", disse.

    Questionado sobre a hipótese concreta de apoio a uma moção de censura ao Governo, o líder do Bloco referiu que "quando houver decisões, o partido apresentá-las-á".

    Por agora, Francisco Louçã diz apenas que "o combate tem que se fazer sempre de uma forma determinada para obter resultados, e agora a prioridade tem que ser a mobilização política para alternativas consistentes".

    Francisco Louçã criticou a "permissão" do Governo em relação aos "falsos recibos verdes para um milhão de pessoas, o desemprego, o aumento da vulnerabilidade do trabalho", e sublinhou que as políticas do PS "atingem as pessoas mais frágeis na sociedade".

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  10. para cima e para baixo, até à caverna das caveiras
    Publicado por Ana Bárbara Pedrosa
    "Acho parvo o refrão da música dos Deolinda que diz «Eu fico a pensar, que mundo tão parvo, onde para ser escravo é preciso estudar». Porque se estudaram e são escravos, são parvos de facto. Parvos porque gastaram o dinheiro dos pais e o dos nossos impostos a estudar para não aprender nada."

    Foi ao ler esta notícia que me apercebi de que anda para aí muito boa gente a pensar que as Universidades são o caminho directo para o sucesso profissional, como elas se tornassem @s estudantes em meta-intelectuais e como se não houvesse uma crise económica, criada ao serviço do capital e em benefício do pacto que as elites têm com o poder, a criar entraves à vida das pessoas. Mais: parece que essa boa gente sugere que o ensino é um capricho de menin@s ric@s que gastam o dinheiro das mães e dos pais e usam os impostos da facção trabalhadora de forma despudorada, aproveitando-se deles.

    Parece que andar na Universidade significa “estar apto [sic] a reconhecer e a aproveitar os desafios e a ser capaz de dar a volta à vida”. Quer isto dizer que ser estudante significa personalizar o Hugo, andando para cima e para baixo, até à caverna das caveiras. Provavelmente, a autora do texto que comento esqueceu-se do nome sugestivo de quem conclui os desafios impostos. É que para cima e para baixo já andamos, à caverna das caveiras já chegámos, desafios já temos nós de enfrentar até para conseguirmos uma inscrição no ES. Dar a volta à vida é que é o diabo; geralmente, é ela que nos dá a volta e está difícil mudar isso. E agradecia-se algum respeito por aquelas e aqueles a quem as imposições externas são prejudiciais e até mesmo cruéis.

    Comparar o desemprego à guerra, para além de ser uma falácia demagógica vergonhosa, é atirar areia para os olhos das pessoas, levando-as a crer que isto não é mau porque podia ser pior. Como se as pessoas devessem parar de lutar por direitos só porque podiam ter ainda menos direitos. Face a este texto de pusilânime cumplicidade com o poder político, não sei se me choca mais a brejeirice do tom, se a falta de capacidade argumentativa, se mesmo a tentativa de crucificar quem não quer ser escrav@ de um sistema.

    Para cúmulo, a autora do texto diz-nos que “só há uma maneira de dizer basta: passando activamente a ser parte da solução”, como se não fosse isto o que está em causa, como se não estivéssemos a travar uma guerra ideológica, como se @s desempregad@s fossem só um bando de inúteis a condenar.

    Para cima e para baixo, para a direita ou para a direita, chegaremos à caverna das caveiras. Se a mobilização for feita pela esquerda, se as conquistas laborais tiverem o forte cunho da esquerda, se o neoliberalismo for vencido pela esquerda, continuaremos em frente e para a esquerda e não veremos a famosa caverna das caveiras.

    Parafraseando a Bíblia, infelizes daqueles e daquelas que se deixam engolir pelas falácias asquerosas do neoliberalismo.

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