sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Entre nós e as palavras # 14


Quatro coisas quer o amo
Do criado que o serve
Deitar tarde, erguer cedo
Comer pouco e andar alegre

Já lá baixo vem a noite
Já lá vem nossa alegria
Tristeza p’ró nosso amo
Que se acabou o dia

Já o sol se vai embora
Por detrás do cabecinho
Quem dera ao patrão atá-lo
Na ponta de um nagalhinho

S’ele pudesse e bem quisera
Fazer o dia maior
Dar um nó na fita verde
P’ra que o sol se não pusera

Anónimo, cantiga tradicional da Beira-Baixa


(Fotografia: Dorothea Lange - "White Angel Breadline", San Francisco, 1933)

 
 

1 comentário:

  1. Bloco rejeita “extorsão sobre economias nacionais”
    Bloco de Esquerda defende que União Europeia deve ser chamada à responsabilidade de alterar políticas de destruição das economias nacionais e denuncia pressão de FMI e Comissão Europeia para facilitar despedimentos.
    Artigo | 3 Fevereiro, 2011 - 02:41

    Louçã considera que Conselho Europeu extraordinário será “de grande importância”, na medida em que é necessário que a União Europeia seja chamada “à responsabilidade de alterar esta política para responder às dificuldades e para evitar a continuação de uma pressão sobre cada um dos Estados”. Foto de Estela Silva, Lusa. À saída de uma reunião com José Sócrates, convocada pelo governo no âmbito da preparação do próximo Conselho Europeu extraordinário, o coordenador da Comissão Política do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, defendeu que a “União Europeia tem faltado aos países em dificuldades, às economias mais atingidas pela recessão e pelo colapso do sistema financeiro em função dos investimentos tóxicos dos últimos anos” e que “a União Europeia prepara-se para acentuar uma política de convergência na destruição dessas economias”.

    Francisco Louçã deu como exemplo o empréstimo da União Europeia (UE) à Irlanda que se concretizou esta quarta-feira, e que contempla um juro de mais de seis por cento, ou seja, “um juro que destrói esta economia, destrói empregos e prejudica a recuperação de que toda a Europa precisa”.

    É por isso mesmo que Louçã considera que este Conselho Europeu será “de grande importância”, na medida em que é necessário que a União Europeia seja chamada “à responsabilidade de alterar esta política para responder às dificuldades e para evitar a continuação de uma pressão sobre cada um dos Estados”. Uma pressão que, segundo o deputado do Bloco, se está a sentir em Portugal “quando o FMI ou a Comissão Europeia nos propõem facilitar os despedimentos, alterar o princípio da justa causa, tornar o despedimento mais barato e obrigar os trabalhadores, como o governo propôs na Concertação Social, a financiarem, através do seu próprio salário, um fundo para o seu despedimento futuro”.

    Francisco Louçã alertou, ainda, para o agravamento “dos problemas democráticos e os problemas sociais” com que hoje somos confrontados caso a Europa continue a caminhar" só no sentido da destruição e não da convergência, da cooperação para o pleno emprego e para o desenvolvimento da segurança social”.

    Leilão da dívida portuguesa

    Questionado sobre o leilão da dívida pública Francisco Louçã afirmou que "Portugal não pode aceitar e a Europa não pode aceitar a continuação da extorsão sobre economias nacionais com taxas de juro que, projectadas sobre o longo prazo, representam um diferencial tão grande em relação ao aumento da produção do país que se tornam impossíveis de pagar".

    Louçã defendeu que “é preciso acabar com esta política de imposição de taxas de juro de cinco, seis, sete por cento, ou porventura mais, em nome de uma Europa que respeita os seus cidadãos e usa os seus meios para combater o desemprego e para resolver os problemas das pessoas”.

    ResponderEliminar

Related Posts with Thumbnails