sábado, 19 de fevereiro de 2011

De olhos postos em Marrocos




Inspirados pelas revoltas populares da Tunísia e do Egipto, os jovens marroquinos lideram o movimento que amanhã sairá às ruas para se manifestar e exigir reformas democráticas no país.

Esperemos que o dia 20 de Fevereiro seja o início de um novo movimento popular, em prol de efectivas mudanças sociais e políticas em Marrocos.





7 comentários:

  1. EUA vetam voto da ONU contra construção de colonatos israelitas
    Estados Unidos da América vetaram resolução da ONU que condena a construção de colonatos em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia. Desde 2000, os EUA já exerceram o seu poder de veto dez vezes, nove das quais envolveram o apoio a Israel no conflito israelo-palestiniano.
    Artigo | 19 Fevereiro, 2011 - 14:50

    Desde 2000, os EUA já exerceram o seu poder de veto dez vezes, nove das quais envolveram o apoio a Israel no conflito israelo-palestiniano. Os EUA foram o único membro do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a não condenar a retomada da construção de colonatos israelitas em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia, que tem alimentado o conflito entre Israel e a Palestina. Este foi o primeiro veto dos EUA desde a tomada de posse de Obama.


    Os restantes 14 países-membros do Conselho de Segurança da ONU declaram o seu apoio à resolução sujeita a votação, incluindo a Grã-Bretanha e França. A Grã-Bretanha, França e Alemanha lançaram, inclusive, uma declaração conjunta na qual explicam por que razões votaram a favor da resolução, alegando que as suas "opiniões sobre colonatos, incluindo Jerusalém Oriental, são claras: elas são ilegais sob a lei internacional, um obstáculo à paz, e constituem uma ameaça para uma solução de dois Estados”.

    A embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, esclareceu que a decisão de usar o poder de veto, que é reconhecido aos cinco membros permanentes da ONU, "não deve ser mal interpretada” e que não implica que os EUA apoiam a construção de colonatos. Susan Rice defendeu que o veto dos EUA se deve ao facto do projecto de resolução poder afastar Israel das negociações, nomeadamente devido à construção dos colonatos ser reconhecida no texto como ilegal.

    O observador palestino na ONU, Riyad Mansour, disse que o veto foi infeliz e que “a mensagem enviada pode incentivar ainda mais a intransigência israelita e a impunidade" do governo de Israel

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  2. A revolução e os lixos
    No Babelia de hoje, um belo texto de Antonio Muñoz Molina, onde se fala muito de Portugal 74 e não só.
    «Algunas de las revoluciones mejores de la mía [vida] les han sucedido a otros. La primera alegría política desbordada de la que tengo recuerdo me sucedió una tarde de finales de abril en Madrid, en 1974, cuando compré el diario Informaciones, que era el que leíamos los antifranquistas, y vi el titular que anunciaba la Revolución de los Claveles en Lisboa. La dictadura acababa de caer, pero había caído al otro lado de la frontera. (…)

    La libertad era posible, aunque fuera en otra parte. Nosotros imaginábamos que una dictadura era como una fortaleza de muros de hormigón y troneras blindadas que sólo sería posible tomar por asalto o derribar a cañonazos: pero en Portugal el edificio entero de la dictadura se había desmoronado sin que los militares alzados contra ella dispararan sus fusiles, y sin que los carros de combate tuvieran otra misión que la de servir para que la gente feliz escalara sus torretas. (…)
    Ahora me acuerdo de aquellas revoluciones siempre ajenas, triunfales o fracasadas, viendo imágenes de las multitudes en esa plaza que de pronto se ha agregado a la geografía de la libertad, la plaza Tahrir, escuchando voces de egipcios en la radio pública americana y en la BBC, leyendo los reportajes admirables de The New York Times, donde el periodismo se sigue ejerciendo como un oficio responsable de adultos. Las decepciones de tantos años, el cinismo instintivo español, no llegan a malograrme la alegría, la antigua alegría delegada por la libertad súbita de otros. Lo que vaya a pasar mañana o el mes que viene no se sabe. Lo que pasa hoy nadie lo vaticinaba hace sólo un mes. La economía, la politología, la sociología han demostrado tener el mismo rigor predictivo que la ufología. Pero esta mañana me ha alegrado el día ver en la portada de The New York Times a la gente joven de la plaza Tahrir recogiendo hacendosamente la basura acumulada en los últimos días. En mi país las grandes alegrías colectivas suelen tener un origen alcohólico o futbolístico, y dejan tras de sí un rastro de toneladas de basura que siempre recogen otros.» (O realce é meu.)
    Posted by Joana Lopes

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  3. Líbia: autoridades atacam manifestantes
    Em apenas três dias, os confrontos na Líbia entre os manifestantes que exigem a saída do presidente líbio e as forças pro-governo já causaram perto de uma centena de mortos. Em Benghazi, na noite de sexta-feira foram mortas 35 pessoas.
    Artigo | 19 Fevereiro, 2011 - 14:22

    O hospital Al-Jalaa em Benghazi recebeu os corpos de 35 pessoas, sendo que um funcionário do hospital disse à Human Rights Watch que as mortes foram causadas por ferimentos de bala no peito, pescoço e cabeça. Segundo a Human Rights Watch, as forças de segurança líbias mataram 35 pessoas na zona leste da cidade de Benghazi, na noite de sexta-feira, o que eleva o número de mortos nos três dias de protestos a 84, de acordo com esta organização.

    Forças especiais líbias invadiram um acampamento de protesto na zona leste da cidade de Benghazi, segundo a Associated Press, e atacaram centenas de manifestantes, incluindo advogados e juízes, que estavam acampados ao longo dos últimos dois dias em frente do tribunal na cidade, que tem sido um foco para a agitação contra o governo. O hospital Al-Jalaa em Benghazi recebeu os corpos de 35 pessoas, sendo que um funcionário do hospital disse à Human Rights Watch que as mortes foram causadas por ferimentos de bala no peito, pescoço e cabeça.

    Tal como aconteceu no Egipto, o governo da Líbia terá cortado, na noite de sexta-feira, o acesso à Internet e o canal Al-Jazeera queixa-se de que o seu canal de notícias árabe está a ser bloqueado em diversas frequências. Segundo informações mais recentes, o acesso à internet já terá sido restaurado durante a manhã de sábado.

    Segundo fonte da France Press, o procurador-geral da Líbia, Abdelrahman Al-Abbar, ordenou a abertura de “uma investigação sobre as razões e os resultados dos eventos em várias cidades e apelou para que houvesse celeridade nos procedimentos para rapidamente julgar-se os culpados de mortes ou saques".

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  4. Milhares de marroquinos exigem reforma constitucional
    Em Marrocos, milhares de manifestantes exigem que o rei renuncie a parte dos seus poderes e que demita o governo e dissolva o parlamento. Em Rabat, os manifestantes agitavam bandeiras da Tunísia e do Egipto e gritavam: "Abaixo a autocracia!".
    Artigo | 20 Fevereiro, 2011 - 18:40

    Os manifestantes reivindicam uma reforma constitucional e um sistema judicial mais independente, capaz de acabar com a corrupção instalada. Em Marrocos, milhares de manifestantes espalhados por cidades como Marrakech, Alhoceima, Imzouren, Agadir, Oujda, Rabat, Casablanca e Tanger exigem que o rei Mohammed renuncie a parte dos poderes que lhe são atribuídos e que demita o governo e dissolva o parlamento. Os manifestantes reivindicam uma reforma constitucional e um sistema judicial mais independente, capaz de acabar com a corrupção instalada.

    Na capital Rabat, os manifestantes agitavam bandeiras da Tunísia e do Egipto e gritavam: "Abaixo a autocracia!".

    Apesar de existirem relatos de violência grave, os protestos em Marraquexe, foram "dispersados pela polícia com cassetetes” e dois italianos terão sido detidos em Casablanca. Tem havido igualmente alguma perseguição policial dos organizadores.

    A TV estatal marroquina está a cobrir as manifestações, mas a Al-Jazeera continua a ser proibida de operar em Marrocos. Na noite de sábado, a televisão estatal anunciou que a mobilização teria sido desconvocada, mas os organizadores denunciaram uma operação de propaganda, alegando que as páginas do Facebook estariam a ser invadidas pelas forças de segurança.

    Os protestos foram organizados, segundo noticia a Reuters, por um grupo denominado Movimento pela Mudança de 20 de Fevereiro, que atraiu 20.000 seguidores no Facebook e que incluirá simpatizantes da Frente Polissário, que reclama a independência do Sahara Ocidental.

    Aos protestos juntaram-se jovens do grupo da oposição islâmico Justiça e Caridade, membros dos partidos da oposição e militantes berberes.

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  5. 21.2.11
    Na China, não cheirará a jasmim
    São algo contraditórias as notícias que estão a chegar sobre a amplitude das concentrações que tiveram lugar ontem na China. Uns falam de «um punhado de manifestantes», outros nem tanto assim.
    Mas qualquer que tenha sido a dimensão, quando se fala de Pequim, de Xangai, ou mesmo de Cantão, soa um alerta e regressa o pesadelo das imagens de Tiananmen. Se não imaginávamos, há algumas semanas, o que está a acontecer no Norte de África e no Médio Oriente, preparemo-nos porque ainda não nos habituámos à imprevisibilidade que invade o mundo neste momento.
    Por mensagens na internet, furando todas as medidas de censura, foram feitos apelos para que, em 13 cidades chinesas, «os trabalhadores sem emprego e as vítimas de expulsões forçadas participassem em manifestações, gritassem slogans e exigissem liberdade, democracia e reformas políticas que acabem com o partido único».
    Se a acção da polícia foi eficaz e se saldou por cerca de 100 detenções, as autoridades chinesas não menosprezaram o acontecimento, receosas que estão do possível contágio da rua árabe. «Jasmim» e «Egipto» são palavras censuradas e, hoje, quem tentou ver os relatos dos acontecimentos na CNN, BBC ou TV5 obteve um ecrã negro.
    Tudo é censurado na internet, mas há quem consiga furar o sistema e pôr, no Youtube, vídeos de telemóvel.
    O que se seguirá?...
    Posted by Joana Lopes

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  6. China: perfume de jasmim assusta governo
    Convocatória que circulou na Internet convocando concentrações em grandes cidades chinesas, como Xangai e Pequim, provocou rebuliço na elite governante.
    Artigo | 21 Fevereiro, 2011 - 17:25 | Por Tomi Mori

    Um chinês foi detido ao colocar flores de jasmim num local onde se esperava que o povo se concentrasse. Foto de Maja Dumat, FlickR
    Ninguém conhece a origem, mas o facto de que, através da Internet, se simulou o início de uma revolução popular denominada “Revolução do Jasmim”, neste final de semana, fez entrar em rebuliço a elite comunista da poderosa China. Circulou, na Internet, uma convocatória para as massas se concentrarem em grandes cidades como Xangai e Pequim. A resposta foi imediata e as ruas foram tomadas pela polícia e pela imprensa. Ao contrário do que dava a entender o rumor, as massas não se fizeram presentes. Mas o número de efectivos policiais nas ruas demonstra claramente o temor do governo.

    Há semanas, desde que se iniciou a revolução no mundo árabe, a burocracia chinesa do Partido Comunista tem motivos de sobra para estar preocupada. A queda de ditaduras fá-la lembrar que os seus dias podem estar contados. A característica fundamental dos actuais levantes é de que as massas se colocam em marcha de maneira independente, enfrentando e derrubando barreiras e, inclusive, um mar de sangue, como acontece na Líbia.

    Levantam-se de uma maneira vertiginosa, como um gigantesco urso, furioso e incontrolável. Não só a magnitude dos levantes é impressionante, como provoca profunda crise nas instituições do Estado. Entre essas, o seu principal pilar de sustentação, o exército. As revoluções actuais têm infligido, inevitavelmente, a crise nas fileiras do exército. Em particular entre os soldados cuja base familiar é a população oprimida por esses regimes. A confraternização entre a população e os soldados na Revolução Egípcia foi vista pelo mundo inteiro. A ruptura do exército de Muammar Gaddafi, na Líbia, esta semana, com uma unidade da importante cidade de Benghazi passando para o lado dos rebeldes e tomando a cidade, é outra demonstração inequívoca da estrada de cascas de ovos sobre a qual todos os ditadores e monarcas do planeta estão a caminhar nos dias de hoje. Infelizmente, para eles, não há mais nada em que se possa confiar. E isso, de qualquer ângulo que se analise, não é uma posição agradável de se estar.

    Mas a actual situação é também um aviso para que ninguém se iluda. Os ditadores e monarcas também aprenderam com a derrota de Ben Ali e Mubarak. Por isso mesmo, em todos os países que se levantam, as manifestações estão a ser recebidas a balas e o frio e consciente assassinato dos manifestantes. Há mais lutas, mas também há mais sangue. Só o aumento do nível de organização das massas que se rebelam pode amenizar a quantidade de sangue a ser derramado nos próximos dias.

    Repressão nos meios informativos

    Durante os rumores, a burocracia chinesa aumentou ainda mais a repressão nos meios informativos. A cobertura dos acontecimentos no mundo árabe está a ser amenizada, para que não sirva de mau exemplo. A Internet esta sob grande censura e mesmo uma simples e inofensiva palavra como “jasmim” deve ter sido apagada do dicionário chinês neste final de semana. Um chinês foi detido ao colocar flores de jasmim num local onde se esperava que o povo se concentrasse. O detido, defendendo-se, perguntou: Que há de errado nisso?

    Na China, durante a poderosa onda de greves do ano passado, os telemóveis foram instrumentos indispensáveis para ajudar na organização independente dos activistas sindicais. A burocracia governante tem motivos e experiência de sobra para saber que um dos mecanismos para dificultar a organização hoje é usar punho de aço sobre a liberdade na rede. Na China, o jasmim tornou-se no símbolo do pesadelo. Da elite burocrática chinesa, claro.

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  7. 21.2.11
    Na China, não cheirará a jasmim
    São algo contraditórias as notícias que estão a chegar sobre a amplitude das concentrações que tiveram lugar ontem na China. Uns falam de «um punhado de manifestantes», outros nem tanto assim.
    Mas qualquer que tenha sido a dimensão, quando se fala de Pequim, de Xangai, ou mesmo de Cantão, soa um alerta e regressa o pesadelo das imagens de Tiananmen. Se não imaginávamos, há algumas semanas, o que está a acontecer no Norte de África e no Médio Oriente, preparemo-nos porque ainda não nos habituámos à imprevisibilidade que invade o mundo neste momento.
    Por mensagens na internet, furando todas as medidas de censura, foram feitos apelos para que, em 13 cidades chinesas, «os trabalhadores sem emprego e as vítimas de expulsões forçadas participassem em manifestações, gritassem slogans e exigissem liberdade, democracia e reformas políticas que acabem com o partido único».
    Se a acção da polícia foi eficaz e se saldou por cerca de 100 detenções, as autoridades chinesas não menosprezaram o acontecimento, receosas que estão do possível contágio da rua árabe. «Jasmim» e «Egipto» são palavras censuradas e, hoje, quem tentou ver os relatos dos acontecimentos na CNN, BBC ou TV5 obteve um ecrã negro.

    Tudo é censurado na internet, mas há quem consiga furar o sistema e pôr, no Youtube, vídeos de telemóvel.
    O que se seguirá?...

    Posted by Joana Lopes

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