quinta-feira, 31 de março de 2011

No dia 05 de Junho mete o austeritarismo na gaveta




O que Cavaco Silva omitiu no seu discurso foi o facto desse alargado consenso político, protagonizado pelo PS-PS-CDS, ser o responsável pelas opções políticas que nos conduziram à actual situação de crise económica e social.

alargado consenso político que Cavaco Silva deseja, e do qual faz parte, será sempre parte do problema e não da solução.

No dia 05 de Junho tens a oportunidade de quebrar esse consenso e de meter o austeritarismo na gaveta.
Vais desperdiçá-la?


(imagem retirada de oblogouavida)

"Ser precário é ser escravo"




Como sabiamente se interrogava o leitor que nos enviou o link para este vídeo: o que o PSD tem para "oferecer" que o aldrabão do Sócrates não tenha já "oferecido"?
Para depois concluir com um certeiro: Não te deixes ludibriar…

Nem mais, caro leitor.

terça-feira, 29 de março de 2011

Entre nós e as palavras # 19


Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

não posso adiar o coração

António Ramos Rosa - "Não posso adiar o amor para outro século"


(Fotografia: Paulete Matos)
 

O BPN custou-nos mais de 13 milhões de salários mínimos





Eduardo Souto de Moura, Prémio Pritzker 2011



O arquitecto Eduardo Souto de Moura foi o laureado do Pritzker Architecture Prize 2011, o maior galardão mundial na área da arquitectura.

(notícia aqui, aqui e aqui)

domingo, 27 de março de 2011

Dia Mundial do Teatro

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Uma peça de Samuel Beckett, "Ohio Impromptu", interpretada por Jeremy Irons.



Cinematógrafo do Reviralhos # 8

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The Shock Doctrine -
A Doutrina do Choque (2009)

 



Título: The Shock Doctrine - A Doutrina do Choque (2009)

Realização: Mat Whitecross e Michael Winterbottom

Argumento: baseado no livro de Naomi Klein, "The Shock Doctrine: The Rise Of Disaster Capitalism" - "A Doutrina do Choque: A Ascensão do Capitalismo de Desastre" 

Duração: 79 minutos

sábado, 26 de março de 2011

Lido por aí... # 11

  
"A “esquerda” que se sujeita e a direita que mente", um excelente texto de José M. Castro Caldas, publicado no imprescindível Ladrões de Bicicletas:

Parece-me que ganhamos alguma coisa se olharmos para a nossa crise política como resultado e início de uma nova fase, directamente política, da (Des)união Europeia em construção.

De Maastricht a Lisboa, a União Europeia trancou-se numa constituição e em tratados internacionais que procuravam tornar praticamente inviável qualquer alternativa que não seja a que “os mercados globais” determinam. A intenção era exactamente essa. Se alguma coisa caracteriza o liberalismo bastardo dos nossos dias é precisamente o seu desdém pela democracia e o propósito confessado de “libertar a economia” da política. Sabemos aonde isso nos levou, mas não aprendemos, ainda.

Paradoxalmente, essa arquitectura constitucional foi desenhada com a activa participação, quando não com o entusiasmo, da social-democracia europeia. Muitos socialistas portugueses dizem hoje reconhecer e lamentar essa deriva neoliberal da social-democracia.

O nó górdio da camisa de onze varas europeia situa-se na total dependência dos estados quanto às suas necessidades de financiamento das mega-instituições financeiras chamadas mercados (bancos e fundos de investimento). A mentira mais bem sucedida dos nossos dias condensa-se numa frase: “o dinheiro não cai do céu”. É verdade que para as famílias e para cada um de nós “o dinheiro não cai do céu”, mas na realidade o dinheiro cai do céu para os bancos: ele é criado pelos bancos, em última análise pelos bancos centrais. Acontece que os tratados, contrariamente ao que sucede por exemplo nos EUA, impedem o Banco Central Europeu de financiar os estados directamente, deixando-os entregues às instituições financeiras que por sua vez são generosamente financiadas pelo BCE para adquirir títulos de dívida soberana que depois o BCE recompra (nos mercados secundários) ou aceita como garantia de novos créditos. A ideia é simples: sujeitar os estados à “disciplina dos mercados” que é o mesmo que dizer impedir os estados de disciplinar os mercados.

Quando a crise bancária e a recessão chegou à Europa o dinheiro caiu do céu a rodos sobre os bancos, os “estabilizadores automáticos” dispararam, pacotes de estímulo orçamental foram adoptados, e as despesas e as dívidas públicas aumentaram, como não podia deixar de ser. Tudo isto foi decidido em cimeiras do G20 e da União Europeia e estaríamos bem pior se não tivesse sido, não exactamente assim, mas parecido.

Mas, ao primeiro sinal vindo da Grécia de que “os mercados” estavam relutantes em financiar os estados, e à falta de uma alternativa que os permitisse substituir, a “disciplina dos mercados” impôs-se ao bom senso e a Europa iniciou a viragem austeritária. A UE tirou o tapete aos estados endividados e os mais pequenos e vulneráveis (nem sempre os mais endividados) ficaram com a batata quente nas mãos. Agora, contrariada, a EU reinterpretava os tratados para permitir que o BCE comprasse dívida pública aos bancos e para providenciar a “ajuda” aos estados falidos. Mas, sob o signo da austeridade, a “ajuda” prestada à Grécia e à Irlanda veio a revelar-se letal.

É claro que se a camisa de onze varas não fosse o que é teria havido outro caminho: políticas orçamentais e monetárias amigas da recuperação, investimento público, até que os níveis de desemprego dessem sinais de abrandamento e a redução dos défices e da dívida pudessem ter lugar sem nova recessão. Agora todos sabemos, incluindo os nossos austeritários sem vergonha, que não há solução para a dívida que não passe pelo crescimento e que não há crescimento com esta dose austeritária.

O austeritarismo é na realidade todo um programa de destruição dos serviços públicos, dos direitos laborais, do Estado Social e a crise a oportunidade para o executar. É um programa incompatível com os valores mais básicos da esquerda, de que nenhuma força política de esquerda, ou vagamente de esquerda, pode ser executante sem que com isso se suicide. É também um programa que violenta algumas das aspirações mais sentidas da maioria dos europeus que nenhuma força política de direita pode assumir sem que com isso perca a menor das hipóteses de vir a governar em democracia.

Em resumo, o austeritarismo – o programa político que “os mercados globais” determinam – condena à morte qualquer “esquerda” que a ele se queira submeter e obriga a direita a ocultar as suas intenções sob uma retórica justicialista ou nacionalista. Forçados a “escolher” entre uma “esquerda” que se sujeita “aos mercados” (e não os sujeita) e uma direita hipócrita, só podemos desesperar da política. A “esquerda” que se sujeita afunda-se para ser substituída pela direita que mente enquanto a mentira não se torna patente para voltar a “esquerda” que se sujeita com promessas que não pode, ou nem mesmo quer, cumprir. O tempo político comprime-se. Os ciclos políticos tornam-se cada vez mais curtos. Isto é aquilo a que deveremos talvez chamar ingovernabilidade.

Os chamados países periféricos da zona euro (e com eles toda a União Europeia) estão a ser empurrados para um trilema: ou se deixam transformar em protectorados com “governos” de turno efémeros, de direita ou de “esquerda”, a executar o programa austeritário até que a recessão, a divergência e a bancarrota os separe do continente; ou partem eles próprios à aventura; ou não se sujeitam e, coordenadamente entre eles e com outras esquerdas europeias que não se sujeitam, conseguem inflectir o rumo suicidário que foi imposto à Europa.

Por mim prefiro a reconstrução europeia e uma esquerda que não se sujeite em Portugal e que dê prioridade à construção de uma esquerda europeia que não se sujeita, representando-a em Portugal. Uma esquerda que tenha a sabedoria necessária para evitar as recriminações contra os que têm tido a coragem e a energia de dar o melhor de si e seja capaz de nos oferecer um lugar político abrangente e suficientemente poderoso para além da “esquerda” que se sujeita e da direita que mente.


A matilha neoliberal


O dia de ontem foi particularmente esclarecedor quanto ao que poderemos esperar caso o PSD vença as próximas eleições legislativas. Não nos referimos à indigente entrevista de Pedro Passos Coelho à SIC, mas sim às declarações de António Carrapatoso, figura escolhida pelo líder do PSD para dirigir o "Movimento Mais Sociedade".

António Carrapatoso, chefe de fila dos neoliberais radicais que rodeiam Passos Coelho,  defende que o único caminho para o equilíbrio das contas públicas passa pela diminuição do peso dos gastos públicos com salários e apoios sociais, dos actuais cerca de 34% do PIB para 27 a 29%, acrescentando ainda que não se pode colocar de parte a eliminação do pagamento do 13º mês.

O momento afigura-se ideal para os objectivos desta direita neoliberal, que não esconde a sua ansiedade de colocar em prática uma agenda política, económica e social que tem como único objectivo a destruição sistemática e completa do Estado Social.
Sob o pretexto da inevitabilidade das medidas, e com o beneplácito de Bruxelas, a matilha neoliberal espreita a oportunidade há muito esperada de privatizar a saúde e a educação, de flexibilizar e desregular (ainda mais) o mercado de trabalho, de diminuir (ainda mais) os apoios sociais.

Se dúvidas existissem, e para nós não existiam, ficou ontem claro que o programa do PSD mais não é do que uma continuidade das políticas económicas e sociais recessivas, levadas a cabo pelo governo de José Sócrates.

O que está em jogo nas próximas eleições não será apenas a substituição de um governo por outro.
O que se joga nas próximas eleições é a capacidade de invertermos o rotativismo entre o neoliberalismo do PS e o neoliberalismo radical do PSD.

Só depende de nós...

quinta-feira, 24 de março de 2011

Virar à esquerda


O chumbo do PEC IV e o consequente pedido de demissão de José Sócrates devolvem-nos a curto prazo a responsabilidade de eleger um novo parlamento/governo. 

O cenário da próxima campanha eleitoral foi sendo montado ao longo dos últimos dias, antecipando as previsíveis estratégias  com que os ditos partidos do arco da governação se apresentarão a eleições:
- o PS utilizará a estratégia da vitimização, responsabilizará toda a oposição pela alegada crise política, acenará com a ameaça do FMI e clamará, até à exaustão, que é o único garante do Estado Social face a uma direita neoliberal;
- o PSD acusará o PS de ter criado uma crise política, tentará demarcar-se do facto de ter apoiado as medidas  de austeridade do Governo (e se calhar fará um novo pedido de desculpas aos portugueses), apresentar-se-á como a derradeira hipótese de salvação nacional e ocultará o mais possível o seu programa de governo para que não percebamos que o que defende é exactamente igual, ou pior, às políticas seguidas pelo executivo de Sócrates;
- o CDS procurará essencialmente diferenciar-se do PSD, na esperança de uma eventual aliança pós-eleitoral que o conduza novamente ao Governo, recorrendo aos habituais chavões populistas que marcaram o recente congresso do partido.

E a esquerda?
A esquerda irá enfrentar uma das mais importantes e difíceis campanhas eleitorais dos últimos anos.
Pela frente terá não só os seus adversários políticos, mas também um hegemónico discurso nacional e europeu que aponta a austeridade e a recessão como as únicas saídas possíveis para a actual crise económica. 
Paralelamente, irá também confrontar-se com uma comunicação social hostil, onde abundam os defensores de uma aliança alargada entre PS-PSD-CDS, que boicotará todo e qualquer discurso que apresente alternativas políticas ao neoliberalismo dominante (que apenas nos trouxe mais desemprego, mais precariedade, mais impostos, menores salários e reformas, mais desigualdade social...).

Neste contexto adverso, o maior desafio para a esquerda será pois a sua capacidade de se afirmar como uma alternativa política credível, mobilizando e ampliando os vários sectores da sociedade que recentemente demonstraram a sua oposição às políticas recessivas do bloco central e às imposições emanadas por Bruxelas (onde se lê Bruxelas, leia-se Berlim).

Este é o combate de todos nós. Aqui e agora, viremos à esquerda.


segunda-feira, 21 de março de 2011

Dia Mundial da Poesia


Um poema cresce inseguramente
na confusão da carne.
Sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
talvez com sangue
ou sombra de sangue pelos canais do ser.

Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
do nosso amor,
rios, a grande paz exterior das coisas,
folhas dormindo o silêncio
- a hora teatral de posse.

E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.

E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
invade as casas deitadas nas noites
e as luzes e as trevas em volta da mesa
e a força sustida das coisas
e a redonda e livre harmonia do mundo.
- Em baixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.

- E o poema faz-se contra a carne e o tempo.

Herberto Helder - "O Poema / I"


(Fotografia: Robert Mapplethorpe - "Thomas", 1987)

domingo, 20 de março de 2011

Entre nós e as imagens # 4


Lineu Filho – “Pescado”



Miguel - “Sem Título”



Roseliane De Pace – “Ai de mim…”



Rui Pires – “Momentos Rurais, Serra de Montemuro”



Adriane – “Sem Título”



Laval – “Mulher”



Carlos Lopes Franco – “Follow the leader”



Jorge Cerqueira – “Com um brilhozinho nos olhos…”


Não te preocupes Miguel Sousa Tavares, o asco é recíproco


Miguel Sousa Tavares, o nosso mais eminente pseudo-escritor/jornalista/comentador/colunista (acrescente o que lhe aprouver), brindou-nos ontem com mais uma execrável crónica semanal no Expresso.

A prosa, intitulada "Deolinda est Cartago",  aparentemente sobre a cobertura dada pela comunicação social portuguesa à tragédia que atingiu o Japão, mais  não é do que um pretexto para Miguel Sousa Tavares destilar o seu ódio  recorrente contra os professores e  desancar na manifestação/manifestantes do passado dia 12 de Março.

Como o lixo não deve ser reproduzido, não nos damos sequer ao trabalho de transcrever excertos da referida crónica. Da mesma forma, não perderemos tempo a rebater as inverdades e deturpações que o autor premeditadamente coloca na(s) sua(s) crónica(s) e nas intervenções televisivas que protagoniza.

Miguel Sousa Tavares, risível e cada vez mais patética personagem, não merece mais do que esta meia dúzia de linhas e este pequeno vídeo da autoria dos Homens da Luta:

quinta-feira, 17 de março de 2011

Sabe bem pagar tão pouco (ou a arte de fugir ao fisco de Janeiro a Janeiro)



aqui havíamos falado da Jerónimo Martins e da sua manifesta arte para fugir ao fisco.

Sabemos agora que o grupo de distribuição alimentar, controlado por Alexandre Soares dos Santos (que este ano entrou para a lista dos mais ricos do mundo) e em cujo Conselho de Administração se encontram "distintos" apoiantes da recente recandidatura de Cavaco Silva, perdeu em tribunal um processo judicial por fraude fiscal e fuga ao fisco no montante 20,88 milhões de euros de IRC

O esquema, envolvendo diversas operações financeiras e várias empresas ligadas ao grupo, revela as habituais "engenharias financeiras" dos grandes grupos económicos, que apregoam aos sete ventos a ética empresarial e a responsabilidade social mas que recorrem a todos os artifícios para maximizarem os lucros e minimizarem o contributo fiscal que justamente deveriam pagar.

Alexandre Soares dos Santos, um frenético defensor da intervenção do FMI em Portugal, é o retrato exemplar desta classe empresarial que enche a boca com palavras como "empreendedorismo" e "iniciativa privada", ao mesmo tempo que defende "menos estado", "menos direitos", "mais flexibilidade laboral"...

É caso para dizer que o slogan publicitário "sabe bem pagar tão pouco", de uma das cadeias de supermercados da Jerónimo Martins, reflecte na perfeição o conceito do grupo empresarial liderado por Alexandre Soares dos Santos

É deste modo que se constroem grandes fortunas, ao mesmo tempo que se apregoam falsas virtudes...


terça-feira, 15 de março de 2011

Reviralhos Sound System # 20



Cocteau Twins - "Carolyn's Fingers" (1988)




Lamb - "Górecki" (1996)




Joanna Newsom - "Sprout And The Bean" (2004)




Beach House - "Walk In The Park" (2010)


sábado, 12 de março de 2011

Foi o povo, pá


200.000 mil em Lisboa, 80.000 no Porto (na foto), 6.000 em Faro, mais uns quantos milhares espalhados pelas restantes cidades onde estava agendado o protesto...

Ao contrário do que vaticinavam os comentadores do costume (que interessante será assistir, nos próximos dias, às reacções de Helena Matos, de Pacheco Pereira, de Miguel Sousa Tavares...), o povo saiu às ruas e fez-se ouvir.

Hoje, nas ruas, não esteve apenas uma geração, estiveram várias e todas disseram em uníssono: "Basta! Estamos Fartos!"

Hoje, o país à rasca manifestou-se e os que têm medo da rua sofreram um sobressalto.
Habituem-se, viemos para ficar.


(notícias: Público, ionline, DN)


Hoje, a rua é tua!


Não importa se tens 20, 40 ou 60 anos.
Não importa se és estudante, trabalhador, desempregado ou reformado.

Hoje, o teu lugar é na rua!
Hoje, a rua é tua!






Braga – Avenida Central, junto ao chafariz

Castelo Branco – Alameda da Liberdade (Passeio Verde)

Coimbra – Praça da República

Faro – Largo S. Francisco

Funchal - Praça do Município

Guimarães – Largo da Oliveira

Leiria – Fonte Luminosa

Lisboa – Avenida da Liberdade > Praça Luís de Camões

Ponta Delgada – Portas da Cidade

Porto – Praça da Batalha > Praça D. João I

Viseu – Rossio, em frente à Câmara Municipal

Europa - Frente às Embaixadas de Portugal em Den Haag (Holanda), Londres, Madrid, Barcelona, Berlim, Estugarda, Copenhaga e Paris
. .

PEC I... PEC II... PEC III... PEC IV...

sexta-feira, 11 de março de 2011

Amanhã, a rua é nossa!



A luta, amanhã, não tem geração nem idade.
A luta, amanhã, é de todos nós!

E tu, vens connosco para a rua?






Braga – Avenida Central, junto ao chafariz

Castelo Branco – Alameda da Liberdade (Passeio Verde)

Coimbra – Praça da República

Faro – Largo S. Francisco

Funchal - Praça do Município

Guimarães – Largo da Oliveira

Leiria – Fonte Luminosa

Lisboa – Avenida da Liberdade > Praça Luís de Camões

Ponta Delgada – Portas da Cidade

Porto – Praça da Batalha > Praça D. João I

Viseu – Rossio, em frente à Câmara Municipal

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Tempos a lembrar # 2



Maio 68: debaixo da calçada a praia...


quinta-feira, 10 de março de 2011

Entre nós e as palavras # 18


Selvagens, como cães famintos
trincharemos o velho mundo.
Selvagens, trincharemos o velho mundo
até o sangue,
até o sangue, até o osso.
Faremos um belo enterro.
Como formigas seguiremos o ataúde
(haverá muito trabalho então)
e com terra
com terra
taparemos
este nosso bom
e velho mundo.

Karel Destovnik Kajuh - "Selvagens, Como Cães Famintos"

(Tradução: Aleksandar Jovanovic)

(Fotografia: Paulo Nozolino)

terça-feira, 8 de março de 2011

Consta por aí que o Presidente da Aldeia da Coelha toma posse amanhã...


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Reviralhos Sound System # 19 (edição especial)



Mísia - "Nasci Para Morrer Contigo" (1993)




Mísia - "Garras dos Sentidos" (1998)
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Mísia - "Paixões Diagonais" (1999)



Mísia - "Duas Luas" (2001)




Mísia - "Ese Momento" (2005)




Mísia - "Que Fazes Aí Lisboa" (2009)



Quando não sabes o que dizes, o melhor é não o dizeres (a resposta necessária ao comentário rasca de Miguel Sousa Tavares sobre o protesto do próximo sábado, efectuado ontem na SIC)

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Exercício do Direito de Resposta – SIC





. .

"Precários nos querem! Rebeldes nos terão!"

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Em contagem decrescente para o dia 12 de Março, jovens interrompem discurso de Sócrates em Viseu...



(notícia aqui, aqui e aqui)

Dia Internacional da Mulher




"La Lega"

Sebben che siamo donne
Paura non abbiamo
Per amor dei nostri figli
Per amor dei nostri figli

Sebben che siamo donne
Paura non abbiamo
Per amor dei nostri figli
In lega ci mettiamo

A oilì oilì oilà e la lega crescerà
E noialtri socialisti, e noialtri socialisti
A oilì oilì oilà e la lega crescerà
E noialtri socialisti vogliam la libertà

E la libertà non viene
Perché non c’è l’unione
Crumiri col padrone
Crumiri col padrone

E la libertà non viene
Perché non c’è l’unione
Crumiri col padrone
Son tutti da ammazzar

A oilì oilì oilà e la lega crescerà
E noialtri socialisti, e noialtri socialisti
A oilì oilì oilà e la lega crescerà
E noialtri socialisti vogliam la libertà

Sebben che siamo donne
Paura non abbiamo
Abbiam delle belle buone lingue
Abbiam delle belle buone lingue

Sebben che siamo donne
Paura non abbiamo
Abbiam delle belle buone lingue
E ben ci difendiamo

A oilì oilì oilà e la lega crescerà
E noialtri socialisti, e noialtri socialisti
A oilì oilì oilà e la lega crescerà
E noialtri socialisti vogliam la libertà

E voialtri signoroni
Che ci avete tanto orgoglio
Abbassate la superbia
Abbassate la superbia

E voialtri signoroni
Che ci avete tanto orgoglio
Abbassate la superbia
E aprite il portafoglio

A oilì oilì oilà e la lega crescerà
E noialtri lavoratori, e noialtri lavoratori
A oilì oilì oilà e la lega crescerà
E noialtri lavoratori
I vuruma vess pagà

A oilì oilì oilà e la lega crescerà
E noialtri socialisti, e noialtri socialisti
A oilì oilì oilà e la lega crescerà
E noialtri socialisti vogliam la libertà


("La Lega" é uma canção popular italiana, de autoria desconhecida, cantada pelas mulheres que cultivam arroz no Vale do Pó. É um símbolo da revolta dos trabalhadores agrícolas contra os seus patrões no fim do século XIX, altura em que as associações de trabalhadores começaram a ser criadas. São conhecidas diversas versões de "La Lega", podendo uma delas ser ouvida no filme "1900" de Bernardo Bertolucci.)

segunda-feira, 7 de março de 2011

Dia 12 de Março, as ruas serão nossas # 2





Braga – Avenida Central, junto ao chafariz

Castelo Branco – Alameda da Liberdade (Passeio Verde)

Coimbra – Praça da República

Faro – Largo S. Francisco

Guimarães – Largo da Oliveira

Leiria – Fonte Luminosa

Lisboa – Avenida da Liberdade > Praça Luís de Camões

Ponta Delgada – Portas da Cidade

Porto – Praça da Batalha > Praça D. João I

Viseu – Rossio, em frente à Câmara Municipal

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"A precariedade está em todo o lado"

domingo, 6 de março de 2011

Entre nós e as palavras # 17


Vocês são a fovor ou contra?
Respondam sim ou não.
Decerto já pensaram no problema
Creio sinceramente que ele os tem preocupado.
Tudo na vida traz preocupações
Crianças mulheres insectos
Plantas nocivas, horas sem proveito
Paixões difíceis, dentes cariados
Filmes medíocres. E isto decerto os preocupa.
Sejam responsáveis e digam: Sim ou não.
A vocês é que cabe decidir.
Não lhes pedimos evidentemente que abandonem
Suas ocupações, que interrompam sua vida
O jornal preferido o bate-papo
No barbeiro os domingos ao ar livre.
Uma palavra só. Vamos, então:
Vocês são contra ou a favor?
Pensem bem: Eu fico à espera.

Manólis Anagnostákis - "A Decisão"

(tradução: José Paulo Paes)

Dia 12 de Março, as ruas serão nossas

Um Festival da Canção que termina com punhos no ar e gritos de "A Luta Continua" só nos poderia dar muito gozo



1 2

sábado, 5 de março de 2011

E o vencedor do Festival da Canção 2011 é...



"Luta é Alegria" - Homens da Luta


"Manifesto dos Economistas Aterrados", agora em livro



aqui havíamos falado sobre o Manifesto lançado pela Associação Francesa de Economia Política.

A tradução portuguesa do documento será agora editada em livro (com prefácio de João Rodrigues e Nuno Serra - dois dos autores do indispensável Ladrões de Bicicletas), tendo lançamento previsto para o final deste mês.


Quem tem medo da manifestação do próximo dia 12 de Março?

 

Pela quantidade de prosa que por aí se tem produzido, aparentemente muita gente.
De Pacheco Pereira a Isabel Stilwell, passando por José Manuel Fernandes e Helena Matos, a lista seria demasiado longa e fastidiosa.
Os argumentos de tão "ilustres" comentadores gravitam em torno de uma ideia comum: a culpa dos jovens estarem à rasca é da geração dos seus pais.
Depois dissertam sobre a coisa, em variações menores, defendendo que os direitos adquiridos são a origem de todos os males, que o excesso de protecção laboral é que nos conduziu aqui, que os protestos não conduzem a coisa nenhuma, que a realidade é mesmo assim e já não existem empregos "para a vida", que a precariedade é uma inevitabilidade...
Pelo meio, vão defendendo as habituais soluções propostas pela direita: a extensão temporal dos contratos a prazo, a "facilitação" dos despedimentos, a desregulação dos horários de trabalho, o fim dos subsídios de férias e natal, o aumento da idade de reforma, a necessidade de reduzir os subsídios sociais...

Para estes "ilustres" comentadores, que monopolizam os espaços de opinião da nossa comunicação social, a solução é simples: acrescente-se precariedade à precariedade e assim já ninguém tem motivos para protestar.

Nós, os que dizemos que a precariedade não é uma inevitabilidade, devemos uma resposta a esta gente.
Uma resposta de repúdio às opções políticas que nos conduziram aqui, uma resposta que demonstre que esta não é uma luta geracional (como pretendem fazer crer), uma resposta socialmente abrangente que englobe os precários, os estudantes, os desempregados, mas também os reformados e os que têm emprego e cada vez menos direitos.

Essa será a nossa resposta.
Na rua.
Sábado, dia 12 de Março.




 (imagens retiradas de oblogouavida)
. . .

Entre nós e as imagens # 3


Júlio Pomar






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