A demissão de Berlusconi deveria ser um motivo de celebração, não faltariam certamente razões para o fazermos, mas na realidade não o é.
Em Itália, tal como na Grécia, o que se assiste hoje é à ascenção ao poder de novos líderes tecnocráticos não submetidos ao sufrágio eleitoral, à subjugação do povo aos interesses do neoliberalismo sem rosto e ao triunfo dos mercados sobre a democracia.
Persistindo nesta via, a Europa encaminha-se rapidamente para o abismo.
Quando se dispensa a auscultação dos povos, como está a ocorrer país após país, as ditaduras deixam de ser metáforas e passam a ser realidade.
(As crónicas de Pedro Adão e Silva e de Daniel Oliveira, ambas publicadas no Expresso de ontem e cuja leitura recomendamos, são excelentes e avisados alertas sobre esta questão.)
(imagem retirada de oblogouavida)
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