sábado, 21 de julho de 2012

Qualquer analogia com o defunto José Hermano Saraiva não é mera coincidência...

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Nota: O texto de Rui Bebiano, "O verdadeiro J. H. Saraiva", é de leitura obrigatória.

2 comentários:

  1. J. H. Saraiva numa «redacção da Guidinha», de Sttau Monteiro



    Crítica «fininha» (a que era possível em tempos de censura) ao programa que a RTP exibia há cerca de um ano (*).

    «E vai a gente julgou que tinha aparecido um filmito novo de propaganda porque vimos escrito no quadradinho O TEMPO E A ALMA e julgámos que era propaganda de relógios ou de detergentes porque o tempo lava mais branco principalmente em matéria de almas mas não senhor era propaganda do Camões mas não era para vender nada era só para a gente ficar a saber que ele não tinha um olho mas que isso não lhe fez falta nenhuma porque tinha outras coisas bestiais o meu pai que nestas coisas é bestialmente culto chamou-me e disse anda cá Guidinha vem aprender estas coisas para não ficares burra (...) tudo isto enfim tudo correu bestialmente bem até o doutor Saraiva começar a falar no Infante

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  2. Um "espírito tolerante" e "um percurso cívico extraordinário"?
    por Daniel Oliveira



    Com o respeito que me merecem os familiares de qualquer pessoa que morre, tenho de deixar clara uma coisa: a semana passada morreu José Hermano Saraiva, ministro da educação de uma ditadura e responsável por uma feroz repressão policial, com o devido apoio da polícia política, sobre os estudantes de Coimbra, punindo exemplarmente os que tiveram a ousadia de pedir liberdade e democracia. Esta nota biográfica, a que se acrescentarão outras, seguramente positivas, não é um pormenor. É a mais importante do percurso do cidadão em causa. Como historiador e divulgador, outros que escrevam o que entenderem escrever. Tenho a minha opinião, mas, ao contrário dos factos que antes referi, correspondem a uma visão subjetiva do que pode ser a História e a televisão. E essa subjectividade pode ser dispensada nestes momentos. A verdade é que não. Nenhum insulto, nenhum desrespeito. Apenas os factos se exigem. E eles só perturbam quem quer panegíricos. É que, perante a biografia de José Hermano Saraiva, parece-me difícil dizer, como disse o secretário de Estado da Cultura, que se tratava de um homem com um "espírito tolerante", ou, como disse Pedro Passos Coelho, que teve "um percurso cívico extraordinário". O que se pede é que, pelo menos, se fiquem, nos compreensíveis elogios que se fazem nestes momentos, por o que de bom havia para dizer sobre esta personalidade. Não reescrever a história é a primeira condição para prestar homenagem a um historiador.

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