Sempre gostei da boa músia do Reviralhos, mas, e sobretudo, gostava da análise política e das suas tomadas de posição pelos movimentos cívicos e pela tomada de posição face ao dia a dia do país.
Faço força para que seja uma situação transitória... Todos temos os nossos altos e baixos...
Força na música, sempre, e continuar com força na "verga"...
Sou fan do Reviralhos, mas quero mais luta!
Este país está cada vez mais merdoso, não dá para andar distraído...
O deputado Pedro Filipe Soares do Bloco de Esquerda considerou que o PR prestou um “mau serviço ao país, virou as costas aos mais desprotegidos”, ao promulgar a nova lei do arrendamento, uma “autoestrada para os despejos simplex”. O presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses lamenta que o PR tenha promulgado uma lei que vai empurrar “as pessoas para debaixo das pontes”. Artigo | 31 Julho, 2012 - 00:09
O presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses diz que o PR aprovou uma lei que, “a ser aplicada tal como está”, “terá como resultado que as pessoas irão para debaixo das pontes”, porque muitas não têm como pagar os valores que serão pedidos como rendas - Foto de Paulete Matos Pedro Filipe Soares declarou à Lusa que a nova lei das rendas “é uma autêntica autoestrada para os despejos, criando até os despejos 'simplex'”. Para o deputado do Bloco de Esquerda, no diploma "existe um espaço de proteção" do senhorio, ao prever a "criação de mecanismos que obrigam a aumentos brutais da renda, que, se não forem aceites pelo arrendatário, poderão levar ao despejo".
O presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses (AIL), Romão Lavadinho, disse à agência Lusa:
“O que nós podemos fazer é lamentar profundamente a promulgação desta lei, porque na audição que tivemos com o senhor Presidente da República ele se mostrou muito preocupado com os mais carenciados, muito preocupado com os aspetos de inconstitucionalidade no que diz respeito aos contratos anteriores a 1990, e depois não passou à prática a preocupação que tinha”.
Romão Lavadinho frisou que Cavaco Silva “aprovou uma lei que o Governo quer levar à prática, que nós consideramos a Lei dos Despejos, e que, a ser aplicada tal como está, sem alterações significativas no que diz respeito ao apoio aos mais carenciados, terá como resultado que as pessoas irão para debaixo das pontes”, porque muitas não têm como pagar os valores que serão pedidos como rendas.
O presidente da AIL lamentou que o PR tenha promulgado a lei “sem qualquer proposta de alteração que o senhor Presidente pudesse fazer ou sem o envio para o Tribunal Constitucional”, salientando que a AIL considera que “no que diz respeito aos contratos anteriores a 1990, esta lei é completamente inconstitucional”.
Romão Lavadinho alertou que, independentemente de os inquilinos estarem ou não estarem de acordo, “a lei será aplicada e, portanto, vamos ter pessoas a viver na rua, debaixo das pontes, e depois vamos ver como é que o senhor Presidente e como é que este Governo que tanto mal está a fazer aos portugueses vai reagir quando as pessoas não tiverem onde viver”.
Para o presidente da AIL, o Governo “já está a fazer isso no que diz respeito à saúde, à educação, aos transportes, à alimentação, aos bens de primeira necessidade, está a fazer isso para tudo e agora, também, para a habitação, que era o que faltava para o círculo ficar fechado”.
Trabalhadores do Metro de Lisboa fazem greve às horas extra
Os trabalhadores do Metro de Lisboa começam às zero horas desta terça feira uma greve de 24 horas às horas extraordinárias. Os trabalhadores da Rodoviária de Lisboa estão em greve nesta quarta feira, entre as 3h de quarta e as 3h de quinta. Artigo | 31 Julho, 2012 - 00:04
Não se sabe as implicações que a greve às horas extra pode ter no funcionamento do Metro de Lisboa e a empresa não respondeu à agência Lusa, que queria saber o impacto que a administração prevê e quais as indicações que a empresa pretende dar aos utentes - Foto de Paulete Matos A greve dos trabalhadores do Metro de Lisboa às horas extraordinárias, deve-se às alterações que a empresa pretende fazer unilateralmente, nomeadamente no pagamento das horas extraordinárias.
Não se sabe as implicações que a greve às horas extra pode ter no funcionamento do Metro de Lisboa e a empresa não respondeu à agência Lusa que queria saber o impacto que a administração prevê e quais as indicações que a empresa pretende dar aos utentes.
Anabela Carvalheira, porta-voz dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa na Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), disse à Lusa que a greve acontece porque os trabalhadores não foram ouvidos pelo ministro da Economia: "Queríamos discutir as alterações substanciais na empresa com o ministro da Economia, mas decidimos que, se em tempo útil não se marcasse uma reunião, que avançávamos para a greve", lembrou.
Os trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (RL) fazem greve de 24 horas nesta quarta feira para reivindicar um aumento salarial mínimo de 30 euros no salário e a integração do abono de falhas dos motoristas na tabela salarial.
António Fernandes, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), disse à agência Lusa que a greve foi convocada depois da administração da empresa se ter recusado a reunir com os trabalhadores., salientando: “Depois da última greve solicitámos um novo pedido de reunião à administração da Rodoviária, mas nem sequer nos responderam”.
O sindicalista espera uma adesão semelhante à greve de julho, que foi de mais de 90% segundo o sindicato e denunciou que os trabalhadores estão a ser pressionados a não fazer greve, com ameaças de despedimento.
Segundo a Lusa, na RL trabalham 773 pessoas, a empresa opera nos concelhos de Lisboa, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira e tem 375 viaturas.
“O 25 de Abril é a antítese da estabilidade e da transição”
O livro Revolução ou Transição, História e Memória da Revolução dos Cravos, editado pela Bertrand e lançado em Abril passado, critica a “tentativa de revisionismo da história do 25 de Abril". Artigo | 30 Julho, 2012 - 14:26 “Este livro é polémico porque ancora em si visões diferentes e teoricamente distintas, mas tem uma espinha dorsal comum: ele foi escrito por um grupo de cientistas sociais, historiadores, que olham a história como um processo, feito de sujeitos sociais, classes e suas frações, e que tem como núcleo explicativo do processo histórico o conflito social”, lê-se na Introdução de Revolução ou Transição, História e Memória da Revolução dos Cravos.
Este livro, editado pela Bertrand e lançado em Abril passado, critica a “tentativa de revisionismo da história do 25 de Abril", explicou à Lusa a historiadora Raquel Varela, da Universidade Nova de Lisboa, que coordena estas investigações publicadas em torno da Revolução de 25 de Abril de 1974.
O livro incluiu investigações de António Simões do Paço, Carla Luciana Silva, Constantino Piçarra, Dalila Cabrita Mateus, Fernando Rosas, Jorge Fontes, Luciano Soutelo, Luís Leiria, Raquel Varela, Ricardo Noronha e Valério Aracary.
“Aquilo que nós discutimos é que o conceito de transição para a democracia é um conceito absolutamente errado. Quando há um processo revolucionário nós não sabemos se ele vai acabar na transição para a democracia ou em outra coisa qualquer e, portanto, os historiadores não têm de dar conceitos sobre o que vai acontecer, têm que analisar o que é que aconteceu”, disse à Lusa a Raquel Varela.
“O 25 de Abril é a antítese da estabilidade e da transição. É um Estado que entra em crise. Não há elites. Vai-se buscar o MFA para se tentar recompor o Estado. O que há é literalmente o poder na rua. Os governos e os partidos políticos, incluindo os partidos políticos de esquerda andam atrás do que se passa nas ruas. A dinâmica das greves, das manifestações, das comissões de trabalhadores, do controlo operário das empresas nacionalizadas. Sistematicamente os partidos andam atrás do que se passa nas ruas. É justamente a antítese daquilo que é um regime estável”, explica a historiadora.
Para Raquel Varela, o 25 de Abril faz parte da memória coletiva das pessoas, ao contrário do que acontece em Espanha onde o revisionismo sobre o franquismo é muito maior.
“A primeira grande derrota do 25 de Abril é o 25 de Novembro de 1975”, diz ainda, “ou seja, atualmente, bocados de nós são 25 de Abril, bocados de nós são 25 de Novembro”. A democracia representativa “é um retrocesso face à democracia que existia durante a democracia de 74/75”, afirma Raquel Varela.
A historiadora defende que “a instituição de um regime liberal, representativo foi a forma de pôr fim à revolução”.” Nós não temos uma contra revolução sangrenta, nós temos uma contra revolução democrática que, ao mesmo tempo, é um substancial avanço em relação ao regime que tínhamos anteriormente”, sublinha Raquel Varela.
Rui Rio quer que beneficiários do RSI percam o apoio
Rio mostra a sua insensibilidade. (Foto: Amanda Ribeiro)
O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, demonstrou ontem de novo a sua completa insensibilidade social quando disse sobre as 22 pessoas que recebem o Rendimento Social de Inserção e que não aceitaram trabalhar na Câmara: "Não espero que venham a perder o RSI, espero é que já tenham perdido".
O autarca tinha proposto contratos de emprego inserção+ (CEI+) a 79 pessoas e houve 22 que recusaram. Relembramos que os CEI+ são uma forma de trabalho quase gratuito, visto que quem os aceita recebe apenas uma pequena bonificação da prestação social. Assim, Rui Rio composta-se como um terrorista e diz que estas pessoas merecem perder o RSI. O que Rio não se lembra é que o seu concelho é dos mais afetados pela pobreza e onde o RSI é mais necessário, aliás na passada semana um conjunto de beneficiários e beneficiárias desta prestação social fez uma concentração contra os cortes a que o Ministro Pedro Mota Soares as sujeitou (ver aqui).
Notícia Correio da Manhã aqui.
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CGTP defende aumento do salário mínimo e nova taxa sobre transacções em bolsa Arménio Carlos afirmou ontem, à saída duma audiência com o Presidente da República, que é "inevitável" uma subida do salário mínimo nacional para 515 euros ainda este ano. O secretário-geral da CGTP defendeu ainda a atribuição do subsídio social de desemprego a todos os desempregados que hoje não têm qualquer apoio, financiado a partir dum "ligeiro aumento da taxa a aplicar aos lucros e dividendos". A taxação das transacções bolsistas deveria também servir para arrecadar o montante que corresponde à decisão recente do Tribunal Constitucional relativamente aos cortes nos 13º e 14º salários. "Assim há solução", adiantando ainda que o Governo devia repor os subsídios ainda este ano.
Foto: Sol Nesta reunião com Cavaco Silva, que ontem recebeu também uma delegação da UGT, as duas centrais sindicais foram unânimes na denúncia da ameaça generalizada à contratação colectiva e na recusa enérgica de mais austeridade. Perante a perspectiva de se estender os cortes nos rendimentos aos trabalhadores do sector privado, as centrais sindicais recusam liminarmente um imposto extraordinário sobre os trabalhadores do público e do privado. Arménio Carlos afirmou ainda não ser inaceitável a situação actual e qualquer tentativa de aumentar ainda mais outros impostos, como o IVA ou o IMI: "Há alternativas e há soluções, é preciso é que haja vontade política".
Notícias, por exemplo, no Público, na RTP, na SIC (com vídeo), no Jornal de Negócios ou no Correio da Manhã.
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O Verão do nosso descontentamento por Daniel Oliveira
Quando voltarmos de férias, aqueles que as têm, é certo que encontraremos uma Europa e um País diferentes. É impossível fazer grandes previsões. Mas sabemos algumas coisas: que a Grécia está a um passo de sair do euro, o que coloca Portugal no primeiro lugar da lista de espera; que a Espanha está à beira do colapso, o que seria um rombo sem remédio no euro; que a Itália se prepara para ser notícia séria nos próximos meses; e que a Alemanha não tenciona abandonar o seu autismo, bloqueando qualquer solução que salve o euro do seu próprio suicídio.
Quando voltarmos de férias, aqueles que as têm, começaremos o debate sobre uma mais que certa renegociação do memorando, o que, com este governo, pode significar um memorando ainda pior. Que o governo estará a tentar encontrar uma alternativa para a poupança que queria fazer através do roubo do dos subsídios de férias e Nataldos funcionários públicos. Roubando rendimentos, através de novos impostos, aos trabalhadores do privado, ou arranjando formas de desobedecer à decisão do Tribunal Constitucional, transformado, como noutros tempos, numa "força do bloqueio". Sendo certo que, mantendo o rumo que definiu desde que chegou ao governo, a crise económica nacional entrará numa nova fase bem mais grave do que a atual.
Quando voltarmos de féria, aqueles que as têm, saberemos que este foi o último Verão em que vivemos numa relativa, mesmo que precária, normalidade política e económica de Portugal e da Europa. Escrevi-o há dois anos e não foi por auto-inspiração: 2013 será o ano decisivo para o euro e, seguramente, para Portugal. É o ano que a própria Alemanha tinha determinado como o do tudo ou nada. Em que, na infinita irresponsabilidade que domina o seu governo, de que as declarações do seu ministro da economia sobre a saída da Grécia do euro são apenas mais um exemplo, se fará o redesenho dos equilíbrios europeus. Não o sabem os alemães, mas sabe quem não vive maravilhado com a imagem que lhe reflete o seu generoso espelho, poderá ser o ano em que o euro e, com ele, o projeto político europeu, entrará na sua derradeira fase decadente.
Posso estar enganado. Na realidade, perante tanta incerteza, toda a gente pode estar enganada sobre o que nos espera a todos. Mas o mais provável é que este seja o último Verão em que ainda só estaremos descontentes. Nos seguintes suspeito que estaremos a reaprender a viver sem a União que conhecíamos até hoje. E em Berlim pode erguer-se mais um dos tantos memoriais que a Alemanha dedica aos seus erros históricos: aqui morreu o projeto que garantiu meio século de paz e propriedade aos europeus.
Publicado no Expresso Online (a coluna do Expresso só regressa em Setembro)
POSTAIS DE “BOAS FÉRIAS” DO MSE (3) – Bem hajam! 31 de Julho de 2012 por Renato Teixeira
Caríssima Assunção, Desejamos-lhe umas férias santas. E olhe, a gente sabe que a fé não deu grande resultado com a chuva, mas não desista. É que, ao contrário da austeridade, a fé ainda funciona de vez em quando. Por isso tenha fé pelos 24.000 novos desempregados que haverá no fim de Agosto. Beijos, MSE À margem da fé da Cristas – que se espera mais eficaz a combater incêndios do que foi a chamar pela chuva e que vá aprimorando a feitiçaria para os efeitos da destruição do milho americano - Pedro Silva Martins anunciou que o desemprego vai começar a cair em 2013. O Secretário de Estado do Emprego revela que desconhece esta deslocalização, este despedimento colectivo e que não leu o relatório da OCDE. Em sentido contrário ao empreendedorismo do governo, Arménio Carlos dá provas de que é capaz de interpretar um sindicalismo que não deixa em mãos alheias os alertas dados pelo MSE.
24 empresas já denunciaram Acordos Coletivos de Trabalho A 1 de agosto entra em vigor a lei que alterou o Código de Trabalho. 24 empresas dos setores público e privado já denunciaram os ACT's, apesar das modificações na lei só entrarem em vigor nesta quarta feira. Os trabalhadores preparam-se para novas lutas e o secretário-geral da CGTP declarou que "está em curso uma tentativa de destruição" da contratação coletiva. Artigo | 31 Julho, 2012 - 18:55 A lei 23/2012 que alterou o Código de Trabalho entra em vigor nesta quarta feira (aceda a texto sobre as alterações e ao Código alterado). Pela nova lei são reduzidos os feriados, são facilitados os despedimentos, é introduzido o banco de horas individual e grupal e a possibilidade de as empresas encerrarem nas pontes, sendo os dias descontados no total anual de férias, sem que seja necessária a autorização do trabalhador. A nova lei vem desequilibrar profundamente as relações de trabalho, enfraquece os direitos, liberaliza os despedimentos e caminha para a liquidação da contratação coletiva e dos sindicatos (aceda ao texto Assalto austeritário ao(s) direito(s) do trabalho da Coordenadora nacional do trabalho do Bloco de Esquerda). Sendo este o conteúdo da nova lei, multiplicam-se as empresas que já denunciaram os ACT's, apesar de a lei ainda não ter entrado em vigor.
Entre as empresas que já denunciaram os ACT's estão Carris, CP e CP-Carga, Refer, Metro e STCP – todas do Setor Empresarial do Estado (SEE), que estarão em greve até 15 de agosto contra a redução do trabalho extraordinário prestado em dias feriados.
No setor privado, a Portucel e a Portugal Telecom (PT) também serão afetadas por algumas paralisações, tendo os sindicatos já entregue às respetivas administrações o pré-aviso de greve. No caso da Portucel, a greve tem início marcado para 4 de agosto e irá durar até “a administração desistir de alterar o valor do trabalho extraordinário”.
Apesar da nova legislação ainda não ter entrado em vigor, na segunda-feira, a EDP comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que vai apresentar uma proposta de novo ACT para ajustar salários, benefícios sociais e de saúde dos trabalhadores das empresas do grupo energético, o que preocupa as duas centrais sindicais.
A suspensão dos Acordos Coletivos de Trabalho é uma das exigências da ‘troika’.
Nesta segunda feira, 30 de julho, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, à saída de uma audiência com o Presidente da República, denunciou que "está em curso uma tentativa de destruição" da contratação coletiva e sublinhou que o programa de assistência da ‘troika’ visa “a destruição do princípio do direito do trabalho”.
“O que pretendem é que sejam as entidades patronais a definir os horários e as condições trabalho a aplicar a cada um dos trabalhadores, afastando os sindicatos [do processo] e procurando, por via da negociação individual, chantagear os trabalhadores a aceitar as condições de trabalho impostas”, disse Arménio Carlos, frisando que “não há democracia sem intervenção cívica dos trabalhadores representados por sindicatos” e que “a democracia não acaba à porta da empresa.”
Tendo custado na altura o equivalente a cerca de 50 milhões de euros, e com um orçamento de manutenção a rondar os 600 mil euros anuais, o Pavilhão Atlântico foi vendido na semana passada ao Consórcio Arena Atlântico (constituído por Luís Montez, Álvaro Ramos e a actual equipa de gestão do equipamento), por cerca de 22 milhões de euros. Segundo a ministra Assunção Cristas, «o grupo Parque Expo tem uma dívida de 200 milhões de euros, daí a decisão de realizar activos, vendendo um conjunto de património relevante sobre o qual o Estado não tem função pública crucial a prosseguir».
Apesar de relevante, deixemos por agora de lado a muito discutível questão de o Estado não ter, com o Pavilhão Atlântico, nenhuma «função pública crucial a prosseguir» (sendo contudo que este critério deveria, então, ser coerente e consequente nas áreas onde se reconhece que o Estado «tem função pública crucial a prosseguir»). Mas fixemo-nos apenas na «racionalidade económica» do negócio: nas palavras da própria ministra, «o Pavilhão Atlântico era rentável» (já em plena crise, entre 2009 e 2010, os seus lucros triplicaram). O que quer isto dizer? Basicamente que não era um «fardo» para o Orçamento de Estado, antes pelo contrário.
A venda do Pavilhão Atlântico é pois apenas mais um episódio (evidentemente simbólico em termos financeiros comparativos), da longa história das privatizações em Portugal, que por sua vez se insere num processo mais vasto, o do empobrecimento deliberado do Estado. Uma história que tem vindo a ser escrita com as linhas da mais pura «irracionalidade económica» (para usar os termos do pensamento económico dominante), na óptica da defesa do interesse público e do dinheiro dos contribuintes.
Quando ouvirem falar do Estado gordo, que gasta mais do que tem, que é ineficiente e que não produz recursos suficientes para permitir a existência de políticas sociais decentes, lembrem-se do Pavilhão Atlântico. Quando vos disserem que não é possível manter um Serviço Nacional de Saúde universal e gratuito, ou um sistema público de educação com qualidade para todos, lembrem-se do Pavilhão Atlântico. Quando insistirem que não se podem assegurar os recursos mínimos de subsistência aos cidadãos mais carenciados, lembrem-se do que significa - simbolicamente - a privatização do Pavilhão Atlântico. Postado por Nuno Serra às 31.7.12
Eurostat: desemprego volta a subir para 15,4% em Portugal A sangria continua: de acordo com o Eurostat a taxa de desemprego subiu mais 0,2 pontos percentuais para os 15,4% face ao mês anterior (ver notícia aqui). Com este valor, Portugal volta a conseguir a medalha de bronze no desemprego da União Europeia, logo depois da Espanha (24,8%) e da Grécia (22,5%). Como se vê, é nos países onde estão em curso as medidas de austeridade e onde a troika do FMI, BCE e CE está a impor a sua política recessiva que as taxas de desemprego são mais expressivas.
Ao contrário daquilo que tem sido a propaganda oficial do Governo, o desemprego mantém-se a subir, o que é ainda mais difícil de explicar porque na altura de Verão costuma observar-se uma diminuição ou uma estagnação da taxa de desemprego por causa do emprego sazonal no turismo.
A Ass. de Combate à Precariedade - PI contínua a dizer que são necessárias medidas de promoção efetivo do emprego e que não podemos continuar a tapar o sol com a peneira e apresentar medidas que nada adiantam como o Impulso Jovem 2012.
"Se algum dia tiver de perder umas eleições em Portugal para salvar o país, como se diz, que se lixem as eleições, o que interessa é Portugal", declarou Pedro Passos Coelho, durante um jantar do grupo parlamentar do PSD para assinalar o fim desta sessão legislativa, na Assembleia da República.
Passos Coelho, num jantar com os deputados do PSD, utilizou novamente uma expressão rasca no seu discurso, para dar um toque de populismo.
Não surpreende na forma, nem no conteúdo. Este é um primeiro ministro rasca, de um governo rasca, dirigindo-se a uma das mais rascas bancadas que o PSD teve a infelicidade de eleger para a Assembleia da República.
São estes os indigentes que chamam ao investimento na educação, justiça e saúde públicas: "gorduras do estado". Apresentam orgulhosamente esse cortes e dizem "estamos a reduzir a despesa pública". Cortam nos salários dos professores, médicos, enfermeiros e demais funcionários públicos, mas não cortam nas consultorias às sociedades de advogados dos seus correlegionários. Cortam nos nossos direitos para continuar a pagar contratos pornográficos de parcerias público privadas às empresas que sustentam as reformas dos senadores do seu partido. São capazes de inventar as mais dúbias alterações à legislação para que os "seus" continuem a receber os subsídios que cortaram a todos. Sempre viveram à conta do estado e criam um clima de hostilização dos desempregados que recebem subsídio, para o qual descontaram do seu trabalho. Esta gentalha não presta, é do pior que Portugal produziu, e vêm sem vergonha nenhuma falar no interesse de Portugal? Confudem Portugal com as suas empresas, com os seus negócios e com as suas corrupções. Como disse um dia Sá Carneiro: "Portugal não é isto, nem tem de ser isto."
Primeiro foi a "geração rasca", seguiu-se a "à rasca", culminando tudo num governo rasca e num país enrascado que não sabe para onde se virar. Parem o país que o governo tem de sair.
tags: já não duras muito, passos coelho
publicado por Francisco da Silva às 22:55 link do post | comentar | ver comentários (1
A nova lei das rendas foi promulgada pelo Aníbal. Doravante estão facilitados os despejos, o que faz todo o sentido. Já se facilitaram os despedimentos, facilitam-se agora os despejos, para que as pessoas se sintam, realmente, à mercê da caridadezinha.
Não me hei-de esquecer do sinistro Relvas, numa conferência no ISCSP, dizer qualquer coisa como isto: "hoje os jovens estão dispostos a aceitar condições de trabalho que há um ano atrás rejeitavam".
Não são só os jovens que são as vítimas, o plano desta revolução cultural é extenso e abrangente. Ao facilitar despedimentos e despejos, todos os portugueses, daqui a um ano ou menos, estarão dispostos a trabalhar por condições que não iriam aceitar de outra forma.
Só o desespero leva a aceitar o que há, o desespero de ter um tecto para a família, de ter comida para lhes dar, de lhes conseguir pagar os transportes e os livros para escola.
Portugal está uma miséria de país. É impossível continuar cada um a tentar safar-se por si, por muito que o instinto de sobrevivência nos leve a tal. É tempo de compreender que todos nós que não somos Dias Loureiros, Oliveiras e Costas, Cavacos Silvas, devemos juntarmo-nos em torno de uma causa comum: a dignidade e o direito a existir. Estes indigentes que governam têm apenas em mente uma ideia: roubar-nos o pouco que ainda temos e entregar-nos à boa vontade dos nossos credores, que já olham para nós como a China da Europa. Portugal vai voltar ao tempo das crianças a trabalhar na indústria, ao tempo do miserável mas honrado, ao tempo de Salazar.
É esta revolução cultural que nos estão a querer impôr. Ou os paramos por aqui, ou isto não vai acabar nada bem.
tags: de mao a piao, portugal arrendado
publicado por Francisco da Silva às 23:28 link do post | comentar | ver comentários (4) | adicionar aos favoritos
Gosto da música!
ResponderEliminarEsperava mais do Reviralhos do que só música...
Estou com o Reviralhos desde o início, embora me tenha desiludido nos últimos tempos.
Um grande abraço
Concordo com o leitor anterior.
ResponderEliminarSempre gostei da boa músia do Reviralhos, mas, e sobretudo, gostava da análise política e das suas tomadas de posição pelos movimentos cívicos e pela tomada de posição face ao dia a dia do país.
Faço força para que seja uma situação transitória...
Todos temos os nossos altos e baixos...
Força na música, sempre, e continuar com força
na "verga"...
Sou fan do Reviralhos, mas quero mais luta!
Este país está cada vez mais merdoso, não dá para andar distraído...
bjs e abraços
Cavaco promulgou lei dos “despejos simplex”
ResponderEliminarO deputado Pedro Filipe Soares do Bloco de Esquerda considerou que o PR prestou um “mau serviço ao país, virou as costas aos mais desprotegidos”, ao promulgar a nova lei do arrendamento, uma “autoestrada para os despejos simplex”. O presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses lamenta que o PR tenha promulgado uma lei que vai empurrar “as pessoas para debaixo das pontes”.
Artigo | 31 Julho, 2012 - 00:09
O presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses diz que o PR aprovou uma lei que, “a ser aplicada tal como está”, “terá como resultado que as pessoas irão para debaixo das pontes”, porque muitas não têm como pagar os valores que serão pedidos como rendas - Foto de Paulete Matos Pedro Filipe Soares declarou à Lusa que a nova lei das rendas “é uma autêntica autoestrada para os despejos, criando até os despejos 'simplex'”. Para o deputado do Bloco de Esquerda, no diploma "existe um espaço de proteção" do senhorio, ao prever a "criação de mecanismos que obrigam a aumentos brutais da renda, que, se não forem aceites pelo arrendatário, poderão levar ao despejo".
O presidente da Associação de Inquilinos Lisbonenses (AIL), Romão Lavadinho, disse à agência Lusa:
“O que nós podemos fazer é lamentar profundamente a promulgação desta lei, porque na audição que tivemos com o senhor Presidente da República ele se mostrou muito preocupado com os mais carenciados, muito preocupado com os aspetos de inconstitucionalidade no que diz respeito aos contratos anteriores a 1990, e depois não passou à prática a preocupação que tinha”.
Romão Lavadinho frisou que Cavaco Silva “aprovou uma lei que o Governo quer levar à prática, que nós consideramos a Lei dos Despejos, e que, a ser aplicada tal como está, sem alterações significativas no que diz respeito ao apoio aos mais carenciados, terá como resultado que as pessoas irão para debaixo das pontes”, porque muitas não têm como pagar os valores que serão pedidos como rendas.
O presidente da AIL lamentou que o PR tenha promulgado a lei “sem qualquer proposta de alteração que o senhor Presidente pudesse fazer ou sem o envio para o Tribunal Constitucional”, salientando que a AIL considera que “no que diz respeito aos contratos anteriores a 1990, esta lei é completamente inconstitucional”.
Romão Lavadinho alertou que, independentemente de os inquilinos estarem ou não estarem de acordo, “a lei será aplicada e, portanto, vamos ter pessoas a viver na rua, debaixo das pontes, e depois vamos ver como é que o senhor Presidente e como é que este Governo que tanto mal está a fazer aos portugueses vai reagir quando as pessoas não tiverem onde viver”.
Para o presidente da AIL, o Governo “já está a fazer isso no que diz respeito à saúde, à educação, aos transportes, à alimentação, aos bens de primeira necessidade, está a fazer isso para tudo e agora, também, para a habitação, que era o que faltava para o círculo ficar fechado”.
Trabalhadores do Metro de Lisboa fazem greve às horas extra
ResponderEliminarOs trabalhadores do Metro de Lisboa começam às zero horas desta terça feira uma greve de 24 horas às horas extraordinárias. Os trabalhadores da Rodoviária de Lisboa estão em greve nesta quarta feira, entre as 3h de quarta e as 3h de quinta.
Artigo | 31 Julho, 2012 - 00:04
Não se sabe as implicações que a greve às horas extra pode ter no funcionamento do Metro de Lisboa e a empresa não respondeu à agência Lusa, que queria saber o impacto que a administração prevê e quais as indicações que a empresa pretende dar aos utentes - Foto de Paulete Matos A greve dos trabalhadores do Metro de Lisboa às horas extraordinárias, deve-se às alterações que a empresa pretende fazer unilateralmente, nomeadamente no pagamento das horas extraordinárias.
Não se sabe as implicações que a greve às horas extra pode ter no funcionamento do Metro de Lisboa e a empresa não respondeu à agência Lusa que queria saber o impacto que a administração prevê e quais as indicações que a empresa pretende dar aos utentes.
Anabela Carvalheira, porta-voz dos trabalhadores do Metropolitano de Lisboa na Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), disse à Lusa que a greve acontece porque os trabalhadores não foram ouvidos pelo ministro da Economia: "Queríamos discutir as alterações substanciais na empresa com o ministro da Economia, mas decidimos que, se em tempo útil não se marcasse uma reunião, que avançávamos para a greve", lembrou.
Os trabalhadores da Rodoviária de Lisboa (RL) fazem greve de 24 horas nesta quarta feira para reivindicar um aumento salarial mínimo de 30 euros no salário e a integração do abono de falhas dos motoristas na tabela salarial.
António Fernandes, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS), disse à agência Lusa que a greve foi convocada depois da administração da empresa se ter recusado a reunir com os trabalhadores., salientando: “Depois da última greve solicitámos um novo pedido de reunião à administração da Rodoviária, mas nem sequer nos responderam”.
O sindicalista espera uma adesão semelhante à greve de julho, que foi de mais de 90% segundo o sindicato e denunciou que os trabalhadores estão a ser pressionados a não fazer greve, com ameaças de despedimento.
Segundo a Lusa, na RL trabalham 773 pessoas, a empresa opera nos concelhos de Lisboa, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira e tem 375 viaturas.
“O 25 de Abril é a antítese da estabilidade e da transição”
ResponderEliminarO livro Revolução ou Transição, História e Memória da Revolução dos Cravos, editado pela Bertrand e lançado em Abril passado, critica a “tentativa de revisionismo da história do 25 de Abril".
Artigo | 30 Julho, 2012 - 14:26
“Este livro é polémico porque ancora em si visões diferentes e teoricamente distintas, mas tem uma espinha dorsal comum: ele foi escrito por um grupo de cientistas sociais, historiadores, que olham a história como um processo, feito de sujeitos sociais, classes e suas frações, e que tem como núcleo explicativo do processo histórico o conflito social”, lê-se na Introdução de Revolução ou Transição, História e Memória da Revolução dos Cravos.
Este livro, editado pela Bertrand e lançado em Abril passado, critica a “tentativa de revisionismo da história do 25 de Abril", explicou à Lusa a historiadora Raquel Varela, da Universidade Nova de Lisboa, que coordena estas investigações publicadas em torno da Revolução de 25 de Abril de 1974.
O livro incluiu investigações de António Simões do Paço, Carla Luciana Silva, Constantino Piçarra, Dalila Cabrita Mateus, Fernando Rosas, Jorge Fontes, Luciano Soutelo, Luís Leiria, Raquel Varela, Ricardo Noronha e Valério Aracary.
“Aquilo que nós discutimos é que o conceito de transição para a democracia é um conceito absolutamente errado. Quando há um processo revolucionário nós não sabemos se ele vai acabar na transição para a democracia ou em outra coisa qualquer e, portanto, os historiadores não têm de dar conceitos sobre o que vai acontecer, têm que analisar o que é que aconteceu”, disse à Lusa a Raquel Varela.
“O 25 de Abril é a antítese da estabilidade e da transição. É um Estado que entra em crise. Não há elites. Vai-se buscar o MFA para se tentar recompor o Estado. O que há é literalmente o poder na rua. Os governos e os partidos políticos, incluindo os partidos políticos de esquerda andam atrás do que se passa nas ruas. A dinâmica das greves, das manifestações, das comissões de trabalhadores, do controlo operário das empresas nacionalizadas. Sistematicamente os partidos andam atrás do que se passa nas ruas. É justamente a antítese daquilo que é um regime estável”, explica a historiadora.
Para Raquel Varela, o 25 de Abril faz parte da memória coletiva das pessoas, ao contrário do que acontece em Espanha onde o revisionismo sobre o franquismo é muito maior.
“A primeira grande derrota do 25 de Abril é o 25 de Novembro de 1975”, diz ainda, “ou seja, atualmente, bocados de nós são 25 de Abril, bocados de nós são 25 de Novembro”. A democracia representativa “é um retrocesso face à democracia que existia durante a democracia de 74/75”, afirma Raquel Varela.
A historiadora defende que “a instituição de um regime liberal, representativo foi a forma de pôr fim à revolução”.” Nós não temos uma contra revolução sangrenta, nós temos uma contra revolução democrática que, ao mesmo tempo, é um substancial avanço em relação ao regime que tínhamos anteriormente”, sublinha Raquel Varela.
Rui Rio quer que beneficiários do RSI percam o apoio
ResponderEliminarRio mostra a sua insensibilidade. (Foto: Amanda Ribeiro)
O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, demonstrou ontem de novo a sua completa insensibilidade social quando disse sobre as 22 pessoas que recebem o Rendimento Social de Inserção e que não aceitaram trabalhar na Câmara: "Não espero que venham a perder o RSI, espero é que já tenham perdido".
O autarca tinha proposto contratos de emprego inserção+ (CEI+) a 79 pessoas e houve 22 que recusaram. Relembramos que os CEI+ são uma forma de trabalho quase gratuito, visto que quem os aceita recebe apenas uma pequena bonificação da prestação social. Assim, Rui Rio composta-se como um terrorista e diz que estas pessoas merecem perder o RSI.
O que Rio não se lembra é que o seu concelho é dos mais afetados pela pobreza e onde o RSI é mais necessário, aliás na passada semana um conjunto de beneficiários e beneficiárias desta prestação social fez uma concentração contra os cortes a que o Ministro Pedro Mota Soares as sujeitou (ver aqui).
Notícia Correio da Manhã aqui.
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Publicada por Precários Inflexíveis em 16:00
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CGTP defende aumento do salário mínimo e nova taxa sobre transacções em bolsa
ResponderEliminarArménio Carlos afirmou ontem, à saída duma audiência com o Presidente da República, que é "inevitável" uma subida do salário mínimo nacional para 515 euros ainda este ano. O secretário-geral da CGTP defendeu ainda a atribuição do subsídio social de desemprego a todos os desempregados que hoje não têm qualquer apoio, financiado a partir dum "ligeiro aumento da taxa a aplicar aos lucros e dividendos". A taxação das transacções bolsistas deveria também servir para arrecadar o montante que corresponde à decisão recente do Tribunal Constitucional relativamente aos cortes nos 13º e 14º salários. "Assim há solução", adiantando ainda que o Governo devia repor os subsídios ainda este ano.
Foto: Sol
Nesta reunião com Cavaco Silva, que ontem recebeu também uma delegação da UGT, as duas centrais sindicais foram unânimes na denúncia da ameaça generalizada à contratação colectiva e na recusa enérgica de mais austeridade. Perante a perspectiva de se estender os cortes nos rendimentos aos trabalhadores do sector privado, as centrais sindicais recusam liminarmente um imposto extraordinário sobre os trabalhadores do público e do privado. Arménio Carlos afirmou ainda não ser inaceitável a situação actual e qualquer tentativa de aumentar ainda mais outros impostos, como o IVA ou o IMI: "Há alternativas e há soluções, é preciso é que haja vontade política".
Notícias, por exemplo, no Público, na RTP, na SIC (com vídeo), no Jornal de Negócios ou no Correio da Manhã.
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Publicada por Precários Inflexíveis em 09:30
O Verão do nosso descontentamento
ResponderEliminarpor Daniel Oliveira
Quando voltarmos de férias, aqueles que as têm, é certo que encontraremos uma Europa e um País diferentes. É impossível fazer grandes previsões. Mas sabemos algumas coisas: que a Grécia está a um passo de sair do euro, o que coloca Portugal no primeiro lugar da lista de espera; que a Espanha está à beira do colapso, o que seria um rombo sem remédio no euro; que a Itália se prepara para ser notícia séria nos próximos meses; e que a Alemanha não tenciona abandonar o seu autismo, bloqueando qualquer solução que salve o euro do seu próprio suicídio.
Quando voltarmos de férias, aqueles que as têm, começaremos o debate sobre uma mais que certa renegociação do memorando, o que, com este governo, pode significar um memorando ainda pior. Que o governo estará a tentar encontrar uma alternativa para a poupança que queria fazer através do roubo do dos subsídios de férias e Nataldos funcionários públicos. Roubando rendimentos, através de novos impostos, aos trabalhadores do privado, ou arranjando formas de desobedecer à decisão do Tribunal Constitucional, transformado, como noutros tempos, numa "força do bloqueio". Sendo certo que, mantendo o rumo que definiu desde que chegou ao governo, a crise económica nacional entrará numa nova fase bem mais grave do que a atual.
Quando voltarmos de féria, aqueles que as têm, saberemos que este foi o último Verão em que vivemos numa relativa, mesmo que precária, normalidade política e económica de Portugal e da Europa. Escrevi-o há dois anos e não foi por auto-inspiração: 2013 será o ano decisivo para o euro e, seguramente, para Portugal. É o ano que a própria Alemanha tinha determinado como o do tudo ou nada. Em que, na infinita irresponsabilidade que domina o seu governo, de que as declarações do seu ministro da economia sobre a saída da Grécia do euro são apenas mais um exemplo, se fará o redesenho dos equilíbrios europeus. Não o sabem os alemães, mas sabe quem não vive maravilhado com a imagem que lhe reflete o seu generoso espelho, poderá ser o ano em que o euro e, com ele, o projeto político europeu, entrará na sua derradeira fase decadente.
Posso estar enganado. Na realidade, perante tanta incerteza, toda a gente pode estar enganada sobre o que nos espera a todos. Mas o mais provável é que este seja o último Verão em que ainda só estaremos descontentes. Nos seguintes suspeito que estaremos a reaprender a viver sem a União que conhecíamos até hoje. E em Berlim pode erguer-se mais um dos tantos memoriais que a Alemanha dedica aos seus erros históricos: aqui morreu o projeto que garantiu meio século de paz e propriedade aos europeus.
Publicado no Expresso Online (a coluna do Expresso só regressa em Setembro)
por Daniel Oliveira
POSTAIS DE “BOAS FÉRIAS” DO MSE (3) – Bem hajam!
ResponderEliminar31 de Julho de 2012 por Renato Teixeira
Caríssima Assunção,
Desejamos-lhe umas férias santas. E olhe, a gente sabe que a fé não deu grande resultado com a chuva, mas não desista. É que, ao contrário da austeridade, a fé ainda funciona de vez em quando. Por isso tenha fé pelos 24.000 novos desempregados que haverá no fim de Agosto.
Beijos,
MSE
À margem da fé da Cristas – que se espera mais eficaz a combater incêndios do que foi a chamar pela chuva e que vá aprimorando a feitiçaria para os efeitos da destruição do milho americano - Pedro Silva Martins anunciou que o desemprego vai começar a cair em 2013. O Secretário de Estado do Emprego revela que desconhece esta deslocalização, este despedimento colectivo e que não leu o relatório da OCDE. Em sentido contrário ao empreendedorismo do governo, Arménio Carlos dá provas de que é capaz de interpretar um sindicalismo que não deixa em mãos alheias os alertas dados pelo MSE.
24 empresas já denunciaram Acordos Coletivos de Trabalho
ResponderEliminarA 1 de agosto entra em vigor a lei que alterou o Código de Trabalho. 24 empresas dos setores público e privado já denunciaram os ACT's, apesar das modificações na lei só entrarem em vigor nesta quarta feira. Os trabalhadores preparam-se para novas lutas e o secretário-geral da CGTP declarou que "está em curso uma tentativa de destruição" da contratação coletiva.
Artigo | 31 Julho, 2012 - 18:55
A lei 23/2012 que alterou o Código de Trabalho entra em vigor nesta quarta feira (aceda a texto sobre as alterações e ao Código alterado). Pela nova lei são reduzidos os feriados, são facilitados os despedimentos, é introduzido o banco de horas individual e grupal e a possibilidade de as empresas encerrarem nas pontes, sendo os dias descontados no total anual de férias, sem que seja necessária a autorização do trabalhador. A nova lei vem desequilibrar profundamente as relações de trabalho, enfraquece os direitos, liberaliza os despedimentos e caminha para a liquidação da contratação coletiva e dos sindicatos (aceda ao texto Assalto austeritário ao(s) direito(s) do trabalho da Coordenadora nacional do trabalho do Bloco de Esquerda). Sendo este o conteúdo da nova lei, multiplicam-se as empresas que já denunciaram os ACT's, apesar de a lei ainda não ter entrado em vigor.
Entre as empresas que já denunciaram os ACT's estão Carris, CP e CP-Carga, Refer, Metro e STCP – todas do Setor Empresarial do Estado (SEE), que estarão em greve até 15 de agosto contra a redução do trabalho extraordinário prestado em dias feriados.
No setor privado, a Portucel e a Portugal Telecom (PT) também serão afetadas por algumas paralisações, tendo os sindicatos já entregue às respetivas administrações o pré-aviso de greve. No caso da Portucel, a greve tem início marcado para 4 de agosto e irá durar até “a administração desistir de alterar o valor do trabalho extraordinário”.
Apesar da nova legislação ainda não ter entrado em vigor, na segunda-feira, a EDP comunicou à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que vai apresentar uma proposta de novo ACT para ajustar salários, benefícios sociais e de saúde dos trabalhadores das empresas do grupo energético, o que preocupa as duas centrais sindicais.
A suspensão dos Acordos Coletivos de Trabalho é uma das exigências da ‘troika’.
Nesta segunda feira, 30 de julho, o secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, à saída de uma audiência com o Presidente da República, denunciou que "está em curso uma tentativa de destruição" da contratação coletiva e sublinhou que o programa de assistência da ‘troika’ visa “a destruição do princípio do direito do trabalho”.
“O que pretendem é que sejam as entidades patronais a definir os horários e as condições trabalho a aplicar a cada um dos trabalhadores, afastando os sindicatos [do processo] e procurando, por via da negociação individual, chantagear os trabalhadores a aceitar as condições de trabalho impostas”, disse Arménio Carlos, frisando que “não há democracia sem intervenção cívica dos trabalhadores representados por sindicatos” e que “a democracia não acaba à porta da empresa.”
Lembrem-se do Pavilhão Atlântico
ResponderEliminarTendo custado na altura o equivalente a cerca de 50 milhões de euros, e com um orçamento de manutenção a rondar os 600 mil euros anuais, o Pavilhão Atlântico foi vendido na semana passada ao Consórcio Arena Atlântico (constituído por Luís Montez, Álvaro Ramos e a actual equipa de gestão do equipamento), por cerca de 22 milhões de euros. Segundo a ministra Assunção Cristas, «o grupo Parque Expo tem uma dívida de 200 milhões de euros, daí a decisão de realizar activos, vendendo um conjunto de património relevante sobre o qual o Estado não tem função pública crucial a prosseguir».
Apesar de relevante, deixemos por agora de lado a muito discutível questão de o Estado não ter, com o Pavilhão Atlântico, nenhuma «função pública crucial a prosseguir» (sendo contudo que este critério deveria, então, ser coerente e consequente nas áreas onde se reconhece que o Estado «tem função pública crucial a prosseguir»). Mas fixemo-nos apenas na «racionalidade económica» do negócio: nas palavras da própria ministra, «o Pavilhão Atlântico era rentável» (já em plena crise, entre 2009 e 2010, os seus lucros triplicaram). O que quer isto dizer? Basicamente que não era um «fardo» para o Orçamento de Estado, antes pelo contrário.
A venda do Pavilhão Atlântico é pois apenas mais um episódio (evidentemente simbólico em termos financeiros comparativos), da longa história das privatizações em Portugal, que por sua vez se insere num processo mais vasto, o do empobrecimento deliberado do Estado. Uma história que tem vindo a ser escrita com as linhas da mais pura «irracionalidade económica» (para usar os termos do pensamento económico dominante), na óptica da defesa do interesse público e do dinheiro dos contribuintes.
Quando ouvirem falar do Estado gordo, que gasta mais do que tem, que é ineficiente e que não produz recursos suficientes para permitir a existência de políticas sociais decentes, lembrem-se do Pavilhão Atlântico. Quando vos disserem que não é possível manter um Serviço Nacional de Saúde universal e gratuito, ou um sistema público de educação com qualidade para todos, lembrem-se do Pavilhão Atlântico. Quando insistirem que não se podem assegurar os recursos mínimos de subsistência aos cidadãos mais carenciados, lembrem-se do que significa - simbolicamente - a privatização do Pavilhão Atlântico.
Postado por Nuno Serra às 31.7.12
Eurostat: desemprego volta a subir para 15,4% em Portugal
ResponderEliminarA sangria continua: de acordo com o Eurostat a taxa de desemprego subiu mais 0,2 pontos percentuais para os 15,4% face ao mês anterior (ver notícia aqui). Com este valor, Portugal volta a conseguir a medalha de bronze no desemprego da União Europeia, logo depois da Espanha (24,8%) e da Grécia (22,5%). Como se vê, é nos países onde estão em curso as medidas de austeridade e onde a troika do FMI, BCE e CE está a impor a sua política recessiva que as taxas de desemprego são mais expressivas.
Ao contrário daquilo que tem sido a propaganda oficial do Governo, o desemprego mantém-se a subir, o que é ainda mais difícil de explicar porque na altura de Verão costuma observar-se uma diminuição ou uma estagnação da taxa de desemprego por causa do emprego sazonal no turismo.
A Ass. de Combate à Precariedade - PI contínua a dizer que são necessárias medidas de promoção efetivo do emprego e que não podemos continuar a tapar o sol com a peneira e apresentar medidas que nada adiantam como o Impulso Jovem 2012.
Que se lixe o Passos, quero o meu país de volta
ResponderEliminar"Se algum dia tiver de perder umas eleições em Portugal para salvar o país, como se diz, que se lixem as eleições, o que interessa é Portugal", declarou Pedro Passos Coelho, durante um jantar do grupo parlamentar do PSD para assinalar o fim desta sessão legislativa, na Assembleia da República.
Passos Coelho, num jantar com os deputados do PSD, utilizou novamente uma expressão rasca no seu discurso, para dar um toque de populismo.
Não surpreende na forma, nem no conteúdo. Este é um primeiro ministro rasca, de um governo rasca, dirigindo-se a uma das mais rascas bancadas que o PSD teve a infelicidade de eleger para a Assembleia da República.
São estes os indigentes que chamam ao investimento na educação, justiça e saúde públicas: "gorduras do estado". Apresentam orgulhosamente esse cortes e dizem "estamos a reduzir a despesa pública". Cortam nos salários dos professores, médicos, enfermeiros e demais funcionários públicos, mas não cortam nas consultorias às sociedades de advogados dos seus correlegionários. Cortam nos nossos direitos para continuar a pagar contratos pornográficos de parcerias público privadas às empresas que sustentam as reformas dos senadores do seu partido.
São capazes de inventar as mais dúbias alterações à legislação para que os "seus" continuem a receber os subsídios que cortaram a todos. Sempre viveram à conta do estado e criam um clima de hostilização dos desempregados que recebem subsídio, para o qual descontaram do seu trabalho. Esta gentalha não presta, é do pior que Portugal produziu, e vêm sem vergonha nenhuma falar no interesse de Portugal? Confudem Portugal com as suas empresas, com os seus negócios e com as suas corrupções. Como disse um dia Sá Carneiro: "Portugal não é isto, nem tem de ser isto."
Primeiro foi a "geração rasca", seguiu-se a "à rasca", culminando tudo num governo rasca e num país enrascado que não sabe para onde se virar. Parem o país que o governo tem de sair.
tags: já não duras muito, passos coelho
publicado por Francisco da Silva às 22:55
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Um grande salto em frente
ResponderEliminarA nova lei das rendas foi promulgada pelo Aníbal. Doravante estão facilitados os despejos, o que faz todo o sentido. Já se facilitaram os despedimentos, facilitam-se agora os despejos, para que as pessoas se sintam, realmente, à mercê da caridadezinha.
Não me hei-de esquecer do sinistro Relvas, numa conferência no ISCSP, dizer qualquer coisa como isto: "hoje os jovens estão dispostos a aceitar condições de trabalho que há um ano atrás rejeitavam".
Não são só os jovens que são as vítimas, o plano desta revolução cultural é extenso e abrangente. Ao facilitar despedimentos e despejos, todos os portugueses, daqui a um ano ou menos, estarão dispostos a trabalhar por condições que não iriam aceitar de outra forma.
Só o desespero leva a aceitar o que há, o desespero de ter um tecto para a família, de ter comida para lhes dar, de lhes conseguir pagar os transportes e os livros para escola.
Portugal está uma miséria de país. É impossível continuar cada um a tentar safar-se por si, por muito que o instinto de sobrevivência nos leve a tal. É tempo de compreender que todos nós que não somos Dias Loureiros, Oliveiras e Costas, Cavacos Silvas, devemos juntarmo-nos em torno de uma causa comum: a dignidade e o direito a existir. Estes indigentes que governam têm apenas em mente uma ideia: roubar-nos o pouco que ainda temos e entregar-nos à boa vontade dos nossos credores, que já olham para nós como a China da Europa. Portugal vai voltar ao tempo das crianças a trabalhar na indústria, ao tempo do miserável mas honrado, ao tempo de Salazar.
É esta revolução cultural que nos estão a querer impôr. Ou os paramos por aqui, ou isto não vai acabar nada bem.
tags: de mao a piao, portugal arrendado
publicado por Francisco da Silva às 23:28
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