Depois da perseguição aos ciganos, Sarkozy avançou esta semana com a proposta de retirar a nacionalidade francesa aos estrangeiros que atentem contra as autoridades públicas. Fazendo eco da agenda da extrema-direita, o presidente francês propõe ainda que seja recusada a nacionalidade automática, quando atingirem a maioridade, aos menores que cometam algum delito.
No mesmo discurso em que apresentou as novas medidas de combate à criminalidade, Sarkozy defendeu que cada um deve ser “digno” para ter direito à nacionalidade francesa.
Certamente que Sarkozy, ele próprio filho de imigrantes, se julga mais “digno” de ostentar a nacionalidade francesa do que as mulheres que a polícia agrediu num subúrbio de Paris, no passado dia 21 de Julho.
As mulheres, de origem africana mas maioritariamente de nacionalidade francesa, estavam a viver em tendas e protestavam pacificamente pelo direito a uma habitação permanente para as suas famílias, após terem sido desalojadas das habitações que ocupavam.
O vídeo da intervenção policial, filmado por um elemento da associação Droit au Logement (DAL) e divulgado pela CNN, revela não só a brutalidade da intervenção policial mas também no que consiste o combate à criminalidade defendido por Sarkozy.
A associação entre imigração e criminalidade é uma velha prática da direita e da extrema-direita. A actual crise económica e social serve-lhes de ignição ao discurso xenófobo e à imposição de modelos securitários, onde em nome da segurança se atropelam os direitos dos cidadãos.
A história do século XX demonstrou-nos ao que conduz um estado policial e totalitário. Compete-nos a nós, homens e mulheres de esquerda, denunciar e combater estes novos eugenismos sociais que despontam na Europa.
assino por baixo !
ResponderEliminarvi os teus comentários no JN e identifiquei-me.
li tantas coisas cruéis, tanta barbaridade que fiquei consternada , os teus comentários foram dos poucos que se aproveitaram .
por isso vim aqui deixar o meu apreço.
*
Cara Gala, obrigado pelo comentário.
ResponderEliminarExistem coisas com as quais nunca poderemos pactuar, o racismo e a xenofobia estão entre essas coisas.
Volta sempre!