Hoje recomendamos a leitura de dois textos com que nos cruzámos nos últimos dias.
O primeiro, da autoria de Daniel Oliveira, foi publicado a 31 de Julho na edição impressa do Expresso e já se encontra disponível on line (o texto integral, intitulado "A vida dos outros", poderá ser lido no Arrastão ou no site do Expresso):
"Paulo Teixeira Pinto é autor de uma proposta de revisão constitucional que pretende liberalizar os despedimentos. Paulo Teixeira Pinto garantiu para si próprio, no BCP, uma indemnização de 10 milhões de euros e uma pensão anual de 500 mil até ao fim da vida. Ernâni Lopes propôs a redução salarial dos funcionários públicos em 10, 20 ou 30 por cento. Sem explicações. A cru. Ernâni Lopes recebe, desde os 47 anos, uma reforma do Banco de Portugal. Campos e Cunha defendeu a taxa fiscal plana, o que representaria uma perda fiscal significativa para o Estado e, já agora, o fim do papel redistributivo dos impostos. Campos e Cunha recebe, desde os 49 anos, com prejuízo para os contribuintes, uma reforma de oito mil euros por ter ocupado o cargo de vice-governador do Banco de Portugal por seis anos. Terá mesmo abandonado o Governo para não ter de deixar de a receber."
O segundo, "Sarkozy ou a direita sem máscara", de José Manuel Pureza, foi ontem publicado no esquerda.net (onde poderá ser lido na sua versão integral):
"O darwinismo social co-natural à Direita tem na estigmatização dos pobres a sua ferramenta ideológica mais eficaz. Em Portugal como em França, a Direita fabrica e dissemina representações dos pobres em que se amalgamam caoticamente indolência, criminalidade, impermeabilidade cultural e ameaça à ordem. Em última análise, essas representações estimulam o que constitui hoje um dos núcleos definidores da cultura política da Direita: a diferenciação do valor dos movimentos transnacionais – apologia entusiástica da mais plena liberdade dos movimentos de capitais e de mercadorias, por um lado; por outro, percepção do movimento de pessoas como fonte de todas as ameaças. Disciplinar as periferias (tanto territoriais como culturais ou sociais) é pois uma exigência estratégica da Direita."
O texto de José Manuel Pureza, bem como o de Daniel Oliveira, merecem leituras atentas e reflexões aprofundadas, principalmente por parte dos que advogam o fim das ideologias e da distinção entre Esquerda e Direita.
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