Os sinais são evidentes e têm-se multiplicado nos últimos anos. A existência de uma deriva totalitária é cada vez mais visível em muitos países europeus. Os discursos nacionalistas, utilizando muitas vezes o pretexto da crise económica, têm subido de tom e dominado o espaço mediático. A opinião pública adere à propaganda xenófoba e racista da direita e da extrema-direita, como o demonstram sondagens e resultados eleitorais.
Os tempos de crise são sempre assim, um bom pasto para o inflamado discurso securitário. A crise é sempre causada pelo “outro”. O “outro” é sempre o estranho, o estrangeiro, o desempregado, o pobre, o elo mais fraco da cadeia social e económica. As notícias surgem diariamente de França, de Itália, da Hungria e de muitos outros lugares da Europa e do mundo.
Apesar dos protestos, em França concretizam-se expulsões de ciganos e, em Itália, defende-se mesmo que se vá mais longe e que a medida seja alargada a outros “indesejáveis” . Ainda em França, preparam-se leis para censurar os conteúdos da internet e cercear a liberdade de expressão dos internautas. Na Grécia surgem relatos e denúncias da existência de centros de detenção de imigrantes semelhantes a campos de concentração. Os exemplos sucedem-se, multiplicam-se, tendem a banalizar-se.
Hoje, na Europa e no mundo, vivem-se tempos sombrios.
Em tempos sombrios, a solidariedade dá sempre lugar à mesquinhez, à intolerância e ao ódio.
É por isso necessário que a esquerda e os movimentos sociais se oponham e saibam travar este combate, sob pena de ser demasiado tarde.
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