Em mais uma acção de pré-campanha, mascarada do habitual "exercício de funções", Cavaco Silva assistiu a um desfile etnográfico em Ponte de Lima (sítio muito conveniente para candidatos de direita receberem banhos de multidão), beijou uma cruz, foi abençoado com água benta, recebeu oferendas e ainda teve tempo para pronunciar mais uma ou duas das suas habituais banalidades (desta vez sobre a identidade portuguesa e o mundo rural).
Enquanto isso, no Centro Cultural de Belém, Manuel Alegre afirmava que se for eleito “vetará” qualquer tentativa de “acabar” com os serviços públicos de Saúde, Educação e Segurança Social, acusando Cavaco Silva de “não poder dar semelhante garantia”.
A afirmação de Manuel Alegre encerra em si algumas das questões essenciais da campanha para as próximas eleições presidenciais: a defesa da Constituição e do Estado Social.
São estas as questões às quais Cavaco Silva não poderá fugir e sobre as quais terá de assumir uma posição.
São estas as questões que poderão forçar Cavaco Silva a uma segunda volta e que, eventualmente, decidirão a sua reeleição.
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