sábado, 11 de setembro de 2010

Manual de instruções para defender o indefensável


No mesmo dia em que foi realizada a entrega oficial do submarino Tridente, os militantes do CDS-PP receberam nas suas caixas de correio electrónico um mail assinado pelo presidente do partido, Paulo Portas, e pelo secretário-geral dos centristas, Lino Ramos, instigando a uma defesa pública da compra dos dois submarinos pelo Estado português. Em anexo seguiu um documento preparado pelo grupo de defesa do CDS, onde se liam pormenores das razões económicas, políticas e militares da compra. Um "argumentário" - utilizando o nome atribuído pelo partido ao documento - que Paulo Portas sugeria que fosse utilizado pelos militantes "nos locais de trabalho, aos amigos, nas participações cívicas", quando o tema da conversa fosse a necessidade de Portugal ter ou não equipamento militar desta natureza.

Paulo Portas bem pode construir os argumentários que quiser para defender o indefensável.
Pode enumerar o total de submarinos que outros países possuem, nomear alegadas razões militares e estratégicas,  invocar a extensão da  Zona Económica Exclusiva (ZEE) e até socorrer-se do estafado argumento da soberania nacional.

Nós, por outro lado, continuaremos a defender que as prioridades do país não são estas, a questionar a obscuridade do negócio (das contrapartidas aos financiamentos ilícitos) e a denunciar os mil milhões de euros que todos pagaremos pela aquisição das duas "latas submergíveis" que o CDS-PP considera fundamentais para os interesses nacionais.



(imagem: Bartoon, de Luís Afonso, in Público de 11 de Setembro)


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