“Não podemos aceitar continuar a cair no abismo” O Bloco de Esquerda esteve hoje, no dia em que faz 12 anos, junto de mais de 80 centros de emprego, para explicar a moção de censura ao Governo e mobilizar na resposta à crise que o país está a viver, o desemprego e a precariedade. 28 Fevereiro, 2011 - 14:32
Francisco Louçã junto ao Centro de Emprego de Loures - Foto de Paulete Matos “Hoje, que é o 12º aniversário da existência do Bloco de Esquerda, estamos presentes nos centros de emprego, em mais de 80 localidades, para mobilizar na resposta à crise que o país está a viver, à instabilidade que todos os dias estamos a viver, que é o desemprego. Desemprego de jovens qualificados, trabalho precário, trabalho temporário, um desastre económico e social que resume bem as dificuldades do nosso país”, declarou Francisco Louçã, junto ao Centro de Emprego de Loures.
O coordenador da comissão política do Bloco de Esquerda salientou também que “as pessoas sentem que é preciso sair desta podridão, desta política pantanosa onde não há soluções, mas sim irresponsabilidade e, nesse sentido, a moção de censura ao Governo faz um caminho de resposta ao país”.
Louçã sublinhou ainda que “com esta moção aquilo que o Bloco diz ao país é que não desiste e vai em frente, que dá o corpo à luta. É assim que é preciso nos momentos difíceis. Política mesquinha é esta tentativa do PSD manter a situação a pior possível”.
“É preciso que haja contenção nos salários excessivos dos gestores públicos” Francisco Louçã esteve na Madeira, respondeu a Passos Coelho e criticou Alberto João Jardim, referindo que um ano depois da tragédia está-se a gastar dinheiro para a construção de um cais e de um aterro e não se cuidou do que é prioritário. 28 Fevereiro, 2011 - 02:53
Francisco Louçã no Funchal, 27 de Fevereiro de 2011 "Um ano depois, está-se a utilizar dinheiro para a construção de um cais e de um aterro com estas dimensões quando ainda não se cuidou daquilo que era prioritário - reconstruir as casas, limpar as ribeiras, garantir que a baixa do Funchal não seja inundada sempre que há uma chuvada forte, proteger as pessoas", declarou o coordenador da comissão política do Bloco de Esquerda no Funchal, onde inaugurou uma nova sede regional do partido e visitou o depósito de inertes levados pela enxurrada de 20 de Fevereiro de 2010 e que o Governo Regional quer aproveitar para criar um novo cais de acostagem de barcos de recreio. (Ouça as declarações)
Segundo a agência Lusa, Francisco Louçã denunciou também os salários excessivos dos gestores públicos, reafirmando que não devem ganhar mais do que o Presidente da República.
"O Bloco de Esquerda responde a Pedro Passos Coelho, sim, é preciso que haja regras, que haja contenção nos salários excessivos de alguns gestores públicos e que todos eles prestem contas e respondam perante o país, que tem problemas, e o maior de todos é a criação do emprego e uma economia decente", afirmou o dirigente do Bloco.
"Que possa haver um presidente da TAP que ganhe 600 mil euros quando, ao mesmo tempo, a TAP, por via de uma empresa sua participada, está a despedir 336 trabalhadores do aeroporto de Faro para depois os substituir por trabalhadores precários, isso diz exactamente o que se passa sobre aqueles que têm a faca e o queijo na mão", denunciou Louçã, que acrescentou: "Preferem criar desemprego, precariedade e dificuldades para aquelas famílias daqueles trabalhadores quando têm todo o poder e quando são pagos de uma forma tão exorbitantemente acima do salário do Presidente da República".
Francisco Louçã salientou ainda que a moção de censura do Bloco mostra que "há uma esquerda que quer puxar pelo país, que quer puxar pela economia, que quer defender os desempregados e os precários, são dois milhões de pessoas, homens e mulheres, formados, preparados, com qualificações e licenciaturas que não têm nenhuma oportunidade em Portugal".
Louçã realçou ainda que o PSD, "o braço direito do Governo Sócrates", e o PS "estão aliados na manutenção da degradação da economia” e pretendem que "continue tudo na mesma e tudo na mesma é mais desemprego, é mais dificuldade, é arrastar-se uma crise económica".
"O engenheiro José Sócrates está a defender a coligação que tem com o PSD para privatizar os CTT, a coligação que tem com o PSD para fechar os olhos ao desemprego, para facilitar os despedimentos e para promover o trabalho precário e essa coligação arruína o país", exemplificou ainda o dirigente do Bloco
Irlanda: Colapso eleitoral do partido que levou o país ao FMI Fianna Fáil perdeu 60 deputados, Verdes foram varridos do Parlamento. Vencedor é o Fine Gael, que deve fazer coligação com os trabalhistas. Esquerda tem avanços importantes. 27 Fevereiro, 2011 - 19:12
Enda Kenny, líder do Fine Gael. Foto wikimedia commons O Fianna Fáil, o partido que conduziu a Irlanda à crise financeira, ao resgate dos bancos e ao FMI, foi violentamente castigado pelos eleitores e sofreu um verdadeiro colapso eleitoral, perdendo 60 deputados e obtendo apenas cerca de 17% dos votos (a apuração dos resultados ainda não terminou). O seu parceiro na coligação do governo, os Verdes, foi varrido do Parlamento, não elegendo qualquer deputado.
O Fianna Fáil dominou a política irlandesa desde a independência, em 1921. Agora, terá conseguido eleger apenas um deputado por Dublin.
O vencedor é o Fine Gael, que obtém pelo menos 68 deputados (mais 17), correspondendo a 36,1%, seguido dos trabalhistas que elegeram 35 (mais 15), correspondendo a 19,4%. A esquerda também teve um crescimento significativo, com o Sinn Féin a eleger 13 deputados (mais 9), correspondendo a 9,9%, e a United Left Alliance – que reúne a People Before Profite Alliance, constituída, na sua maioria, por membros do Socialist Workers Party, o Socialist Party e o Workers and Unemployed Action Group – a eleger 5 deputados.
Apesar da vitória histórica, o Fine Gael fica aquém da maioria absoluta em que chegou a acreditar nos últimos dias da campanha, não devendo chegar aos 84 deputados necessários para ter maioria absoluta no Dáil (a câmara baixa do Parlamento).
Assim, o mais provável é que o Fine Gael avance para uma coligação com os trabalhistas.
"Isto é o desmoronamento do Fianna Fáil", disse à Reuters David Farrell, professor de Política da University College de Dublin.
Enda Kenny, líder do Fine Gael, disse ter recebido um "enorme aval" para governar. "Estamos às vésperas de mudanças fundamentais na forma como percebemos a nossa economia e sociedade", disse.
Kenny disse que vai renegociar o pacote de 85 mil milhões de euros de empréstimos feitos pelo Fundo Monetário Internacional e pela União Europeia, tentando em particular reduzir a taxa de juros de 5,8% imposta pela UE.
Gerry Adams, líder do Sinn Féin, disse que um bom governo tem de ter uma boa oposição, e garantiu que o seu partido vai-se opor às medidas “anti-cidadania” e de de “analfabetismo económico” propostas pelos partidos do establishment.
A Irlanda foi o primeiro país que sofreu intervenção do FMI a ir às urnas.
Segunda-feira, 28 de Fevereiro de 2011 Know How contrata a falsos recibos verdes Os Precári@s Inflexíveis têm recebido várias denúncias de falsos recibos verdes na Know How para as Actividades de Enriquecimento Curricular.
Desta vez o net-empregos divulga uma oferta de trabalho a recibos verdes para Auxiliar numa escola de Benfica (ver aqui), onde a função é a Limpeza de Salas e Casas de Banho. A Know How é uma empresa de ensino de línguas e acção social, no entanto, coloca anúncios para auxiliares de acção educativa, tentando contratar pessoas a falsos recibos verdes, visto que, a limpeza de salas e de casas de banho é óbviamente uma necessidade permanente para qualquer estabelecimento de ensino. Mas também nos têm chegado relatos de vários professores das AEC's que, à revelia da legislação que enquadra a sua actividade e que obriga que todos estes professores estejam contratados, trabalham para a Know How a falsos recibos verdes. Aliás, chegam-nos testemunhos de professores que são contratados para dar aulas de certas disciplinas para as quais não estão habilitados ou de outros que, apesar de habilitados, são despedidos sem nenhuma justificação, sendo substituidos pela primeira pessoa que aparece, mesmo que não tenha nenhuma competência para aquela temática, prejudicando gravemente os alunos. Os Precári@s Inflexíveis acompanharam mesmo uma professora das AEC's da Know How que os colocou em tribunal de trabalho reivindicando o reconhecimento da sua relação laboral. A dona da Know How, Maria João Lopo de Carvalho, continua deste modo a demonstrar o mais profundo desrespeito pelos seus trabalhadores e pelas crianças, e os Precári@s Inflexíveis continuarão vigilantes da actuação desta empresa e apoiarão todos os que trabalharem nesta empresa e precisarem de auxilio. Sal e Pimenta, nós continuamos a ouvir e a ver.
A dança dos vampiros 28 de Fevereiro de 2011 por Tiago Mota Saraiva Ontem Rebelo de Sousa lançava o veneno em jeito de comentário preocupado que está com os protestos de 12 de Março. Em primeiro lugar denunciou o cadastro partidário de cada uma das três pessoas que lançaram o protesto no facebook para logo dizer que, o dia seguinte, seria o mais importante do protesto quando se ficaria a saber se alinhariam mais com o BE, PCP, PS, PSD e CDS… A esparrela é rasteira, mas compro-a. O dia seguinte é, de facto, importante. O protesto da geração à rasca deve servir para assustar os poderes reinantes, dos quais Marcelo e a sua homilia dominical fazem parte, fazendo convergir quem quer a transformação política. Mas as três pessoas que iniciaram este movimento não se deixam acantonar pela verve manipuladora de Marcelo, nem encantar por um lugar no canto da televisão. O João, Paula e Alexandre recusaram aceitar participar no programa do bloco central, e tornaram-no público. No seu comunicado recusam representar ou liderar o protesto, o que revela muita inteligência. Sentados na poltrona do sucesso sob o cadáver de milhares que tiveram de emigrar, uns Galambas, Perestrellos ou Sousa Pintos preparavam o caldeirão com Fátima e Silva Pereira. O programa será tão hediondo que se anuncia assim:
À procura de soluções Sem norte! Sem saída! Bloqueados pela Crise! Jovens sem Esperança ou Juventude sem Vontade? Os que conseguem e os que desesperam pelo Futuro. A vantagem das Qualificações e a incerteza do Trabalho. À procura de soluções, centenas de jovens vêm ao maior debate da televisão portuguesa.
Segunda-feira, 28 de Fevereiro de 2011 Wikileaks (7): instantâneo do país dos brinquedos caros
Num telegrama da embaixada dos EUA em Lisboa (revelado pelo Expresso), diz-se que «no que diz respeito a contratos de compras militares, as vontades e acções do Ministério da Defesa parecem ser guiadas pela pressão dos seus pares e pelo desejo de ter brinquedos caros. O ministério compra armamento por uma questão de orgulho, não importa se é útil ou não. Os exemplos mais óbvios são os seus dois submarinos (actualmente atrasados) e 39 caças de combate (apenas 12 em condições de voar) (...) Com 800 quilómetros de costa e dois arquipélagos distantes para defender, os submarinos alemães comprados em 2005 não são o investimento mais sensato». Que os submarinos foram um negócio estúpido, já sabíamos - alguém deve ter ganho uma casa de férias (ou Portas ou outro). Mas a frase sobre o desejo de brinquedos caros é um retrato certeiro e contundente da governança portuguesa. Poderia acrescentar-se que preferimos grandes auto-estradas a cuidar das pequenas estradas nacionais, estádios de futebol ao investimento no desporto jovem, e blindados a policiamento eficaz. Não percebo portanto as insinuações maldosas sobre o senhor embaixador dos EUA - ele mostrou ter-nos entendido muito bem.
Telegrama na íntegra.
«Portugal has more generals and admirals per soldier than almost any modern military: 1 per 260. The U.S., by comparison, has a ratio of 1 per 871. The image of generals sitting around doing nothing is no mere allegory. (...) Regarding defense procurement, the MOD´s desires and actions seem to be guided by peer pressure and the desire for expensive toys. The MOD purchases weapons platforms as a matter of pride, regardless of their utility. The two most obvious examples are their two submarines (currently delayed) and 39 fighter jets (only twelve of which are airworthy). (...) Portugal suffers from an inferiority complex and a sense of being economically, politically, and militarily weaker than its European and transatlantic partners. For this reason, the Portuguese tend to focus on qualitative factors rather than quantitative; i.e., how soldiers performed rather than the number deployed. In this regard the GOP regularly searches for validation. GOP officials often complain that we take them for granted. They are particularly cognizant that next door in Spain a government opposed to many of our policies seems to get regular high-level visits and love. In this climate, attention to Portugal from either President Obama or Secretary Clinton would help achieve our goals.» (Expresso) Publicado por Ricardo Alves
Domingo, 27 de Fevereiro de 2011 Derrota de Paulo Portas na Irlanda
Não sei quantas vezes Paulo Portas referiu a Irlanda como exemplo político. Quem o ouvia ficava com a sensação que tinha escrito o programa de governo em conjunto com o executivo irlandês, os impostos baixos, uma economia a caminho do estado mínimo, a atracção de capitais estrangeiros, etc. Claro que não referia que o investimento estrangeiro era essencialmente volátil, que as empresas investiam e os particulares compravam casa com o dinheiro que não tinham, apesar dos impostos baixos. Tudo isto coexistia com bolsas de pobreza chocantes financiadas quase exclusivamente pela União Europeia, porque o novo capitalista irlandês era contra os subsídios... Ironicamente, agora vive todo o país de subsídios internacionais por causa dos que eram contra os subsídios. Paulo Portas é especialista em colar-se às vitórias dos outros (primeiro referendo do aborto, vitória de Durão Barroso nas legislativas, etc.) mas tem esta derrota coladinha à pele. Poderá também gostar de: Publicado por Rui Curado Silva
Professores das AEC's protestam no dia 1 de Março Nesta terça feira, professores das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC's) da Grande Lisboa realizam uma acção de protesto contra as “situações de incumprimento na implementação das AECs e o desrespeito pelos direitos laborais elementares”. 28 Fevereiro, 2011 - 17:46
Segundo o blogue aecsdagrandelisboa.blogspot.com, existem várias práticas de desrespeito pela lei, violadoras dos direitos daqueles profissionais: “A vulgarização dos falsos recibos verdes, a prática de valores de remuneração abaixo dos previstos na lei, os inúmeros casos de salários em atraso, a existência despedimentos ilegais e arbitrários, a imposição do cumprimento de horas não remuneradas, a obrigação de executar tarefas fora das nossas competências, a ausência de condições físicas e de materiais para as actividades, entre outras”.
Por isso, professores das AEC's da Grande Lisboa vão levar a cabo uma acção de protesto, nesta terça feira, dia 1 de Março, a partir das 8h30 junto da Escola EB1 nº 6 Santo Contestável (Campo de Ourique, Lisboa).
A acção terá lugar naquela escola porque, segundo o referido blogue, nela “se verificaram recentemente despedimentos injustificados e à margem da lei”.
STCP: Greve de zelo de quarta a domingo Os trabalhadores dos STCP protestam contra os cortes e o congelamento dos salários, entre outras reivindicações, e vão recusar fazer horas extraordinárias no período da greve. Esta luta foi decidida no plenário realizado a 9 de Fevereiro. 28 Fevereiro, 2011 - 18:16
Trabalhadores dos STCP farão greve às horas extraordinárias de quarta a domingo Ricardo Cunha da Comissão de Trabalhadores dos STCP (transportes colectivos do Porto) disse à agência Lusa que a “greve vai afectar os clientes, porque há um défice de motoristas e entre 20 a 30 serviços por dia são feitos recorrendo a horas extraordinárias”, acrescentando que “enquanto a situação se mantiver assim, haverá uma greve às horas extraordinárias uma semana por mês”.
Segundo o comunicado da CT, a greve tem como objectivo “tomar uma posição contra serviços a começar às 11h e a acabar às 21h, cortes de salários, cortes nos serviços, cortes de diuturnidades, congelamento de salários e o não pagamento de transporte de deslocação”.
A greve decorrerá de quarta feira, dia 2 de Março, a domingo, 6 de Março.
Terça-feira, 1 de Março de 2011 A inevitabilidade já não está a passar por aqui por Miguel Cardina Há já algum tempo que o problema dos recibos verdes, dos estágios não remunerados e do desemprego jovem vinha sendo falado com uma intensidade crescente. Mas a canção dos Deolinda e a manifestação da “Geração à Rasca”, marcada para o próximo dia 12, trouxeram definitivamente para o debate público a questão da precariedade. Ouso mesmo dizer que assinalaram uma mudança profunda na percepção social do fenómeno. O que antes permanecia encerrado no foro privado ou circunscrito a alguns activismos mais combativos, tornou-se agora um tema sob o qual necessariamente opinam comentadores, bloggers e cidadãos empantufados diante do televisor. Claro que o feixe de causas e consequências que envolve os discursos sobre a precariedade está longe de ser consensual e unívoco. Basta olhar para o que se tem escrito – e que vai muito além da parvoíce anti-parvos da Isabel Stilwell ou do libertarianismo filo-precário do Vicente Jorge Silva. O certo é que nestes tempos cinzentos acabámos por ganhar algo muito importante: o tema da precariedade deixou de fazer parte da vida de cada um e de cada uma isoladamente e tornou-se capaz de funcionar como um pólo agregador de experiências e percursos. Expostas a um mesmo processo de fragilização profunda dos laços laborais e de rasura das expectativas de vida, diferentes homens e mulheres encontraram uma razão comum de protesto que, no fundo, se resume na sua condição: qualquer coisa entre o caixeiro-viajante, o empresário falido em nome individual, o autómato pós-moderno e o soldado do exército de reserva. E o facto é que quem protesta é porque já rompeu com a crença na inevitabilidade das coisas. O resto não está escrito nas estrelas, mas estou em crer (e em querer, confesso) que não vai ser só até dia 12 que falaremos deste sobressalto democrático. por Miguel Cardina
“Não podemos aceitar continuar a cair no abismo”
ResponderEliminarO Bloco de Esquerda esteve hoje, no dia em que faz 12 anos, junto de mais de 80 centros de emprego, para explicar a moção de censura ao Governo e mobilizar na resposta à crise que o país está a viver, o desemprego e a precariedade.
28 Fevereiro, 2011 - 14:32
Francisco Louçã junto ao Centro de Emprego de Loures - Foto de Paulete Matos “Hoje, que é o 12º aniversário da existência do Bloco de Esquerda, estamos presentes nos centros de emprego, em mais de 80 localidades, para mobilizar na resposta à crise que o país está a viver, à instabilidade que todos os dias estamos a viver, que é o desemprego. Desemprego de jovens qualificados, trabalho precário, trabalho temporário, um desastre económico e social que resume bem as dificuldades do nosso país”, declarou Francisco Louçã, junto ao Centro de Emprego de Loures.
O coordenador da comissão política do Bloco de Esquerda salientou também que “as pessoas sentem que é preciso sair desta podridão, desta política pantanosa onde não há soluções, mas sim irresponsabilidade e, nesse sentido, a moção de censura ao Governo faz um caminho de resposta ao país”.
Louçã sublinhou ainda que “com esta moção aquilo que o Bloco diz ao país é que não desiste e vai em frente, que dá o corpo à luta. É assim que é preciso nos momentos difíceis. Política mesquinha é esta tentativa do PSD manter a situação a pior possível”.
“É preciso que haja contenção nos salários excessivos dos gestores públicos”
ResponderEliminarFrancisco Louçã esteve na Madeira, respondeu a Passos Coelho e criticou Alberto João Jardim, referindo que um ano depois da tragédia está-se a gastar dinheiro para a construção de um cais e de um aterro e não se cuidou do que é prioritário.
28 Fevereiro, 2011 - 02:53
Francisco Louçã no Funchal, 27 de Fevereiro de 2011 "Um ano depois, está-se a utilizar dinheiro para a construção de um cais e de um aterro com estas dimensões quando ainda não se cuidou daquilo que era prioritário - reconstruir as casas, limpar as ribeiras, garantir que a baixa do Funchal não seja inundada sempre que há uma chuvada forte, proteger as pessoas", declarou o coordenador da comissão política do Bloco de Esquerda no Funchal, onde inaugurou uma nova sede regional do partido e visitou o depósito de inertes levados pela enxurrada de 20 de Fevereiro de 2010 e que o Governo Regional quer aproveitar para criar um novo cais de acostagem de barcos de recreio. (Ouça as declarações)
Segundo a agência Lusa, Francisco Louçã denunciou também os salários excessivos dos gestores públicos, reafirmando que não devem ganhar mais do que o Presidente da República.
"O Bloco de Esquerda responde a Pedro Passos Coelho, sim, é preciso que haja regras, que haja contenção nos salários excessivos de alguns gestores públicos e que todos eles prestem contas e respondam perante o país, que tem problemas, e o maior de todos é a criação do emprego e uma economia decente", afirmou o dirigente do Bloco.
"Que possa haver um presidente da TAP que ganhe 600 mil euros quando, ao mesmo tempo, a TAP, por via de uma empresa sua participada, está a despedir 336 trabalhadores do aeroporto de Faro para depois os substituir por trabalhadores precários, isso diz exactamente o que se passa sobre aqueles que têm a faca e o queijo na mão", denunciou Louçã, que acrescentou: "Preferem criar desemprego, precariedade e dificuldades para aquelas famílias daqueles trabalhadores quando têm todo o poder e quando são pagos de uma forma tão exorbitantemente acima do salário do Presidente da República".
Francisco Louçã salientou ainda que a moção de censura do Bloco mostra que "há uma esquerda que quer puxar pelo país, que quer puxar pela economia, que quer defender os desempregados e os precários, são dois milhões de pessoas, homens e mulheres, formados, preparados, com qualificações e licenciaturas que não têm nenhuma oportunidade em Portugal".
Louçã realçou ainda que o PSD, "o braço direito do Governo Sócrates", e o PS "estão aliados na manutenção da degradação da economia” e pretendem que "continue tudo na mesma e tudo na mesma é mais desemprego, é mais dificuldade, é arrastar-se uma crise económica".
"O engenheiro José Sócrates está a defender a coligação que tem com o PSD para privatizar os CTT, a coligação que tem com o PSD para fechar os olhos ao desemprego, para facilitar os despedimentos e para promover o trabalho precário e essa coligação arruína o país", exemplificou ainda o dirigente do Bloco
Irlanda: Colapso eleitoral do partido que levou o país ao FMI
ResponderEliminarFianna Fáil perdeu 60 deputados, Verdes foram varridos do Parlamento. Vencedor é o Fine Gael, que deve fazer coligação com os trabalhistas. Esquerda tem avanços importantes.
27 Fevereiro, 2011 - 19:12
Enda Kenny, líder do Fine Gael. Foto wikimedia commons
O Fianna Fáil, o partido que conduziu a Irlanda à crise financeira, ao resgate dos bancos e ao FMI, foi violentamente castigado pelos eleitores e sofreu um verdadeiro colapso eleitoral, perdendo 60 deputados e obtendo apenas cerca de 17% dos votos (a apuração dos resultados ainda não terminou). O seu parceiro na coligação do governo, os Verdes, foi varrido do Parlamento, não elegendo qualquer deputado.
O Fianna Fáil dominou a política irlandesa desde a independência, em 1921. Agora, terá conseguido eleger apenas um deputado por Dublin.
O vencedor é o Fine Gael, que obtém pelo menos 68 deputados (mais 17), correspondendo a 36,1%, seguido dos trabalhistas que elegeram 35 (mais 15), correspondendo a 19,4%. A esquerda também teve um crescimento significativo, com o Sinn Féin a eleger 13 deputados (mais 9), correspondendo a 9,9%, e a United Left Alliance – que reúne a People Before Profite Alliance, constituída, na sua maioria, por membros do Socialist Workers Party, o Socialist Party e o Workers and Unemployed Action Group – a eleger 5 deputados.
Apesar da vitória histórica, o Fine Gael fica aquém da maioria absoluta em que chegou a acreditar nos últimos dias da campanha, não devendo chegar aos 84 deputados necessários para ter maioria absoluta no Dáil (a câmara baixa do Parlamento).
Assim, o mais provável é que o Fine Gael avance para uma coligação com os trabalhistas.
"Isto é o desmoronamento do Fianna Fáil", disse à Reuters David Farrell, professor de Política da University College de Dublin.
Enda Kenny, líder do Fine Gael, disse ter recebido um "enorme aval" para governar. "Estamos às vésperas de mudanças fundamentais na forma como percebemos a nossa economia e sociedade", disse.
Kenny disse que vai renegociar o pacote de 85 mil milhões de euros de empréstimos feitos pelo Fundo Monetário Internacional e pela União Europeia, tentando em particular reduzir a taxa de juros de 5,8% imposta pela UE.
Gerry Adams, líder do Sinn Féin, disse que um bom governo tem de ter uma boa oposição, e garantiu que o seu partido vai-se opor às medidas “anti-cidadania” e de de “analfabetismo económico” propostas pelos partidos do establishment.
A Irlanda foi o primeiro país que sofreu intervenção do FMI a ir às urnas.
Segunda-feira, 28 de Fevereiro de 2011
ResponderEliminarKnow How contrata a falsos recibos verdes
Os Precári@s Inflexíveis têm recebido várias denúncias de falsos recibos verdes na Know How para as Actividades de Enriquecimento Curricular.
Desta vez o net-empregos divulga uma oferta de trabalho a recibos verdes para Auxiliar numa escola de Benfica (ver aqui), onde a função é a Limpeza de Salas e Casas de Banho. A Know How é uma empresa de ensino de línguas e acção social, no entanto, coloca anúncios para auxiliares de acção educativa, tentando contratar pessoas a falsos recibos verdes, visto que, a limpeza de salas e de casas de banho é óbviamente uma necessidade permanente para qualquer estabelecimento de ensino.
Mas também nos têm chegado relatos de vários professores das AEC's que, à revelia da legislação que enquadra a sua actividade e que obriga que todos estes professores estejam contratados, trabalham para a Know How a falsos recibos verdes. Aliás, chegam-nos testemunhos de professores que são contratados para dar aulas de certas disciplinas para as quais não estão habilitados ou de outros que, apesar de habilitados, são despedidos sem nenhuma justificação, sendo substituidos pela primeira pessoa que aparece, mesmo que não tenha nenhuma competência para aquela temática, prejudicando gravemente os alunos.
Os Precári@s Inflexíveis acompanharam mesmo uma professora das AEC's da Know How que os colocou em tribunal de trabalho reivindicando o reconhecimento da sua relação laboral.
A dona da Know How, Maria João Lopo de Carvalho, continua deste modo a demonstrar o mais profundo desrespeito pelos seus trabalhadores e pelas crianças, e os Precári@s Inflexíveis continuarão vigilantes da actuação desta empresa e apoiarão todos os que trabalharem nesta empresa e precisarem de auxilio.
Sal e Pimenta, nós continuamos a ouvir e a ver.
A dança dos vampiros
ResponderEliminar28 de Fevereiro de 2011 por Tiago Mota Saraiva
Ontem Rebelo de Sousa lançava o veneno em jeito de comentário preocupado que está com os protestos de 12 de Março. Em primeiro lugar denunciou o cadastro partidário de cada uma das três pessoas que lançaram o protesto no facebook para logo dizer que, o dia seguinte, seria o mais importante do protesto quando se ficaria a saber se alinhariam mais com o BE, PCP, PS, PSD e CDS… A esparrela é rasteira, mas compro-a.
O dia seguinte é, de facto, importante. O protesto da geração à rasca deve servir para assustar os poderes reinantes, dos quais Marcelo e a sua homilia dominical fazem parte, fazendo convergir quem quer a transformação política.
Mas as três pessoas que iniciaram este movimento não se deixam acantonar pela verve manipuladora de Marcelo, nem encantar por um lugar no canto da televisão. O João, Paula e Alexandre recusaram aceitar participar no programa do bloco central, e tornaram-no público. No seu comunicado recusam representar ou liderar o protesto, o que revela muita inteligência. Sentados na poltrona do sucesso sob o cadáver de milhares que tiveram de emigrar, uns Galambas, Perestrellos ou Sousa Pintos preparavam o caldeirão com Fátima e Silva Pereira.
O programa será tão hediondo que se anuncia assim:
À procura de soluções
Sem norte!
Sem saída!
Bloqueados pela Crise!
Jovens sem Esperança ou Juventude sem Vontade?
Os que conseguem e os que desesperam pelo Futuro.
A vantagem das Qualificações e a incerteza do Trabalho.
À procura de soluções, centenas de jovens vêm ao maior debate da televisão portuguesa.
Segunda-feira, 28 de Fevereiro de 2011
ResponderEliminarWikileaks (7): instantâneo do país dos brinquedos caros
Num telegrama da embaixada dos EUA em Lisboa (revelado pelo Expresso), diz-se que «no que diz respeito a contratos de compras militares, as vontades e acções do Ministério da Defesa parecem ser guiadas pela pressão dos seus pares e pelo desejo de ter brinquedos caros. O ministério compra armamento por uma questão de orgulho, não importa se é útil ou não. Os exemplos mais óbvios são os seus dois submarinos (actualmente atrasados) e 39 caças de combate (apenas 12 em condições de voar) (...) Com 800 quilómetros de costa e dois arquipélagos distantes para defender, os submarinos alemães comprados em 2005 não são o investimento mais sensato». Que os submarinos foram um negócio estúpido, já sabíamos - alguém deve ter ganho uma casa de férias (ou Portas ou outro). Mas a frase sobre o desejo de brinquedos caros é um retrato certeiro e contundente da governança portuguesa. Poderia acrescentar-se que preferimos grandes auto-estradas a cuidar das pequenas estradas nacionais, estádios de futebol ao investimento no desporto jovem, e blindados a policiamento eficaz. Não percebo portanto as insinuações maldosas sobre o senhor embaixador dos EUA - ele mostrou ter-nos entendido muito bem.
Telegrama na íntegra.
«Portugal has more generals and admirals per soldier than almost any modern military: 1 per 260. The U.S., by comparison, has a ratio of 1 per 871. The image of generals sitting around doing nothing is no mere allegory. (...) Regarding defense procurement, the MOD´s desires and actions seem to be guided by peer pressure and the desire for expensive toys. The MOD purchases weapons platforms as a matter of pride, regardless of their utility. The two most obvious examples are their two submarines (currently delayed) and 39 fighter jets (only twelve of which are airworthy). (...) Portugal suffers from an inferiority complex and a sense of being economically, politically, and militarily weaker than its European and transatlantic partners. For this reason, the Portuguese tend to focus on qualitative factors rather than quantitative; i.e., how soldiers performed rather than the number deployed. In this regard the GOP regularly searches for validation. GOP officials often complain that we take them for granted. They are particularly cognizant that next door in Spain a government opposed to many of our policies seems to get regular high-level visits and love. In this climate, attention to Portugal from either President Obama or Secretary Clinton would help achieve our goals.» (Expresso)
Publicado por Ricardo Alves
Domingo, 27 de Fevereiro de 2011
ResponderEliminarDerrota de Paulo Portas na Irlanda
Não sei quantas vezes Paulo Portas referiu a Irlanda como exemplo político. Quem o ouvia ficava com a sensação que tinha escrito o programa de governo em conjunto com o executivo irlandês, os impostos baixos, uma economia a caminho do estado mínimo, a atracção de capitais estrangeiros, etc. Claro que não referia que o investimento estrangeiro era essencialmente volátil, que as empresas investiam e os particulares compravam casa com o dinheiro que não tinham, apesar dos impostos baixos. Tudo isto coexistia com bolsas de pobreza chocantes financiadas quase exclusivamente pela União Europeia, porque o novo capitalista irlandês era contra os subsídios... Ironicamente, agora vive todo o país de subsídios internacionais por causa dos que eram contra os subsídios.
Paulo Portas é especialista em colar-se às vitórias dos outros (primeiro referendo do aborto, vitória de Durão Barroso nas legislativas, etc.) mas tem esta derrota coladinha à pele.
Poderá também gostar de:
Publicado por Rui Curado Silva
Professores das AEC's protestam no dia 1 de Março
ResponderEliminarNesta terça feira, professores das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC's) da Grande Lisboa realizam uma acção de protesto contra as “situações de incumprimento na implementação das AECs e o desrespeito pelos direitos laborais elementares”.
28 Fevereiro, 2011 - 17:46
Segundo o blogue aecsdagrandelisboa.blogspot.com, existem várias práticas de desrespeito pela lei, violadoras dos direitos daqueles profissionais: “A vulgarização dos falsos recibos verdes, a prática de valores de remuneração abaixo dos previstos na lei, os inúmeros casos de salários em atraso, a existência despedimentos ilegais e arbitrários, a imposição do cumprimento de horas não remuneradas, a obrigação de executar tarefas fora das nossas competências, a ausência de condições físicas e de materiais para as actividades, entre outras”.
Por isso, professores das AEC's da Grande Lisboa vão levar a cabo uma acção de protesto, nesta terça feira, dia 1 de Março, a partir das 8h30 junto da Escola EB1 nº 6 Santo Contestável (Campo de Ourique, Lisboa).
A acção terá lugar naquela escola porque, segundo o referido blogue, nela “se verificaram recentemente despedimentos injustificados e à margem da lei”.
STCP: Greve de zelo de quarta a domingo
ResponderEliminarOs trabalhadores dos STCP protestam contra os cortes e o congelamento dos salários, entre outras reivindicações, e vão recusar fazer horas extraordinárias no período da greve. Esta luta foi decidida no plenário realizado a 9 de Fevereiro.
28 Fevereiro, 2011 - 18:16
Trabalhadores dos STCP farão greve às horas extraordinárias de quarta a domingo Ricardo Cunha da Comissão de Trabalhadores dos STCP (transportes colectivos do Porto) disse à agência Lusa que a “greve vai afectar os clientes, porque há um défice de motoristas e entre 20 a 30 serviços por dia são feitos recorrendo a horas extraordinárias”, acrescentando que “enquanto a situação se mantiver assim, haverá uma greve às horas extraordinárias uma semana por mês”.
Segundo o comunicado da CT, a greve tem como objectivo “tomar uma posição contra serviços a começar às 11h e a acabar às 21h, cortes de salários, cortes nos serviços, cortes de diuturnidades, congelamento de salários e o não pagamento de transporte de deslocação”.
A greve decorrerá de quarta feira, dia 2 de Março, a domingo, 6 de Março.
Terça-feira, 1 de Março de 2011
ResponderEliminarA inevitabilidade já não está a passar por aqui
por Miguel Cardina
Há já algum tempo que o problema dos recibos verdes, dos estágios não remunerados e do desemprego jovem vinha sendo falado com uma intensidade crescente. Mas a canção dos Deolinda e a manifestação da “Geração à Rasca”, marcada para o próximo dia 12, trouxeram definitivamente para o debate público a questão da precariedade. Ouso mesmo dizer que assinalaram uma mudança profunda na percepção social do fenómeno. O que antes permanecia encerrado no foro privado ou circunscrito a alguns activismos mais combativos, tornou-se agora um tema sob o qual necessariamente opinam comentadores, bloggers e cidadãos empantufados diante do televisor. Claro que o feixe de causas e consequências que envolve os discursos sobre a precariedade está longe de ser consensual e unívoco. Basta olhar para o que se tem escrito – e que vai muito além da parvoíce anti-parvos da Isabel Stilwell ou do libertarianismo filo-precário do Vicente Jorge Silva.
O certo é que nestes tempos cinzentos acabámos por ganhar algo muito importante: o tema da precariedade deixou de fazer parte da vida de cada um e de cada uma isoladamente e tornou-se capaz de funcionar como um pólo agregador de experiências e percursos. Expostas a um mesmo processo de fragilização profunda dos laços laborais e de rasura das expectativas de vida, diferentes homens e mulheres encontraram uma razão comum de protesto que, no fundo, se resume na sua condição: qualquer coisa entre o caixeiro-viajante, o empresário falido em nome individual, o autómato pós-moderno e o soldado do exército de reserva. E o facto é que quem protesta é porque já rompeu com a crença na inevitabilidade das coisas. O resto não está escrito nas estrelas, mas estou em crer (e em querer, confesso) que não vai ser só até dia 12 que falaremos deste sobressalto democrático.
por Miguel Cardina