Regime de Teerão reprime manifestação de solidariedade com Egipto Governo iraniano reprimiu violentamente manifestação de solidariedade com Egipto. Confrontos resultaram em duas mortes e vários feridos. Deputados do regime pedem execução de organizadores. Esta quarta-feira registaram-se confrontos em cerimónia fúnebre. Artigo | 16 Fevereiro, 2011 - 13:52
Manifestação de segunda-feira foi primeira no país contra o presidente Ahmadinejad em mais de um ano, desde as manifestações massivas que se seguiram à sua reeleição. Foto geeknerd99, Flickr. A manifestação de solidariedade para com o povo egípcio e tunisino, realizada na passada segunda-feira, foi duramente reprimida pelo governo de Teerão. A polícia iraniana carregou sobre os manifestantes utilizando gás lacrimogéneo, bastões e balas reais. Dos confrontos resultaram dois mortos e vários feridos e ainda há indicação de centenas de detenções.
Os dois líderes da oposição que convocaram a manifestação foram isolados, ainda antes da sua realização, e foi-lhes negado qualquer meio de contacto. Apesar desta tentativa de suster os protestos, milhares de manifestantes invadiram as ruas de Teerão. A manifestação de solidariedade rapidamente se transformou num momento de contestação ao governo de Teerão, o que motivou os confrontos. Esta terá sido a primeira manifestação no país contra o presidente Ahmadinejad em mais de um ano, desde as manifestações massivas que se seguiram à sua reeleição.
“Mousavi e Karroubi devem ser enforcados”
Duzentos e vinte e três deputados iranianos assinaram uma carta que exige a execução dos líderes da oposição responsáveis pela convocação da manifestação de segunda-feira. É pedida a “mais severa punição” para Hossein Mousavi, ex-primeiro-ministro que foi opositor a Mahmud Ahmadinejad nas presidenciais de 2009, e Karroubi, ex-presidente do Parlamento que também foi candidato presidencial em 2009, a quem os deputados conservadores apelidam de “corruptos na terra”.
Confrontos marcam cerimónia fúnebre
Esta quarta-feira, durante a cerimónia fúnebre do estudante Sanee Zhaleh, morto a tiro na passada segunda-feira durante a manifestação, um grupo de apoiantes do regime iraniano terá entrado em confronto com activistas da oposição.
Informação que sustentou guerra no Iraque desmentida por informador Rafid Ahmed Alwan al-Janabi confessou que as informações que cedeu à Alemanha sobre a existência de armas de destruição massiva no Iraque, e que o governo norte-americano viria a utilizar para justificar a invasão do país, eram pura ficção. Artigo | 16 Fevereiro, 2011 - 03:43
Cimeira das Lajes, 2003. Em entrevista ao jornalThe Guardian, Rafid Ahmed Alwan al-Janabi, a quem os serviços secretos norte-americanos denominaram “Curveball”, assumiu, pela primeira vez, que as informações relativas à existência de um programa de produção de armas de destruição massiva no Iraque eram falsas.
Segundo Rafid al-Janabi veio esclarecer, os agentes do serviço secreto alemão BND deram-lhe “a hipótese de fabricar uma versão da história que podia levar à queda do regime”, e que ele e os seus filhos estavam “orgulhosos” por terem “sido a razão que deu ao Iraque a hipótese de ter uma democracia”.
Pouco depois de lhe ter sido concedido asilo pelo governo alemão, este iraquiano começou a colaborar com o BND em março de 2000, na qualidade de engenheiro químico com acesso a informações vitais sobre os programas de armas químicas de Bagdad.
As informações que transmitiu ao BND foram, no entanto, desmentidas por várias fontes, inclusive pelos serviços secretos ingleses, pelo que Janadi não voltou a ser contactado até 2002 quando, segundo o próprio, já se preparava a invasão do Iraque.
Apesar de não ter sido, em momento algum, entrevistado por um oficial americano, Rafid al-Janabi veio a aperceber-se de que as informações falsas que prestou viriam a ser utilizadas pelo governo norte-americano para justificar a sua intervenção no Iraque.
No seu discurso perante a Organização das Nações Unidas (ONU), Colin Powell, o secretário de Estado norte-americano, serviu-se diagramas que Rafid al-Janadi sabia terem sido preparados a partir das suas declarações fraudulentas, e descreveu pormenorizadamente todas as informações sobre a localização e sobre as características das armas de destruição massiva que o engenheiro químico iraquiano havia transmitido aos serviços secretos alemães.
Regime de Teerão reprime manifestação de solidariedade com Egipto
ResponderEliminarGoverno iraniano reprimiu violentamente manifestação de solidariedade com Egipto. Confrontos resultaram em duas mortes e vários feridos. Deputados do regime pedem execução de organizadores. Esta quarta-feira registaram-se confrontos em cerimónia fúnebre.
Artigo | 16 Fevereiro, 2011 - 13:52
Manifestação de segunda-feira foi primeira no país contra o presidente Ahmadinejad em mais de um ano, desde as manifestações massivas que se seguiram à sua reeleição. Foto geeknerd99, Flickr. A manifestação de solidariedade para com o povo egípcio e tunisino, realizada na passada segunda-feira, foi duramente reprimida pelo governo de Teerão. A polícia iraniana carregou sobre os manifestantes utilizando gás lacrimogéneo, bastões e balas reais. Dos confrontos resultaram dois mortos e vários feridos e ainda há indicação de centenas de detenções.
Os dois líderes da oposição que convocaram a manifestação foram isolados, ainda antes da sua realização, e foi-lhes negado qualquer meio de contacto. Apesar desta tentativa de suster os protestos, milhares de manifestantes invadiram as ruas de Teerão. A manifestação de solidariedade rapidamente se transformou num momento de contestação ao governo de Teerão, o que motivou os confrontos. Esta terá sido a primeira manifestação no país contra o presidente Ahmadinejad em mais de um ano, desde as manifestações massivas que se seguiram à sua reeleição.
“Mousavi e Karroubi devem ser enforcados”
Duzentos e vinte e três deputados iranianos assinaram uma carta que exige a execução dos líderes da oposição responsáveis pela convocação da manifestação de segunda-feira. É pedida a “mais severa punição” para Hossein Mousavi, ex-primeiro-ministro que foi opositor a Mahmud Ahmadinejad nas presidenciais de 2009, e Karroubi, ex-presidente do Parlamento que também foi candidato presidencial em 2009, a quem os deputados conservadores apelidam de “corruptos na terra”.
Confrontos marcam cerimónia fúnebre
Esta quarta-feira, durante a cerimónia fúnebre do estudante Sanee Zhaleh, morto a tiro na passada segunda-feira durante a manifestação, um grupo de apoiantes do regime iraniano terá entrado em confronto com activistas da oposição.
Informação que sustentou guerra no Iraque desmentida por informador
ResponderEliminarRafid Ahmed Alwan al-Janabi confessou que as informações que cedeu à Alemanha sobre a existência de armas de destruição massiva no Iraque, e que o governo norte-americano viria a utilizar para justificar a invasão do país, eram pura ficção.
Artigo | 16 Fevereiro, 2011 - 03:43
Cimeira das Lajes, 2003. Em entrevista ao jornalThe Guardian, Rafid Ahmed Alwan al-Janabi, a quem os serviços secretos norte-americanos denominaram “Curveball”, assumiu, pela primeira vez, que as informações relativas à existência de um programa de produção de armas de destruição massiva no Iraque eram falsas.
Segundo Rafid al-Janabi veio esclarecer, os agentes do serviço secreto alemão BND deram-lhe “a hipótese de fabricar uma versão da história que podia levar à queda do regime”, e que ele e os seus filhos estavam “orgulhosos” por terem “sido a razão que deu ao Iraque a hipótese de ter uma democracia”.
Pouco depois de lhe ter sido concedido asilo pelo governo alemão, este iraquiano começou a colaborar com o BND em março de 2000, na qualidade de engenheiro químico com acesso a informações vitais sobre os programas de armas químicas de Bagdad.
As informações que transmitiu ao BND foram, no entanto, desmentidas por várias fontes, inclusive pelos serviços secretos ingleses, pelo que Janadi não voltou a ser contactado até 2002 quando, segundo o próprio, já se preparava a invasão do Iraque.
Apesar de não ter sido, em momento algum, entrevistado por um oficial americano, Rafid al-Janabi veio a aperceber-se de que as informações falsas que prestou viriam a ser utilizadas pelo governo norte-americano para justificar a sua intervenção no Iraque.
No seu discurso perante a Organização das Nações Unidas (ONU), Colin Powell, o secretário de Estado norte-americano, serviu-se diagramas que Rafid al-Janadi sabia terem sido preparados a partir das suas declarações fraudulentas, e descreveu pormenorizadamente todas as informações sobre a localização e sobre as características das armas de destruição massiva que o engenheiro químico iraquiano havia transmitido aos serviços secretos alemães.