Quem tem medo da manifestação do próximo dia 12 de Março?
Pela quantidade de prosa que por aí se tem produzido, aparentemente muita gente.
De Pacheco Pereira a Isabel Stilwell, passando por José Manuel Fernandes e Helena Matos, a lista seria demasiado longa e fastidiosa.
Os argumentos de tão "ilustres" comentadores gravitam em torno de uma ideia comum: a culpa dos jovens estarem à rasca é da geração dos seus pais.
Depois dissertam sobre a coisa, em variações menores, defendendo que os direitos adquiridos são a origem de todos os males, que o excesso de protecção laboral é que nos conduziu aqui, que os protestos não conduzem a coisa nenhuma, que a realidade é mesmo assim e já não existem empregos "para a vida", que a precariedade é uma inevitabilidade...
Pelo meio, vão defendendo as habituais soluções propostas pela direita: a extensão temporal dos contratos a prazo, a "facilitação" dos despedimentos, a desregulação dos horários de trabalho, o fim dos subsídios de férias e natal, o aumento da idade de reforma, a necessidade de reduzir os subsídios sociais...
Para estes "ilustres" comentadores, que monopolizam os espaços de opinião da nossa comunicação social, a solução é simples: acrescente-se precariedade à precariedade e assim já ninguém tem motivos para protestar.
Nós, os que dizemos que a precariedade não é uma inevitabilidade, devemos uma resposta a esta gente.
Uma resposta de repúdio às opções políticas que nos conduziram aqui, uma resposta que demonstre que esta não é uma luta geracional (como pretendem fazer crer), uma resposta socialmente abrangente que englobe os precários, os estudantes, os desempregados, mas também os reformados e os que têm emprego e cada vez menos direitos.
Essa será a nossa resposta.
Na rua.
Sábado, dia 12 de Março.
(imagens retiradas de oblogouavida)
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