Depois da PT, da Portucel e da Semapa, chegou a vez da Jerónimo Martins anunciar o pagamento antecipado de dividendos aos accionistas do grupo de distribuição alimentar, proprietário dos supermercados Pingo Doce e Feira Nova.
A decisão da Jerónimo Martins, aprovada em assembleia geral extraordinária e tendo como único objectivo evitar o agravamento da tributação sobre os dividendos pagos pelas empresas, mais não é do que um novo episódio da fuga ao fisco (legal mas imoral) protagonizada pelos grandes grupos económicos.
No entanto, o caso é particularmente revelador quando analisamos a constituição do Conselho de Administração da Jerónimo Martins e nele encontramos nomes como Luís Palha da Silva (director de campanha de Cavaco Silva para as eleições presidenciais) ou António Borges (antigo vice-presidente do PSD e actual director do Departamento Europeu do FMI).
Que o actual presidente da república escolha alguém como Luís Palha da Silva para director de campanha, revela que Cavaco continua a escolher os seus amigos/colaboradores/apoiantes de entre o pior que a classe política e económica produz.
Que nada disto embarace Cavaco Silva, tal como nunca o embaraçou a relação privilegiada com Dias Loureiro, é revelador do seu carácter e do modo como encara a política e a causa pública...
Da próxima vez que Cavaco lhe peça sacrifícios em prol do combate à crise, pense nisto.
Da próxima vez que Cavaco lhe diga que os sacrifícios devem ser repartidos por todos, pense nisto.
E, acima de tudo, pense nisto antes de votar nas próximas eleições presidenciais.
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